quarta-feira, agosto 25, 2021

Família Menini/Menine - no.04 - Filhos de Tobias/ Tia Antônia

 

                                            À esquerda, tia Antônia; à direita, tia Maria Rosa.


Tia Antônia Constantina nasceu em 12 de julho de 1900 e faleceu em 25 de novembro de 1979. Para mim, desde que eu era bem criança, ela foi a personificação da afetividade : amorosa, doce, afável - acredito que essa era também a opinião de todos os sobrinhos que com ela conviveram. Seu nome, Antônia, corresponde ao significado da origem grega: inestimável, sem preço; corresponde também ao significado do latim: o que não tem preço, muito valioso. Visitá-la era reabastecer-se de afeto em forma de acolhida, conversas, docinhos, bolinhos, demonstrações de alegria pela visita e de carinho pelo visitante. Em qualquer idade - criança, adolescente, adulta -  encantava-me  visitar os parentes Menini/Conczviz. 


                                                             Tio Mário Conczviz e filhos


Tia Antônia casou com tio Mário Conczviz,  descendente de poloneses imigrantes. Ele era bem amigo de meus pais e costumava visitá-los frequentemente. Tio Mário alimentava minhas fantasias de ver o mundo, quando contava sobre a Polônia e sobre as dificuldades que seus pais passaram na vinda para o Brasil - contava inclusive que um de seus pequenos irmãos morrera no navio, e tivera seu corpo jogado ao mar.  Meu tio e o irmão dele trabalhavam muito bem com selas e cordas diversas, aprendizado tipicamente da Polônia.   Pela presença de tantas consoantes no sobrenome já se pode ver que a língua deles era originada da eslava ocidental - a língua polaca ou polonesa tem algumas semelhanças com a eslovaca e a checa. Polônia é um dos país de que gosto muito. Visitei-o diversas vezes. Estive em Varsóvia, Cracóvia, Posnan, Wroclaw, Czestochowa; andei por Auschwitz - Birkenau... e pelas Minas de Sal de Wieliczka. Uma vez, em Cracóvia, comprei um broche típico da Polônia para presentear à Jandira - ela sempre me pedia para eu contar como era o país de seus antepassados paternos.


                                              Jurema e Jandira Menine Conczviz 


Os Menine/Conczviz sempre foram trabalhadores e caprichosos. Moravam em estabelecimentos rurais grandes e bem cuidados. Lembro dos pomares, jardins, hortas e algo mais que, fora da casa deles, só conheci na Europa: galpões onde armazenavam alimentação para os animais, durante o inverno - eram muitos os fardos de alfafa, bem amarrados e empilhados. A família criava bovinos, ovinos, porcos e galinhas; faziam deliciosos pães, doces e queijos. Recordo que o café da casa deles era delicioso. Eram oito os filhos de tia Antônia e tio Mário: Arnaldo, Aristóbolo, Adil, Alberto, Julieta, Jurema, Juracy e Jandira. Sobre eles, escreverei no capítulo destinada aos netos de Tobias Menini.


                                                           Alberto Menine Conczviz

Em 2007 , eu escrevi, no meu blog, Correndomundo: "  Tia Antonia, irma de meu pai, era casada com tio Mario Conczwisky , filho de poloneses imigrantes. Parece-me que ele nasceu no navio que os transportava ao Brasil. Quando crianca, muitas vezes fui aa casa dos polacos, como eram chamados. Eu gostava muito deles, dos meus tios e dos meus oito primos (,,,) Fui uma crianca muito curiosa e apaixonada por mapas. Ouvia fascinada historias desses mundos distantes que eu sonhava conhecer . Sabia da existencia de poucos paises, um deles, eh claro, a Polonia desses meus parentes. Eles eram os unicos na regiao que plantavam alfafa, deixavam-na secar e faziam fardos para dar aos animais no periodo de inverno. Heranca cultural de antepassados (...) Faz onze anos que conheci a Polonia. Gostei. Com mais calma e conhecendo agora um pouco das linguas eslavas, retornei . Saimos de Kosice aas 23h, em trem leito, com camas macias, limpas e confortaveis, numa cabina para tres pessoas. Dormimos superbem. Chegamos aas 5h40min. Eu ainda me recordava bem da cidade, mas, ao mostra – la para meu filho Juliano, comecei a conhece-la melhor. Permanecemos quatro dias em Cracovia. Fomos depois para Varsovia, numa viagem de 2h45minutos , em trem direto...." Meus parentes sempre foram  bem presentes na minha vida.

  

                                                                Pedro, meu neto, na Polônia comigo em 2016.


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