domingo, agosto 22, 2021

Família Menini/Menine - no.03 - Filhos de Tobias/ Napoleão Menini ( texto ainda sem revisão)


                                
                                                                Tio Napoleão Menini


Tio Napoleão, penso eu, era dos filhos mais velhos de Tobias Menini. Tenho vaga lembrança dele e penso nele como uma pessoa muito doce, acolhedora, simples. Muito amigo de tio Pedro - a quem costumava visitar semanalmente. Como era costume na região, para as visitas, ele usava roupas de domingo - as melhores! - lenço branco e chapéu preto. O cavalo, bem encilhado, com pelegão claro e badana escura. Conversavam, tomavam mate, almoçavam, sesteavam, tomavam café, conversavam mais um pouco e o visitante retornava para sua casa ao anoitecer.  A propriedade de Napoleão era perto da casa do Tio Mário e da Tia Maria Antônia -  um bonito lugar, com cerca de 200 hectares e com rochedos nas proximidades. Ali, ele criava bovinos  e ovinos  e plantava milho, mandioca, batata doce e abóbora. Contam que meu tio gostava muito de garnizés - uma minigalinha, barulhenta e bonita -  e que tinha muitas dessas aves. Contam que seu último momento de lucidez, na noite em que morreu, foi quando ouviu o canto  de um garnizé e falou para os amigos que o estavam cuidando: Meu galinho está cantando  e, assim contam, ele sorriu pela última vez. 


                                                                         Tio Napoleão


A casa original da família de meu tio era de capim, com uma cozinha fora da casa principal - decisão de distância oriunda do medo de incêndio. A comida era feita em fogo de chão. Sua companheira, tia Ana, era muito gentil com amigos e parentes que os visitavam. Assim que chegavam, ela ia para a cozinha fazer pipoca - com milho produzido na propriedade - a finalidade era obsequiar ( como se dizia na região) as visitas. Tia Ana e Tio Napoleão tiveram um filho, cujo nome era Leovegildo, e uma filha,  Maria Mássima Menini, que, depois de casada com Claudino, passou a chamar-se Maria Mássima Menini Soares. O filho Leovegildo morreu muito jovem - diziam que a causa da morte seria um pasmo, por sair de um lugar muito quente e abrigado e ir para o campo, onde estava frio e chovendo. Esse diagnóstico de pasmo foi muito comum na campanha.



                                           
                                                                Maria Mássima Menini 


Meu primo Gildo ( Leovegildo de Ávila Ribeiro ), neto de Tio Pedro, era afilhado de Tio Napoleão e recebeu esse nome em homenagem ao filho do padrinho, prematuramente falecido. Ouvi contar, sem, entretanto, ter encontrado documentos, como usualmente ocorria em tempos antigos, que a mãe de Pedro era irmã da mãe  de Napoleão. Essas duas irmãs seriam paraguaias, descendentes de índios. Como escrevi no início deste livro, a mãe de Pedro teria morrido no parto, deixando esse único filho.



                          Na foto, tio Pedro, meu pai, tio Constâncio e .. Quem identifica outros?
                                                                  1o. de janeiro de 1947


Conforme costumava acontecer no meio rural, Tio Napoleão ficou doente em sua casa e não foi levado para a cidade. Sofria de um problema nas pernas e , em pouco tempo, não mais  podia  mover -se . Os parentes e amigos buscavam remédios para ele na cidade. Os vizinhos também se revezavam para cuidá-lo. Ele morreu assim, em casa, cuidado por parentes e amigos, como era comum naquela época, e ouvindo o cantar do galinho garnizé.


                                                                           Touro Passo

Meu agradecimento a Alberto Menine Conczviz, Rita Lisandra Doyle Conczviz e Leovegildo de Ávila Ribeiro pelas informações e fotos.


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