terça-feira, fevereiro 14, 2023

" Chove chuva " em dia de pensamentos imprecisos

                                                                   US - Montanhas Rochosas
 

Chove em Torres há mais ou menos 24 horas. Minhas plantas e eu agradecemos muito. O desconforto que ainda me trazem as cicatrizes cirúrgicas, dificultam meu trabalho de jardinagem - mas vai passar! Já estive bem pior, bem mais doente. Relembro que participei, durante cinco anos, de trabalhos voluntários no sertão da Bahia, na divisa com Pernambuco, onde conheci os danos da seca, as alegrias da chuva e , paradoxalmente, a generosidade e a lindeza de um povo : uma  mescla da dor com a esperança. Conheci a estiagem em diferentes espaços - com  prejuízos, tristezas,  preocupações e , como se dizia no Touro Passo, com a dor no pescoço de tanto olhar as nuvens no céu. Temo a seca...e não me queixo do excesso de chuvas ...nem no inverno!



                                                                         Atacama - Chile


Acreditem que ando pensando em viajar, neste primeiro semestre de 2023? Já reviso anotações, examino mapas, calculo distâncias, relaciono regiões e cidades que eu gostaria de rever ... e fico mais viva e animada com isso. Estou consciente de que 2023 será o necessário tempo de ir devagar, sem corridas e atropelos, revendo conhecidos e amados lugares. O  Acordo de Schengen me permite permanecer  somente três meses , a cada seis de intervalo, em países que me interessam muito. Atualmente, pelas minhasv condições de saúde,  primavera e outono são as melhores estações para eu viajar - o que torna março e setembro os melhores meses para a ida. O retorno depende de como vou me sentir. Falta-me, portanto,  definir datas.



                                                                                    Egito


A decisão de viajar não tem a ver com tristeza ou alegria. Tem a ver, isto sim, com minha inquietude, minha ânsia de mobilidade, minha curiosidade pelo mundo e minha consciência da brevidade da vida, especialmente em tempo de maturidade, quando aceitamos a morte como a única certeza possível de ter.  Aprendi com Ronald  -  tantas foram as vezes que ele repetiu -  que  a felicidade não é geográfica, que ela é um estado de espírito que simplesmente vive dentro de nós e que a levamos conosco para onde formos. Posso lhes garantir, queridas pessoas, que estou boazinha, procuro ser gente do bem ( como dizia Pedro quando pequeno) e viver cada dia como se fosse o último ( e, como escreveu Millor Fernandes, um dia a gente acerta!)



                                                                     Salzburg  Áustria


" E é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta,
  porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta.
  E nada que se pareça com isso devia ser o sentido da vida...."

  Fernando Pessoa


sábado, fevereiro 04, 2023

" O próprio viver é morrer..."

 

                                                                 Aqui estou! Torres/RS

Morreu ontem Glória Maria, conhecida  jornalista da Rede Globo. Eu admirava sua competência, sua energia e sua precisão na linguagem. Me comoveu a morte e o caminho percorrido pela repórter, com todos os passos que bem conheço. Fez cirurgia. Fez radioterapia. Fazia hormonioterapia.  Dormi sensibilzada. Sonhei com árvores e flores que eu plantei, com espaços de que muito cuidei, com pessoas presentes na minha memória e saudade. Acordei tranquila, mas ....nostálgica.


                                                                            Bela União

Assim que acordei, fui informada pelo meu filho, que Cléber, meu sobrinho, havia telefonado cedo, para me avisar que Alberto Menine Conczviz morrera. Alberto era o caçula dos Guris do tio Mário, como chamávamos os quatro primos: Arnaldo , Adil, Aristóbolo e Alberto. Eram primos muito próximos e muito queridos por nós. Afetivos e gentis, dava gosto visitá-los ou receber visita deles. Eu gostava muito do tio, da tia Antônia  e dos primos e primas. Alberto, residia na casa antiga da família, no interior de Rosário do Sul. Ele muito me ajudou a relembrar  fatos e causos de nossos parentes, que estão já escritos  no Correndomundo. Tanto Alberto  como Rita Lisandra, filha dele, foram fontes preciosas e  parceiros frequentes na evocação e registro das lembranças da  família Menini/e.

                                                

                                                               Alberto Menine Conczviz

Estou triste! 

Dorme doce, inesquecível primo! Coragem e força, querida priminha Rita Lisandra. O imenso  amor que recebeste de teus pais e tios, bem como a admiração que eles tinham por ti e por teu trabalho, vão te acompanhar e confortar para sempre. Permanecerá a saudade e a gratidão pelo  que recebeste deles. Da minha parte, um abraço solidário e afetivo.


                                                          Alberto é o primeiro, á esquerda.

  • "O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela. ..."
  • Fernando Pessoa