domingo, setembro 19, 2021

 


              Aos descendentes de Tobias Menini, 


             Encerro, com esta mensagem, a primeira parte do livro "Família Menini/Menine...". Nessa primeira parte, postei algumas fotografias e  escrevi pequenos textos, resultantes tanto de lembranças minhas, quanto de informações obtidas através de outros parentes, todas, no entanto,  relacionadas a Tobias Menini,  aos filhos e às filhas dele - portanto meus tios e tias - os irmãos de meu pai.  

             Na  segunda parte,    cuja  redação  penso  iniciar nos próximos dias, teremos  a hora e a vez de nomear e mostrar os netos de Tobias - infelizmente com as poucas fotos de que dispomos até o momento. A ordem de apresentação de meus primos-irmãos  será a mesma que foi usada para a geração de meus tios e de meu pai. Começarei, portanto, com os filhos de tio Estêvão, se possível, em ordem cronológica, do mais velho ao caçula obviamente. 

      Cada  post publicado,  no correndomundo,  em sua versão preliminar,  fará parte do livro Família Menini/Menine -  depois de revisado e corrigido. Minha previsão é concluí-lo e chegar até sua edição  em março de 2022. Conto, para tanto,  com vida e saúde para fazer o lançamento  ainda no primeiro semestre do próximo ano.

            Já detectei, em algumas páginas, erros de datas, de identificação de pessoas e  de grafia em nomes próprios. Farei o possível para torná-lo o mais correto possível. Sei, entretanto, que a pessoa que tem muito  medo de  errar, acaba não produzindo nada - e sofrendo com isso.  

               Ainda estou, em discussão comigo mesma, se incluo os bisnetos de Tobias, no último capítulo, portanto os meus filhos, os meus sobrinhos,  os filhos de meus primos - ou se termino logo, esperando que a continuidade seja feita por outra pessoa de nossa família. 

              Agradeço, outra vez,  aos parentes e aos amigos - alguns há vários anos, outros recentemente - que têm me auxiliado, procurando e enviando fotografias e  informações e - acima de tudo - incentivando-me a continuar a escrever sobre esse tema. Mais do que um livro, Família Menini/Menine é uma correntes de afeto, com novos elos, que poderão portar novas alegrias. 

                Desejo-lhes uma boa semana. Fraterno abraço. Aldema

                  

 



terça-feira, setembro 14, 2021

Família Menini/Menine - no.12 - Filhos de Tobias/Abrelino Abreu Menini

 

                                                                 Abrelino Abreu Menini


Este é um texto difícil para eu escrever! Sou filha de Abrelino Abreu Menini. Li, em um antigo caderno meu, o seguinte:  Meu pai, a quem eu era muito apegada, morreu aos 44 anos, de tétano. Eu tinha 11 anos ...paguei muita terapia, tentando compreender esse acontecimento - mas o vazio permaneceu. Procurarei, neste texto,  primar pela objetividade, tentando ocultar antigas dores, que teimam em retornar. 

Abrelino Abreu Menini nasceu em 31 de agosto de  1909.  Era o caçula de 12 irmãos. Quando Tobias Menini, meu avô,  morreu, aos 46 anos, ele era quase um bebê. Nada sei sobre sua infância. Pouco sei sobre sua adolescência, período distinto do desenvolvimento humano, pouco conhecido naquele tempo. Sei apenas que foi interno no Colégio dos Padres, em Santa Maria,  e  que esteve no Colégio Militar, durante um ano, em Santa Maria também. Voltou para o Touro Passo e, muito jovem ainda, com 21 anos,  casou com Anália Souza Pinto, que passou a ser  Anália Pinto Menine, conforme certidão abaixo:



Certidão de Casamento - 1930 



Após o casamento, que foi realizado no Saicã, na casa de Francisco Luis Pinto e de Lindolfa Souza Pinto, meus avós maternos, eles foram morar no lugar que meu pai, mais tarde, chamou de Bela União. Ele havia herdado uma fração de campo, igual às frações dos demais irmãos e, nessa terra, construiu uma pequena casa com uma cozinha separada, como era costume na época. Essa cozinha mais tarde sofreu um incêndio  e  outra cozinha foi construída junto à casa de pedra. 



                      
Abrelino, Anália e uma irmã de tio Mário 



Os dois trabalhavam muito, cuidavam juntos de plantações e de criações. A primeira filha ( Maria Aldina) nasceu  em 17 de janeiro de 1935,  quando eles já estavam casado há cinco anos. Nasceram, na sequência, Alberto, Aldiva, Aldema, Alda, Zeli e Almir ( Éramos sete irmãos. Eu, a do meio). Meu pai morreu no dia 19 de outubro de 1954, exatamente no dia em que Almir ( Mile) estava completando dois anos.



                       
               
      Abrelino , Anália e os 3 filhos mais velhos


Meu pai era bastante trabalhador e inteligente - segundo me contaram, também sábio para fazer bons negócios. Progrediu muito. Teve êxito econômico e fez nome como boa pessoa. Era benquisto na vizinhança. Alfabetizou sobrinhos e filhos de vizinhos, ensinando-os a ler, escrever e a fazer contas. Gostava de cavalos e de carreiras, mas não era jogador. Ouvia noticiários no rádio - informava-se sobre política e economia. Era do PSD. Trouxera de Santa Maria muitos livros de literatura, geografia ( me encantavam o Atlas e seus mapas ), português e outros de que não lembro o tema. Incentivava-me a ler e a decorar poesias -  algumas que sou capaz de recitar inteiras ainda hoje. Por meio desses livros, tive meu primeiro contato com Olavo Bilac, José de Alencar, Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu... Aprendi a gostar de ler. 


                                             
                                                                        Anália Pinto Menine


Minha mãe , Anália Pinto Menine, apesar de magrinha como sempre foi, era uma mulher forte, trabalhadora, inteligente e perspicaz. Morreu aos 84 anos. Viveu na fazenda até pouco tempo antes de morrer. Levantava bem cedo, de madrugada mesmo , e , quando questionada sobre esse hábito, respondia sempre que era para " aproveitar bem a vida".  Considero que a grande bênção de sua vida foi morrer quando ainda estavam vivos todos os seus filhos - e morreu de enfarto, com a mesma paz com que procurou viver.






sábado, setembro 11, 2021

Família Menini/Menine - no.11 - Filhos de Tobias/ Alberto Menini

 

                                                           Tio Alberto Menini


Tio Alberto - costumava-se dizer - era o mais rico dos meus tios. Tinha uma fazenda grande e uma fazendinha no Saicã. Pelas histórias oralmente transmitidas na família, era também muito bonito, bem vestido e um grande boêmio. Gostava de cavalos de corrida e de carreiras,  tanto quanto gostava  de jogos, especialmente de jogo de tava ( osso), tão característico da Fronteira do Rio Grande do Sul. Penso,  no entanto, que ele gostava mesmo era de dançar - era um verdadeiro pé-de-valsa. Homem sem preconceito, tanto dançava com sua esposa no mais elegante clube da cidade, como dançava em lugares menos elitista, desde que tivessem música - especialmente tangos e boleros - e dançarinas boas e desinibidas.  Tio Alberto estudou em Santa Maria. Gostava de ler, tinha muitas informações, foi professor de vários meninos rurais que não tinham acesso à escola e eram analfabetos. Ensinou muitos deles a ler, escrever e contar, objetivos máximos da época. Lembro-me dele usando um terno de linho branco, cuidadosamente passado a ferro, com gravata e lencinho no bolso combinados - moda no início dos anos 50. Meu Tio foi bastante generoso com minha família. Na casa dele, casou minha irmã mais velha; na casa dele, foi também o velório de meu pai. Fez créditos de gratidão comigo.



                     
Tia Salustina e as sobrinhas Aldina e Santa Menini  



Casado com tia Salustia ( Salustia Izaguirre Menini ) , nascida em 08 de agosto de 1906, filha de José Angelo Izaguirry e Maria José de Lima. Era uma senhora admirável pela elegância e gentileza:  muito presente em casamentos, aniversários, comícios, visita de pêsames, missas e velórios. Quando eu estava com oito anos, meu pai decidiu mandar-me para a cidade, com a finalidade de frequentar uma escola. Acertou com tio Alberto e tia Salustia que eu ficaria morando com eles. Ela esforçou-se muito para fazer de mim uma menina urbana, com muitas prendas e boas maneiras. Colocou-me numa aula de bordado - acreditem que, com 8 anos, eu sabia fazer crivo e bainha aberta? Fui crismada, estudei catecismo, fiz primeira comunhão, fiz discurso para o bispo e declamei poesias em eventos escolares e sociais. Tive vestidos lindos, fui a preferida da professora. Devia, entretanto, ser difícil para meus tios cuidarem e educarem uma menina, com essa idade e nascida rebelde. Ao final de um ano, devolveram-me aos meus pais, acompanhada de uma carta, onde a Tia justificava eu não poder ficar mais com eles porque planejavam ir um tempo para a fazenda, mas pedia que não me tirassem da escola porque eu era muito estudiosa. Meus queridos tios não conseguiram me transformar em uma elegante e fina  senhora da época, mas deram considerável impulso na minha autonomia e posterior carreira profissional.



                              Eu, 8 anos, com vestido de 1a. Comunhão escolhido por Tia Salustia.


Meus tios foram pais amorosos de Ary Izaguirre Menine,  menino que eles adotaram ao nascer e que era filho de Tio Quincas e Leonor. Ary foi criado com todas as regalias de um filho único. Ele foi um dos meus primos preferidos - muito paciente e afetivo.   Élida, a primeira esposa dele, era muito afetiva e agradável também. Com dez anos mais do que eu, divertia-se com minhas confusões de criança rural. Uma vez ele me mandou na farmácia comprar Gumex para os cabelos. Fui e voltei dizendo que Gomina não existia! Ele riu e escreveu o nome que eu deveria pedir. Meu vocabulário rural havia sido acrescido de tantas palavras, que por vezes era difícil memorizar a todas. Reencontrei Ary quando já estava bastante doente, e veio visitar-nos na Bela União. Continuava sendo doce e agradável. Saudades!


                                    
                                                                   Ary  Izaguirre Menine

Consoada 

"Quando  a Indesejada das gentes chegar

(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!

O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar."

Manuel Bandeira

terça-feira, setembro 07, 2021

Família Menini/Menine - no.10 - Filhos de Tobias/ Tobias Menini Filho

     

                                        
               Tobias Menini (filho)
                                                            

Conheci muito todos os filhos de Tio Tobias, o irmão de meu pai. Eram eles Ely , Tobias Freitas Menini, Irene , Noêmia e Pérsio. Meu tio, entretanto,  eu não o conheci. Acredito que ele tenha falecido bastante jovem. Como quase todos os outros Menini, ele tinha uma propriedade, numa parte das terras que foram de meu avô, onde criava gado, ovelhas e cavalos. Era casado com Tia Etelvina Freitas, que depois de viúva teve mais dois filhos. Não sei se por necessidade ou por gostar, Tio Tobias costumava mascatear. Isso  era bem comum naquele tempo. Tio Tobias revendia na região o que trazia da Fronteira e de outros lugares próximos. Contam que seus principais produtos para venda eram o fumo e os cigarros. Contaram-me que era uma pessoa bastante reservada. Acredito que sim, pelo pouco que ouvi falar nele. 


                   
                                                                   Ely Menini


Na fotografia acima, a foto mais antiga que encontrei, vê-se Ely, a primeira filha de Tio Tobias. Ela tornou-se Ely Menini Machado por ter casado com Tobias Menini Machado, filho de Tia Maria Rosa e de Tio Antônio Machado. Como se pode observar , era muito comum, naquele  tempo, o casamento entre primos - esse fato pode ser observado em muitos relatos familiares. Tobias Freitas  Menine, conhecido como "Seu" Freitas, casou com Edith de quem tenho boas lembranças - criança que era, lembro mesmo dos doces e pães deliciosos que ela fazia. Eles construíram uma casa e fizeram o maior pomar de pessegueiros que eu conheci. Eram caprichosos e organizados. Irene, uma moça belíssima, morou um tempo na minha casa - ela fez minha iniciação ao tricô, quando eu devia ter 6 ou 7 anos. Noêmia casou com Modesto e morou um tempo na antiga casa de Tio Tobias. Ali eu a visitava. Depois que eles se mudaram, penso que nunca mais os vi. Pérsio esteve sempre próximo a nós. Segundo familiares e amigos  era o mais inteligente da família. No exército, fez concurso para sargento, foi aprovado, mas desistiu de continuar a carreira militar. Conhecia muito de plantas e gostava de hortas, pomares e jardins. Passou por problemas grandes que o transtornaram muito. Morreu cedo.




                                                                     Pérsio, esquilando 


Amigos meus do Norte da Itália me falam - brincando -  que são marcas da Família Menini serem muito inteligentes e terem especial interesse por dinheiro, grandes amores e jogos diversos - não necessariamente  nesta ordem! Brincadeira que ouvi calada, mas que muito me fez pensar.

"Quando é tempo de tosquia já clareia o dia com outro sabor.
As tesouras cortam em um só compasso enrijecendo o braço do esquilador

Um descascarreia, o outro já maneia e vai levantando para o tosador .

Avental de estopa, faixa na cintura e um gole de pura pra espantar o calor
Alma branca igual ao velo, tosando a martelo quase envelheceu

Hoje perguntando para a própria vida pr'onde foi a lida que ele conheceu..."


( http://letras.terra.com.br/telmo-de-lima-freitas/740284/ )
 

domingo, setembro 05, 2021

Família Menini/Menine - no.09 - Filhos de Tobias/Joaquim Luís Menini

 

         
                                                            Joaquim Luís Menini

Joaquim Luís Menini  -  conhecido como  Quincas - nasceu em 22 de julho de 1903 e, como os demais irmãos, ele nasceu no Touro Passo, no município de Rosário do Sul. Muito pouco o conheci. Lembro-me, entretanto, de alguns de seus filhos, os de idade mais próxima à minha. Lembro, ainda, de histórias de Tio Quincas, frequentemente contadas na região. Sua primeira mulher chamava-se Judith, dela nada sei. Conheci a segunda, Leonor, que contam ter sido muito bonita. Tio Quincas era um rezador - seria como um capelão, um substituto do padre católico que, evidentemente, não adentrava a essa inóspita região. Ele era chamado para fazer orações e rezar terços no Dia de Finados. Também era chamado  para rezar em velórios e sepultamentos. Considerava-se - dizem - como um Sacerdote!



                                                 Deny Menine, Filho de Quincas e Leonor



Como bom gaúcho, tinha um belo cavalo, um tordilho, bem cuidado e bem encilhado. Ouvi contar que ele gostava de boas comidas, de iguarias, palavra que ele gostava de usar. Era imponente, mesmo depois de  ter  passado por períodos difíceis. Morou na casa que antes pertencera a tia Pina, depois foi morar no Durasnal, município de Alegrete e , por último, numa Fazenda , não sei se no Saicã ou nos Três Cerros. Trabalhou como capataz de tio Alberto Menini. Morreu antes dos sessenta anos - como outros da família, parece que o alcoolismo foi determinante para essa morte prematura.



                                           Luiz Alberto Severo Menine - neto de tio Quincas

Os filhos de Tio Quincas  são Ary, Dari ( meu grande amigo, de quem contarei divertidas histórias mais tarde)  Deri, Clementina, Izaltina, Demir, Deny e Dair - Dari e Clementina já são falecidos. Ary, muito pequeno, foi adotado por tio Alberto e tia Salustia. Tornou-se um filho único, muito amado e mimado - era um dos meus primos preferidos.  Pode-se observar, na última foto, que os descendentes de Tobias Menini, onde quer que estejam, continuam a ter suas plantações, sejam em jardins, hortas, pomares  ou cercados.


                                                            Pátio da casa do Deny

"Difícil fotografar o silêncio.
 Entretanto tentei...."

 Manoel de Barros

sexta-feira, setembro 03, 2021

Família Menini/Menine - no.08 - Filhos de Tobias/Constantino Sereno Menini

 

                                                
                                                Constantino Sereno Menini  aos 18 anos. 


Constâncio, como era conhecido, nasceu no dia 8 de dezembro de 1905. Das minhas memórias de criança , ele surge como o mais agradável e divertido dos tios que eu conheci. Sabia conversar  com os pequenos;  era afetivo e simpático; era alegre e  cordial. Lembro que ele fazia leitura de mãos. Eu sentia medo das " adivinhações" dele, porque, arteira como era, estava sempre aprontando algo escondido, fosse fugir para galopar no campo, em animais ainda não bem mansos, fosse quebrar melancias para ver se estavam maduras ou fazer o cavalo saltar em obstáculos e valetas. Quando eu estendia as mãos para que ele as lesse, ele começava dizendo: que artes tu andou fazendo? Eu permanecia quieta, e ele nada dizia. Eu entendia o silêncio como compreensão e cumplicidade. Era um gordinho vivaz e simpático. Meu primeiro passeio de carro foi com ele... Na hora em que ele ia embora, minhas irmãs e eu  íamos  no carro, de casa até a porteira, ...e voltávamos , a pé, correndo.Uma grande aventura!



                                                  
                                                                       Tio Constâncio


O nome Constantino significa constante, perseverante e indica uma pessoa predestinada ao sucesso, pois está sempre se preparando para aproveitar as boas oportunidades e sabe reconhecê-las, quando elas surgem. Um antigo médico de Alegrete, que foi colega de tio Constâncio e de meu pai , no Colégio Marista, internato de padres em Santa Maria, contou-me que os dois - Constâncio e Abrelino - eram muito inteligentes e muito boas pessoas, mas que desejavam realmente vir embora para o campo. A foto seguinte é bastante informativa, pois foi feita,   em  uma festa de ano novo, na minha casa, por Dom Manuel, aquele fotógrafo espanhol a que já me referi.
 


                                                         Festa ainda nos anos 40!


Na fotografia acima, identifico meu pai ( ao lado de minha mãe, que está com Alda no colo ), ao lado estou eu, no colo da minha madrinha, Joana Menezes, sentados, mais à frente,  Manuel Inácio ( um vizinho que contava e representava as histórias contadas ),  Tio Pedro ( de barba branca ), Alcides Santos ( de lenço preto ) e, ao lado dele, Tio Constâncio. Os meninos... não consegui identificá-los...quem conseguir, por favor, avise-me. 

  

 
No verso desta foto, que me foi doada pela minha irmã mais velha, Maria Aldina Menine Severo, estava escrito somente " à esquerda, Quincas; à direita, Constâncio ". Não havia outras identificações ou datas, portanto não sei quem são as outras três pessoas que aparecem - a senhora, a criancinha e o menino. Quem conseguir identificar, avise por favor, antes da impressão do livro que é nosso, da família. São filhos de Constantino Sereno Menini:  Agripino, Darcy ( Cica),Dercy, Dely ( Mosa) e Sady. 





Na fotografia acima, Schirlei Menine, linda neta de Tio Constâncio, assim identificou: 
"Meu avó Constantino Sereno Menini, minha avó Maria do Carmo Rodrigues, meu primo (mais velho) Milton   Conczeviz  Menine (filho da Juraci e do Agripino) e a prima mais velha Vera Maria Menini Fernandes (filha da tia Darci - Cica)"  Muito obrigada, Schirlei


 "Não quero a noite
senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir."


Fernando Pessoa


quinta-feira, setembro 02, 2021

Família Menini/Menine - no.07 - Filhos de Tobias/Tia Maria Rosa Menini

 

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                                                                 Tia Maria Rosa Menini


Ainda não consegui saber a data de nascimento da Tia Maria Rosa Menini - espero descobrir para incluir neste texto antes de sua revisão e  publicação impressa.  Tia Maria Rosa, depois de casada com Antônio Machado, passou a chamar-se Maria Rosa Menini Machado. Ela era a mais velha das filhas de meu avô. Lembro de tê-la encontrado uma única vez - eu era criança ; ela era uma velhinha doce e amorosa ( não esqueçam a idade que pode ter  uma velhinha para uma criança). Penso que meu afastamento, quando criança, da família Menini Machado, tem a ver com o fato de que meu pai não era amigo de Tio Antônio, a quem eu não conheci. Ainda hoje se escuta uma expressão típica de meio  rural - refiro-me ao "de mal", usado como antônimo do "de bem"...fossem eles estados transitórios ou permanentes. Meu pai e o cunhado estavam, portanto, de mal, mas - ainda bem! -  isso não nos afastou dos primos. Fui muito amiga da Genecy, neta da Tia Maria Rosa, filha da Erondina, e ambas moradoras na casa antiga, junto aos pais e ao  restante da família. Genecy morreu cedo - foi uma morte que senti muito. Alencastro, casado com uma sobrinha da minha mãe, vinha sempre nos visitar. Tobias, casado com Ely, também sobrinha de meu pai, vinha muito à nossa casa, assim como Aparício e João. Não consigo me lembrar claramente dos outros. Meu grande amigo, no entanto,  foi Olídio. Dele contarei histórias lindas quando escrever sobre os netos  de meu avô.


                                     Genecy, filha de Erondina Menine Machado                          


Olídio Menine Machado me contou que a primeira filha de Tia Maria Rosa - Izaltina Menine Machado - foi a única neta que Tobias Menini conheceu, já que ele morreu bastante cedo. Arnaldo Menine Conczviz  também me repetiu esse fato. Conheci Izaltina em Rosário do Sul. Era ela casada com João Raimundo de Castro.  e  mãe de Eneas e Isolete. Lamentávelmente, naquele tempo, eu não pensava em coletar memórias da família - e perdi muitas oportunidades. Maria Rosa e João Machado foram os pais de Tobias, Izaltina, Alencastro, Erandina, Ernestina, Napoleão, João, Antônio, Aparício e Olídio, todos com o sobrenome Menine Machado.  A família morava no Touro Passo, numa casa grande, de pedra, onde foi, mais tarde, residência  de Olídio e Jandira.  Como em toda casa de Menini, havia muitas plantas, gatos e cachorros.  Perto da casa, há um jazigo familiar onde estão sepultados meus tios.   

                                                                                             

Olídio Menine Machado e Aldiva Menine Guedes


"Quando eu era pequeno não sabia
Que cresceria.
Pelo menos não o sentia.

Naquela idade o tempo não existe.
Cada dia é a mesma mesa
Com o mesmo quintal ao fundo;
E quando se sente tristeza
Está tristeza, mas não se está triste.

Eu era assim
E todas as crianças deste mundo
Assim foram antes de mim."

Fernando Pessoa