sexta-feira, julho 23, 2021

Família Menini/Menine -Tobias Menini / Texto 4/Parte 2

 

                                             Berna, capital da Suiça, famosa por suas fontes



Não sei como Tobias Menini veio para o Brasil, mas certamente de navio... Não sei mesmo em que porto ele desembarcou. Pode ter sido no porto do Rio de Janeiro, como outros estrangeiros que por lá chegaram. Intuo, entretanto, que ele veio por Buenos Aires - tem mais lógica ele ter vindo pela Argentina ou Uruguai se considerarmos onde ele se estabeleceu - no 6o.subdistrito de Rosário do Sul, próximo ao dois referidos países. Sem essa ideia de proximidade do desembarque, pode-se pensar :por que ele se estabeleceria num lugar onde não havia outros emigrantes,  onde não havia italianos e onde e a cultura local era bastante diferente ?



                                                                 Itália e Confederação Suiça


Tobias ( cujo  nome em hebraico, pode significar Deus é bom, ou o Senhor é generoso ), conforme  ele próprio declarou em certidões de nascimento de filhos, era nascido  na Confederação Suíça - em italiano, Confederazione Svizzera -  portanto  ele era natural da Suíça - a Suiça  que tanto nos encanta, um dos países mais antigos da Europa, com  alto padrão de vida, muita beleza e impressionante relevo. Não sei a localização exata  onde Tobias Menini nasceu, mas, por dedução, penso que ele deve ter nascido  no Cantão Ticino, cuja capital é Bellinzona, uma cidade de que gosto muito. Ticino faz fronteira com a Itália. Talvez ele tenha nascido em algum povoado, perto do Lago Maggiore. Ainda bem que eu não tentei cidadania italiana ... uma desilusão a menos ... e cidadania Suíça no meu caso é impossível.



                                                                       Mapa da Suiça


A Suíça , cujo nome oficial é Confederação Suíça,  está localizada no meio da cordilheira mais alta da Europa, nos Alpes. É conhecida por sua longa tradição de se manter neutra nas guerras. Sua capital é Berna, a Cidade das Fontes. O país tem ao redor de 8.184.000 habitantes (estimativa de 2014) e sua área é de 41.285 km2. Morar na Suíça é o sonho de muita gente, inclusive de europeus, seja pela estrutura e funcionamento muito organizado como País, seja pelos altos salários pagos lá.  É um dos países mais caros para turismo dos que eu conheço - para mim, nesse quesito, rivaliza com a Noruega. Como aprendi a dizer no Mato Grosso do Sul , "é caro pra encrenca" 😃


                                                       Lago Maggiore, entre Itália e Suiça

O sobrenome Menini é bastante comum principalmento no Veneto, na Lombardia e na fronteira com a Suíca e na fronteira da Suíça. Quando chego em Milano, por Malpense, costumo chegar de trem à Estação Central de Trens e hospedar-me no Hotel Menini. A última vez em que estive lá estive, falei que o nome do Hotel era o meu sobrenome e que deveriam me dar um desconto por isso e pelo fato de eu ser hóspede frequente. O gerente , no entanto, contestou dizendo que, com a quantidade de Menini que existe na região, eles iriam à falência pelo número de descontos dados. Fiquei desiludida, pois compreendi que minha ideia do tamanho da família, correspondia do Rio Grande do Sul, onde todos somos parentes.


                                                            Pedro, meu neto, em Milano.

" Ter pressa é não saber chegar.
Vou devagar.
Vou devagar porque o que é sorte,
E o que é morte,
Não as busco, não as evito,
Vem-me buscar.
Por isso vou sob o infinito
Sem me apressar."

Fernando Pessoa        

                                 

                                                                      Itália, Lago de Garda.













































eralia patrícia com tabeliães e médicos. Em 18, r Ignazio Menini foi o segundo deputao nomeado para o Grande Conselho. Em 1841-42, Michele Menini foi inspetor cantonal das ruas (de Ceneri aMo

domingo, julho 18, 2021

Família Menini/Menine -Tobias Menini / Texto 4/Parte 1

 

                                         Trabalho de Ronald Mckinney- Bela União


Recadinho para a família:

Os textos que estão recebendo através do Correndomundo, constituem a Versão Preliminar de um  livro que ainda vai entrar em processo de edição e cujo  título não está definido; 

tenho planos de revisá-lo, editá-lo  e encaminhá-lo para  publicação  no início do próximo  ano;

as  fotografias que  tenho dos Menini são insuficientes, e muitas necessitam de recuperação - logo as encaminharei para um profissional dessa área;

as fotos, portanto, que estão sendo mostradas nestas postagens, são apenas ilustrativas - poderão ser trocadas;

insisto na solicitação de cópias, tanto de fotos como de documentos - as fotos podem ser fde vocês  ou de seus antepassados da família Menini/Menine. Por favor, enviem-nas para aldemamenini@gmail.com. Acredito que posso agradecer por mim e por aqueles que, futuramente, lerão o Família Menini/Menine.

Desejo-lhes boa semana!   Torres, 18/7/2021.


                                 O do meio é meu pai. Alguém sabe quem são os outros?


Sobre Tobias, assim me contaram:

1 - Tobias Menini  chegou no Brasil vendendo "santinhos ", medalhinhas que trouxera da Itália. Trabalhou muito, fazendo  cercas de pedra e mangueiras também de pedra. Dizem que era muito trabalhador e esperto para negócios. Plantou milho, criou porcos e trocou porcos gordos por banhados, uma terra que não tinha valor, que era imprestável, mas que ele sabia aproveitar - talvez detivesse  técnicas de como drenar esses banhados...

Contaram - me esta outra história:

2 -  ... certa vez, um senhor, antigo morador da região, teria comentado com vizinhos que dera um "clavo" no gringo Tobias... trocara um pedaço de campo, um banhado, que não valia nada, por um porco grande e gordo! 


Tobias ( certamente Tobia sem o  s  ) Menini era filho de  Stefano Menini  e de Costanza Menini, meus bisavós paternos. O nome italiano Stefano foi abrasileirado  para Estêvão, um  nome com  grafia alheia ao sistema de escrita italiano, mas com pronúncia mais acessível na região. Esse  fato pode ser constatado no nome do Tio Estêvão, considerado o primeiro filho de Tobias, que recebeu, portanto, o nome ( modificado ) do avô.  No caso de meu tio, na sua certidão de nascimento, ele ganhou outra forma - ainda mais estranha: EstevoRepito, para que não fiquem dúvidas: Stefano, nome bastante comum entre italianos, era o nome do pai de Tobias, era o nome de meu bisavô, e do trisavô , tetravô ... de quem  os meus netos, Pedro  Menini e Massimo Menini Trindade,  são tetranetos!   

                                                        Nely Ribeiro, filha de Tio Estêvão


A mãe de Tobias chamava-se Costanza, nome que  também foi abrasileirado para Constância, ao ser dado por  meu avô à filha que conhecemos com o apelido de Pina, a Tia Pina, que nasceu  em 1900 - essas informações estão de acordo com a certidão de nascimento dela, feita a partir de declaração do  próprio Tobias Menini. 


                                                                 Itália - Veneza


Pretendo,  logo na próxima vez que eu voltar à Itália, tentar confirmar o exato lugar de origem dos  meus bisavós. Lembrem que eles terão de ser procurados pelos seus nomes exatos, ou seja Stefano Menini e Costanza Menini.   Rezem para ser possivel eu voltar a viajar ainda este ano - per volontà di Dio.


                                                          Um dos tesouros da Bela União


Minha intuição aponta para um determinado município como sendo o local de onde eles eram. Esclareço, entretanto, que intuição para mim é "leitura de sinais sutis, ligação subconsciente dos pontinhos" e , ainda " capacidade de reconhecer padrões" , como escreve o historiador Yuval Harari. 


                                                                 Mapa da Itália


"Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua.
Ninguém anda mais depressa do que as pernas que tem.
Se onde quero estar é longe, não estou lá num momento.
Sim: existo dentro do meu corpo...."

Fernando Pessoa


                                                        Itália - Parque Nacional do Vesúvio
                                  

sexta-feira, julho 16, 2021

Família Menini/Menine - Referente ao Sobrenome/ Texto 3

 

                                                                       " O mundo... "


As variações nos nomes e sobrenomes de italianos que vieram para o Brasil, aconteceram também com imigrantes de outras nacionalidades, como os alemães. O abrasileiramento é fato comum e muitas vezes necessário para se fazer entender, especialmente no interior, pelo desconhecimento, neste caso, da língua italiana, tanto na pronúncia, quanto na grafia. Aconteceu e continua acontecendo, observem-se os nomes próprios, que têm normas vigentes indicando que a escrita deles devem estar de acordo com a ortografia oficial - e, mesmo assim, mostram erros ortográficos que podem trazer problemas ao usuário. Muito me perguntam sobre o certo e o errado em relação à escrita de nosso sobrenome italiano. Parece-me, no entanto, que não se trata de certo e de errado, mas da escolha entre a escrita de acordo com o dono do sobrenome, no caso Tobias Menini, ou o abrasileiramento que se deu em nosso País.



                                                                           Touro Passo


Sofro desse mal, pois, além do Menini, com suas cinco variações, tenho nome e sobrenome considerados difíceis.  Conto-lhes o que me aconteceu há pouco, aqui em Torres. Na caixa de correspondência, encontrei um envelope, com caprichada identificação  do destinatário, onde estava escrito : Sr. Aldemar Maquiné - logo entendi que era eu. De Aldemar eu já havia sido chamada outras vezes;   Maquiné ( nome de uma localidade próxima ) era a leitura feita de Mckinney ( sobrenome de meu marido, americano descendente de escoceses). Também já fui identificada como Adelma Mikinney e outros tantos nomes. Costumo dizer que a todos já atendi, dizendo sou eu...e era! ... Atendo por diferentes  variações -  entre  Aldemar e Alfazema.


                                                                Como se chamam ela e ele?

Fabio Barbiero , no site https://minhasaga.org/nomes-italianos-em-portugues/ ,  exemplifica  a razão por que muitos nomes são abrasileirados, imaginando  lá nos idos de 1890 a conversa entre um italiano recém-chegado ao Brasil e um funcionário de cartório no interior do País. Transcrevo, a seguir, essa parte do texto de Barbiero:

  • Como o senhor se chama?
  • Io mi chiamo Giovanni!
  • Desculpe, como?
  • GIOVANNI!
  • Jovani?
  • Giovanni
  • Joani?
  • GI-O-VA-NNI
  • Ahhh entendi, João…
Tal confusão, na recepção dos sons e na sua forma escrita, foi a geradora, portanto,das variações no sobrenome de nossa família. Assim, a  grafia do sobrenome MENINI aparece com cinco variações: Menini, Menine, Minini, Menin e Meninni. Optamos por usar o sobrenome que usou Tobias - Menini. Meus filhos foram registrados como o  meu avô -  eles são Menini. É bom lembrar que, em caso de requerer cidadania, o sobrenome deve corresponder à raiz do pedido - em nosso caso, Menini com "i "no final.  Se registrados de outra forma , por exemplo Menine , torna-se necessário, então, fazer um processo de retificação, estabelecendo a uniformidade de todos os descendentes interessados no processo com o nome de nosso avô. Ressalto que  essa  retificação  só é importante para requerer cidadania. Fora isso, segue-se o registro de nascimento sem nenhum problema ou necessidade de alteração. 



                                                     Qual o parente entre esses dois gaúchos?



Conforme o pesquisador Ciro Mioranza, no seu Dicionário dos Sobrenomes Italianos, 1997, MENINI vem de MENI + mais a terminação indicativa de plural - INI. É provável que MENI seja uma redução coloquial de Domenico,  nome de cunho cristão. Em italiano, a terminação "I" indica plural ( libro - libri  ). Como curiosidade, acrescento que  Tobias Menini , seguramente, na Itália ou no Cantão Italiano da Suíça, chamava-se Tobia, sem esse S final, que não é  marca de plural na língua italiana e que não o encontro nos nomes próprios  dessa língua. Nomes, por exemplo,  como Mateus e Matias, em italiano, são Mateu  e Matia.



                                                                         Quem são estes?


Lembro-me de ter ouvido , quando criança, que Tobias havia dado a cada filho o nome de um de seus irmãos que ficara na Itália e, para meu pai, que foi o último a nascer, ele deu o nome do seu maior amigo - Abrelino Abreu - já que esgotara o nome dos irmãos que ele deixara no seu país de origem. É interessante notar que Abreu não é sobrenome italiano, mas português,  e significa agradecimento, doação. No caso de meu pai, estou convicta de que não é sobrenome, porque não aparece nos nomes dos seus outros irmãos, e,  entre italianos, é comum registrar-se só com o nome do pai. Portanto. Abrelino Abreu deve ser o nome e sobrenome do agraciado pelo meu avô.  

Sei  hoje que para o filho mais velho e para uma das filhas, Tobias Menini  deu o nome do pai  e o  nome da mãe dele que, obviamente, estavam distantes, e  que eram, portanto, os  meus bisavós  -   Veremos  essa parte  no próximo texto...



                                                 Quem identifica as crianças desta foto?
                                             

Obs. Volto a insistir com meus parentes, pedindo-lhes que enviem para meu e-mail ( aldemamenini@gmail.com)  cópias de fotografias da família Menini/Menine,  ou documentos, como certidões de nascimento, casamento ou atestados de óbito. Com certeza, nossos descendentes agradecerão muitíssimo. 


                                                   E quem sabe o nome destes parentes?

Desejo-lhes um bom fim de semana, pessoas queridas, e ofereço-lhes esta Oração Celta:

"Que eu tenha hoje, e a cada dia
A força dos céus
A luz do sol
O brilho da lua
O resplendor do fogo
A agilidade do vento
A profundidade do mar
A estabilidade da terra
E a firmeza da rocha."



                                               Massimo Menini Trindade e eu há dez anos



quarta-feira, julho 14, 2021

Família Menini/Menine/Menini - Texto 2

                                                                 



Agradeço as generosas manifestações de parentes e amigos referentes à postagem anterior - o que contribuiu muitíssimo  com meu ânimo para que eu continue a escrever. Reconheço que meus textos têm a simplicidade que temos nós, de origem rural, onde a natureza integra o cotidiano e permite a sobrevivência, e onde se economizam até palavras. Foi, entretanto, por escassez de  informações e perspectiva de encontrá-las que os textos estão ainda incompletos ou em processos de construção. Como diz minha querida amiga, Maria Alzira Nobre, estamos numa fase da vida em que o "eu quero", passa a ser substituído "eu posso"... ou se eu ainda puder! Se um dia, no entanto, eu puder  publicar os textos em papel, eu os publicarei, mas obviamente precisarei fazer uma revisão cuidadosa, posto que o caráter de permanência ainda é bem maior nas folhas impressas. Enfim, dando produtividade ao tempo, já seleciono fotografias para uma possível publicação em papel e exponho-as neste espaço, aceitando sempre novas fotos que os parentes me podem enviar por e-mail.  Reitero minha gratidão pela acolhida e pelo estímulo. Grazie!


                                                                    Bela União

TEXTO 2 - Introdução 


A escolha da minha família paterna e não a materna ( Souza Pinto ), para escrever este livro, foi decorrência  - penso eu - do muito que gosto da Europa, especialmente da Itália, e de viajar. Por muito tempo, acreditei que meu avô , Tobias Menini, fosse italiano do norte, posteriormente, como será relatado, essa minha convicção foi abalada.  Andando pela região norte  da Itália e pela fronteira dela com a Suíça, muitas vezes fiquei a imaginar a decisão, a saída, a viagem e a chegada de meu avô Tobias Menini ao Brasil. Partiu ele daqueles lugares com tanta História para chegar neste aqui, tão novo, distante e isolado.


                                                            Itália - Lago de Garda

Do meu avô, Tobias Menini, de quem Abrelino Abreu Menini, meu pai, era o filho caçula, conheço uma  única fotografia -  a que está inserida no texto anterior, cujo original me foi emprestado pela  prima Juraci, filha da Maria e neta do tio Napoleão Menini. As demais fotos são de meus arquivos - muitas delas herdadas da minha mãe e outras enviadas por parentes, atendendo a pedidos que fiz pessoalmente ou nas redes sociais.


                                                         Berna - Capital da Suiça

Na busca de informações, contei com o auxílio de muitas pessoas, como Alberto Pinto Menine e Maria Aldina Menine Severo, meus irmãos mais velhos; João Batista Braccini de Aguiar, neto da tia Pina, filho do Oli Menine Aguiar; Rita Lisandra Doyle Conczviz, neta da tia Antônia, filha de Alberto Menine Conczviz; Erner Freitas Machado, neto da tia Maria Rosa, filho de Napoleão Menine Machado; Bruno Menine, neto de Alberto Menini e filho de Ary Menine; Leia Menine Izaguirre, Filha de Santa Menine Izaguirre e neta de tio João; Elaine Severo Bacchi, filha de Maria Aldina Menine Severo e neta de Abrelino Abreu Menine, Sérgio Ribeiro, filho de Alberi Ribeiro e neto de Tio Estêvão Menini;  Gildo de Ávila Ribeiro, neto do tio Pedro Ribeiro, sobre quem escreverei mais adiante. Agradeço muito às pessoas nomeadas e a algumas outras que contribuíram com fotografias, ou com valiosas informações. 


                                                Cantão Italiano da Suiça - Ticino

      

Nesse processo de construção contei, ainda, com a importante ajuda de um amigo italiano, Franco Perissi, que localizou uma gentil família na Suíça, com ancestrais Menini. Essa família me enviou um precioso livro, Terre della Carnina, publicado em 1991 por Giuseppe Chiesi e Fernando Zappa. Nesse livro - resultado de uma pesquisa bastante rigorosa dos autores -  encontrei, muitas e esclarecedoras observações históricas e geográficas sobre o Cantão Ticino, bem como algumas referências à família Menini -  que  relatarei  posteriormente. Muitos outros textos e fontes foram consultadas com resultados mínimos.


                                    Antiga ponte em Lucerna - Suiça - Cantão Italiano


As dificuldades de encontrar fontes decorreu das distâncias físicas em que a maioria dos familiares e os locais onde documentos poderiam ser localizados, encontram  - se, bem como  o tempo escasso de que disponho. Decidi, por essa razão, tornar este livro realidade com o que eu dispunha no momento, que eram fotografias antigas, alguns documentos e minhas memórias. Responsabilizo-me pelos erros, escolhas  e omissões encontradas aqui, preferindo, no entanto,  expor-me a críticas, mas abrir caminho para que outros familiares também escrevam. Sempre tive a convicção de que só não erram os que nada fazem.


                                                           Milano - Norte da Itália


Na minha infância e parte da minha adolescência, no meio rural, na Bela União, Touro Passo, 6o. Subdistrito de Rosário do Sul, especialmente no inverno de noites longas, tínhamos costumeiras conversas sobre família com minha mãe, Anália Pinto Menine. Mulher sábia e agregadora, ela nos ensinava e fazia mesmo com que seus filhos aprendessem, nossa "árvore genealógica". Repassava conosco os nomes dos avós maternos e paternos, dos tios, que eram muitos e ela incluía os falecidos, e dos primos. Em um período em que muitas famílias tinham mais de dez filhos, imaginem como eram longas essas listas. Era um procedimento muito sábio porque nos dava uma noção de pertencimento. Mais tarde, usei o mesmo recurso - fazer listas agora escritas, com nome de familiares - para trabalhar com crianças de escolas rurais, sob pretexto para ensinar a eles conteúdos  sem muito significado afetivo, como substantivo concreto e abstrato ou substantivo próprio ( sic!),  ortografia, separação de sílabas, sinônimos e antônimos, e outros tantos que constavam dos programas escolares.


                                                                 Itália - Veneza

Como Menini/Menine/Minini é sobrenome de famílias que não a nossa, tanto no Brasil, no Uruguai,  na Argentina, como em outros tantos países, escolhi para este livro um identificador da família a que estou me referindo : a família Menini/ Menine/ Minini, que inicia, no Brasil, com a vinda de Tobias Menini. Também foi impossível eu incluir todos os familiares, em razão do meu tempo...até de vida! Exemplificando, a cronologia ficou assim para todos os familiares: Tobias Menini - Abrelino Abreu Menine - Aldema Menine Mckinney - Fabiana Menini . Como nos demais,  a inclusão se dará até os bisnetos de Tobias, se eu tiver acesso a fotos e informações deles.


                                                       Verona - Norte da Itália


Incluírei neste livro todas as informações de que disponho. Espero receber outras tantas e incluí-las em revisões futuras ou corrigir àquelas que estão sendo agora escritas. Meu objetivo neste momento, volto a afirmar, é socializar as informações e as  fotos a que tive acesso, em especial com gerações além das referidas no parágrafo acima, contribuindo   para que crianças e jovens conheçam mais um pouco sobre suas raízes.

Obs. As fotografias aqui usadas são transitórias. Serão trocadas assim que fotos família da Família Menine/Menini forem recuperadas por laboratório fotográfico.


                                                                Itália - Verona



domingo, julho 11, 2021

Família Menini/Menine/Minini _ Apresentação ( possível ) do Livro

 

Para leitores do Correndomundo, familiares e amigos.

a ) Publico hoje o primeiro texto do livro sobre minha família, impulsionada pela instabilidade do viver neste período, quando mais de meio milhão de brasileiros já morreram por covid19. Estamos em 11 julho de 2021. Apressa-me não só o medo da morte, que se avizinha assustadoramente, com a perda de parentes, amigos e vizinhos, mas também o medo das sequelas - incluindo as neurológicas - que sabemos possíveis;

b )  penso, na sequência, ir postando outros textos que já considero quase prontos, garantindo, assim, a autoria e a divulgação deles;

c )  por essa razão, interrompo a publicação de parte do roteiro que penso fazer quando estiver mais seguro, e passo a postar, no Correndomundo, como um folhetim ou uma novela em capítulos, os textos do livro - ainda sem título - sobre a minha família paterna, desde os meus bisavós até meus irmãos e primos;

d )  agradeço aos leitores do Correndomundo que, de alguma maneira, me cedem espaço para que eu escreva sobre outra viagem, e não àquela que interessa a nós, aventureiros, turistas, viajantes e afins...

e )    deixo-lhes,  com carinho, a sabedoria de uma oração Celta: 

"Que eu tenha hoje, e a cada dia
A força dos céus
A luz do sol
O brilho da lua
O resplendor do fogo
A agilidade do vento
A profundidade do mar
A estabilidade da terra
E a firmeza da rocha."


                                                               Aldema Menini Mckinney


TEXTO 1

APRESENTAÇÃO


                                                                 Tobias Menini


Este livro é dirigido aos descendentes da Família Menine/Minini/Menini, em especial aos meus netos e bisnetos que tenho ou que terei um dia. Está sendo escrito, em março de 2020, durante a quarentena determinada, no mundo, pela pandemia do coronavírus - disseminada, obviamente, por toda parte, até em Torres, cidade litorânea onde estou, na minha casa de praia, em isolamento social por ora  voluntário. 


Foi escrito para ser lido quando a nossa geração for lembrança e saudade como hoje o é para nós a geração de nossos pais e avós.É um livro de família  sobre a minha família. Ao escrevê-lo, cumpro um compromisso assumido principalmente comigo mesma.


Muitas vezes, ao conversar com parentes, crianças,   adolescentes, jovens ou até mesmo adultos, constatei que eles quase nada sabiam sobre nossos ancestrais, os seus antepassados, pois tinham poucas informações sobre seus avós e bisavós; não diferenciavam às vezes se eram parentes maternos ou paternos;  confundiam nomes e graus de  parentesco - mas a todos eles encantava o tema. Ouviam atentamente as histórias que eu lhes contava. Perguntavam muito e me contavam o pouco que sabiam e que oralmente lhes fora transmitido. 


Sempre fui, desde criança, bastante curiosa. Buscava, avidamente, informações da minha família e do mundo ao meu redor. Não entender algo ou não conseguir amarrar as pontas ou não esclarecer o que me parecia  misterioso, passava a ser um problema meu, que devia  ser esclarecido e resolvido. Acumulei , assim, dados e histórias ao longo do tempo. Com o decorrer dos anos, passou a angustiar-me o fato de que eu não estava transmitindo, com um mínimo de organização,  para os mais novos,  as minhas lembranças e  informações. Decidi, por isso, escrevê-las.


Desde muito criança,  tenho  interesse e atração por lugares distantes e diferentes - embora os conceitos de distante e diferente fossem bem limitados para quem só conhecia Rosário do Sul e Alegrete. Algumas pessoas, como Aldina, minha irmã mais velha, e Arnaldo, meu primo, contaram-me, entretanto, que, quando eu era ainda uma menininha, gostava de olhar mapas e revistas, à procura de outros "lugares do mundo" e afirmando que um dia eu ia viajar por todos eles ( ainda não tinha ideia do preço das passagens e das hospedagens!).


Recordo também a atração que sobre mim exerciam as pessoas que eu identificava como vindas de lugares distantes. Assim eu via Gringo Elíseo, mascate que vendia quinquilharias e remédios homeopáticos;Turco Said, que mascateava roupas, perfumes e cortes de  tecido; Dom Manuel, um fotógrafo espanhol que tinha uma câmera igualzinha as que ainda encontro na Praça Principal de Segóvia, na Espanha.Graças a Dom Manuel, tenho fotos minhas, de minha família próxima e de quase todos os parentes. Parece que tudo isso contribui para que eu começasse pelos Menini.


De certa forma, este livro foi escrito coletivamente. Sou a autora do texto final , mas eu o apreendi ao longo da minha vida, nas conversas com a família, que inclui muitos dos meus parentes. Foi uma alegria toda a construção que começou a ser feita, principalmente a partir de 1997 - ano em morreu minha mãe, eu me tornei professora aposentada da Universidade Federal de Santa Maria ( UFSM ) e passei a viver na Bela União.


Tive disponibilidade e tempo de rever muitos de meus primos, conhecer seus filhos e netos, dedicar horas e horas ao fluir das lembranças, aos diálogos sem pressa e aos registros sem pressão institucional, com total ausência de prazos, roteiros e formulários a preencher - como sempre tive na minha vida profissional.


Esse tempo de busca e organização de informações e fotografias foi um longo e bonito encontro com minha infância, com a memória de meus antepassados, com laços familiares e afetivos que se tornam mais fortes à medida que nos tornamos conscientes de que a maior parte de nossa vida já se foi e de que o tempo que nos resta é bem menor do que o tempo vivido.






quinta-feira, julho 01, 2021

Proposta de roteiro 2o.semestre/2021 - Parte 2 / Alemanha

 

                                                                         Museu de Berlin


Saindo da Dinamarca, certamente encantada mais uma vez,   entrarei na Alemanha. Devo começar  o roteiro por Hamburgo ou Lubeck, não sei ainda quanto tempo permanecer em cada uma delas, nem sei  qual  das duas será visitada primeiro. Não as conheço; estou, entretanto, lendo bastante sobre elas. Hamburgo é importante cidade portuária, a segunda maior cidade do país. Está localizada às margens do rio Elba, que se conecta ao Mar do Norte. Considerada a cidade mais verde de toda Alemanha, sei que tem lindezas para ver.


                                             Foto retirada de material publicitário / Lubeck


Vai-se de Hamburgo a Lubeck , de trem ou de ônibus,  em 1 hora. Lubeck, com uma população de 220 mil habitantes, está cercada de água e vigiada por torres. Exibe um portão medieval do século XV, e o Bairro Koberg,  do século VII. Cidade famosa pelo Marzipan, principal doce de sua fabricação. Já fiz uma relação dos principais pontos a serem visitados. Continuo perseguindo os Patrimônios da Humanidade -  Lubck é um deles.


                                                                               Berlim


De Hamburgo a Berlim, gasta-se menos de três horas em trem, com passagem  econômica  se comprada - como costumo fazer - com bastante antecipação. Também se pode fazer esse trajeto em carro compartilhado, ônibus ou avião - é óbvio que prefiro trem! Antecipo minha alegria por chegar a Berlim, uma das minhas capitais preferidas.


                                                                                Berlim


Alguns dias em Berlin para ver e rever essa tão histórica e bonita cidade - especialmente a Ilha dos Museus, o Portão de Branderburg, a Catedral, a Prefeitura, o Parque do Muro, o Memorial do Holocausto, a Praça Adenauer, o Bairro Kreuzberg. Ainda  não tenho reserva de hospedagem, mas é provável que o hotel escolhido seja o  Art' Hotel Berlin Mitte, localizado em Alexanderplatz, próximo à Torre de Berlin.


                                                                             Berlim


Escrevi no Correndomundo: Berlin é uma cidade que, certamente, plenifica os olhos e a alma de um viajante. Não pretendo hoje escrever um post sobre a capital da Alemanha. Penso, sim, escrever minha declaração de amor a ela. Neste ano de 2017, fiz apenas uma passada de três dias por lá. Estava com o tempo bem limitado e meu objetivo era  estar mais tempo na Noruega."

                                                                               

                                              Berlim/Passeio pelo Canal - Foto: Isolda Branco


Logo virá a nostálgica hora de afastar-me de Berlim e continuar a andar. Daqui, vai-se direto a Dresden, onde estive somente uma vez, há vários anos, quando a cidade me pareceu um canteiro de obras - era tempo de reconstrução. Dresden teve seu Centro Histórico destruído durante um bombardeio, em 1945, quando 25 mil civis morreram em dois dias. O trajeto entre Berlim e Dresden leva 2 horas, em trem Intercity. 


                                                                Berlim/Foto Isolda Branco           
                                                              

Depois de Berlim, portanto, deve vir a cidade de Dresden, que já foi conhecida como a Florença do Elba - majestoso rio junto a ela.  Devo  revisitar a Igreja Protestante, famosa em especial pelo Barroco Germânico do século XVIII - essa  igreja foi destruída em 1945 e reconstruída depois da Queda do Muro de Berlim. Imprescindível a visita a palácios, museus e galerias, não esquecendo de reservar um tempo maior para a Galeria de Pinturas dos Grandes Mestres - Fantástica.


                                                            Berlim - Foto by Isolda Branco


Famosa em Dresden também é a belíssima Ópera  Semper, onde grandes espetáculos são apresentados. Ainda não tive disponibilidade para pesquisar o que vai estar sendo apresentado no período em que penso  estar lá -  para checar as festividades, preciso estar com o cronograma fechado. A partir de Dresden, terei o melhor caminho para ir a Praga - outra das minhas paixões.


                                                                 República Checa / Praga



"Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua.
Ninguém anda mais depressa do que as pernas que tem.
Se onde quero estar é longe, não estou lá num momento.
Sim: existo dentro do meu corpo.
Não trago o sol nem a lua na algibeira.
Não quero conquistar mundos porque dormi mal.....

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Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passe adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salte por cima da sombra.
Não; não tenho pressa.

Fernando Pessoa



                                                                 
 Praga - Foto de Pedro Menini