quarta-feira, junho 26, 2019

Fotos de Viagem ( 2019/1 ) e Textos de Fernando Pessoa


Dalvinha e Elaine - excelentes companheiras de viagem - Paris

" Todo o estado de alma é uma passagem. Isto é, todo o estado de alma é não só representável por uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem. Há em nós um espaço interior onde a matéria da nossa vida física se agita. Assim uma tristeza é um lago morto dentro de nós, uma alegria um dia de sol no nosso espírito. E - mesmo que se não queira admitir que todo o estado de alma é uma paisagem - pode ao menos admitir-se que todo o estado de alma se pode representar por uma paisagem. Se eu disser "Há sol nos meus pensamentos", ninguém compreenderá que os meus pensamentos são tristes."

Fernando Pessoa


Bélgica


Assim, tendo nós, ao mesmo tempo, consciência do exterior e do nosso espírito, e sendo o nosso espírito uma paisagem, tempos ao mesmo tempo consciência de duas paisagens. Ora, essas paisagens fundem-se, interpenetram-se, de modo que o nosso estado de alma, seja ele qual for, sofre um pouco da paisagem que estamos vendo - num dia de sol uma alma triste não pode estar tão triste como num dia de chuva - e, também, a paisagem exterior sofre do nosso estado de alma - é de todos os tempos dizer-se, sobretudo em verso, coisas como que "na ausência da amada o sol não brilha", e outras coisas assim...

Fernando Pessoa


Espanha - Sevilha

De maneira que a arte que queira representar bem a realidade terá de a dar através duma representação simultânea da paisagem interior e da paisagem exterior. Resulta que terá de tentar dar uma intersecção de duas paisagens. Tem de ser duas paisagens, mas pode ser - não se querendo admitir que um estado de alma é uma paisagem - que se queira simplesmente interseccionar um estado de alma (puro e simples sentimento) com a paisagem exterior (...) "

Fernando Pessoa

Córdoba - Espanha

"Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. 


Madrid

Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero. Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também."

Fernando Pessoa


Toledo - Espanha

"Tenho fome da extensão do tempo, e quero ser eu sem condições."

Fernando Pessoa


sábado, junho 22, 2019

Recordando temporadas em Madrid ...


Roseiral de Buen Retiro



Este post sobre Madrid, assim como o anterior a ele, traz informações de visitas realizadas   ainda neste mês de junho de 2019, embora inclua também memórias e fotos de viagens à Espanha feitas desde 1993 - muitas delas com temporadas superior a dois meses. Ele  está sendo escrito enquanto planejo meu retorno ao País,  no próximo semestre..



Mercado de São Miguel

No post anterior ( https://correndomundo.blogspot.com/2019/06/madridpoa-dificil-hora-do-retorno.html ) , fiz referências  às atrações a leste da capital da Espanha , incluindo  Buen Retiro e , em sentido contrário,  o mercado de São Miguel. Retomo, agora, recordando o trajeto  à Catedral de Almudena e ao Palácio Real a partir da Praça Maior ( século XVII ).



Urso, símbolo de Madrid, na Praça do Sol.


Esclarecendo : quando chego a uma cidade que não tive tempo de estudar e preparar bem a visita, abro um mapa, tomo um táxi e peço que me deixe na frente da Catedral ou da Igreja Matriz. Já na igreja, estudo a sua localização. Sem erro! Ela vai estar, quase sempre, no centro da cidade e rodeada ou perto das principais atrações. Em Madrid, minha lógica não rende muito. Junto a  Almudena, apenas o Palácio Real e seus jardins. Verdade que são atrações também...



Jardins do Palácio Real


A Catedral, com fachada neogótica, impressiona pela grandeza e harmonia quando vista de seu exterior. O interior, todavia, sem maiores encanto, é sombrio e previsível. Há outras igrejas que merecem bem mais atenção, como a Colegiata de San Isidro Lavrador - que foi a Catedral de Madrid até que Almudena ficasse pronta - o Monastério de las  Descalzas Reales e a Igreja de São Ginés, uma das mais antigas de Madrid.



Catedral de Almudena

Muito próximo da Catedral, com arquitetura externa semelhante,  está o Palácio Real. Não tem as 2800 habitações com que foi sonhado e pensado, mas é um monumento neoclássico italiano elegante e de estrutura impressionante. Uma cerimônia bonita , nele realizada , é a troca de guarda, que acontece ao meio dia da primeira quarta-feira de cada mês, com exceção de agosto e setembro - somente uma vez eu assisti a ela. Há visitas internas, ao Palácio, que permitem, por exemplo, ver os imponentes Salão do Trono,  Salão Gasparini e Saleta de Porcelana. Na fachada norte, os Jardins de Sabatini oferecem espaços de rara beleza.


Proximidades do Palácio Real

Minha preferência, na área, está,  porém. concentrada na direção  contrária ao Palácio Real, a partir da Praça Maior, saindo pela grande porta que vai na direção da Colegiata de San Isidro, passando por ela e adentrando aos animados bairros de Latina e Lavapés. Aos domingos, deixe-se envolver pelo Mercado do Rastro, o maior da Europa e onde você pode passar por um habitante local, em meio a milhares deles.


Detalhe do Mercado do Rastro


Entre as praças de Madrid, que me trazem bonitas lembranças, destaco a Praça Espanha, quase ao final da Gran Via, seguida, nas minhas preferências, pela do Sol, das Cibeles,  da Villa, da Praça de San Andrés e da Praça Oriente. Deixei por último a praça que é o coração monumental da cidade, o ícone da Capital, testemunha de muitos e grandes eventos históricos. Refiro-me à Plaza Mayor, que presenciou coroação de reis, morte de condenados pela Inquisição, santificação de Santo Isidro e que presencia, diariamente, a chegada e saída de turistas e a vida cotidiana de madrileños. Não me sinto em Madrid sem percorrer a Praça Mayor - e aí tomar um café!.



Natal de 2015 - Praça do Sol

Reservo um espacinho para as flores, que estão por toda parte, mas se alojam muito bem no Passeio do Prado e no Buen Retiro. Fora isso, elas estão por toda a cidade, com simplicidade ou com imponência. Mudam de cor e de forma a cada estação, mas oferecem o melhor de si à beleza e à estética. Podem surgir em grandes árvores, arbustos ou pequenos canteiros. Maio é um bom mês para admirá-las.



Beleza, forma e cor...e algumas até perfumada...


Hummmm....E a comida? Melhor mostrar uma foto...



Paella de mariscos


Mas, independente de detalhes, minha paixão é pelo conjunto, Madrid e seu entorno. Estando na Capital, com pouco mais de uma hora de trem, pode-se fazer um bate-e- volta a outras cidades lindas, como: Segóvia, Toledo, Ávila, Aranjuez, Alcalá de Henares, Cuenca, Palência, Valladolid e Siguenza.
Com um pouco mais de tempo, pode-se ir a outras, como Burgos, Leon, Cordoba, Sevilha, Málaga e a mais bela que conheço, Granada. Para essas eu desaconselharia um bate-e-volta - melhor reservar hotel.



Granada

Em https://correndomundo.blogspot.com/2017/03/sugestao-de-roteiro-de-viagem-05.html      ou em https://correndomundo.blogspot.com/2017/03/sugestao-de-roteiro-de-viagem-04.html      estão algumas  sugestões de roteiros pela Espanha. Isso me faz lembrar que, há quase um ano, tive um sobressalto quando pensei que não era hora de morrer porque eu não havia visto  nem Teruel, nem Arcos de la Frontera. Reduzi, a partir desse dia,  o " ainda morro e não vi tudo" para " ainda morro e não vi nem dez por cento".


Ronda, bela cidade da Andaluzia

"Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longinquo."

Fernando Pessoa

Festa de Santo Isidro - 2017

Flamengo em Granada - Las Cuevas de Sacromonte


domingo, junho 16, 2019

Fernando Pessoa (Texto) - Fotos ( Dobraduras Portuguesas)

Dobraduras na parede
.
"Depus a máscara e vi-me no espelho
Era a criança de há quantos anos,
Não tinha mudado nada...



Dobraduras na parede

É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que fica,
A criança.



Dobraduras na parede

Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sou a máscara.



Dobraduras na parede

E volto à normalidade como a um término de linha."


Fernando Pessoa


Dobraduras na parede



quarta-feira, junho 12, 2019

Madrid/POA : a difícil hora do retorno

Madrid - Palácio Real

Há mais de 25 anos, frequento a Espanha, que está entre meus dez países preferidos. Sinto-me como se eu vivesse em Madrid, ali mesmo, na Gran Via,15, no Hostal Avenida, na casa de Marisol, minha querida amiga. Meu pertencimento é  total - daí minha dificuldade de retornar. E, neste semestre, ao contrário dos anteriores, só fiquei lá por um mês. Penso, no entanto, voltar em setembro.


Gran Via

Assim que chego, começo a rever lugares da cidade e observar as mudanças ocorridas, como os bancos e árvores na Gran Via, a renovação de alguns prédios e de alguns pontos de iluminação. Caminho pelo Passeio do Prado, percorro o Buen Retiro,  ando por Atocha, paro em cafeterias de há muito conhecidas, mas, principalmente, curto a ausência do medo, aproveito minha familiaridade com a língua,  fotografo e amenizo saudades. Tudo feito com transbordante alegria.


Decoração de ruas no ano passado

Ao passear pela Gran Via, com suas altas fachadas Belle Epoque, é  interessante dar atenção ao edifício da Telefônica e ao Metropolis.  Ícones locais. Há, nas proximidades do Passeio do Prado e na sua sequência e em tantos  lugares  que não se pode deixar de admirar, a Caixa-Fórum com seu jardim vertical, o Museu Thyssen-Bordenemisza, o Centro de Arte Reina Sofia e o grandioso Museu do Prado, onde Velasquez, Goya, Picasso , Zubarán e El Greco, e tantos outros, tornam-no obrigatório e inesquecível.


                                       Metropolis, esquina da Gran Via, construído em 1905.


Além dos museus referidos - Prado, Thyssen e Reina Sofia - nas proximidades, está a Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, onde estudaram Picasso e Dalí e onde estão muitas obras de Goya, Picasso Zubarán e Velázquez. Alberga impressionantes coleções. Nas quarta-feiras, a entrada é grátis. Esta é uma área toda - chamada às vezes de Milha de Ouro -  com acentuada importância arquitetônica, incluindo nela a Estação de Atocha.


Edifício da Caixa - Fórum

Encanta-me não só entrar à direita, seguindo pelo Passeio do Prado, mas também seguir direto,  a leste, passando pelas Cibeles, pelo antigo Palácio das Comunicações, fazendo stop numa cafeteria ótima, numa esquina já perto de Buen Retiro, e, depois, acessar o portão desse agradável e magnífico  Parque, com mais de 120 hectares muito arborizados, com muitos monumentos e jardins admiráveis, como o roseiral neste período do ano.


Elaine, minha sobrinha, no roseiral do Retiro.

Em Retiro, como é conhecido, há muitas e variadas estruturas lindas, entre elas o Palácio de Cristal, que abriga exposições temporárias; o monumento a Afonso XII, a Fonte Egípcia e o Palácio de Valázquez. Minha escultura preferida , principalmente pelo ineditismo, é a do Anjo Caído, uma das duas que conheço e que representam Lúcifer , o  Diabo.


Anjo Caído - bela imagem no Buen Retiro

Nas minhas rotinas de caminhada, saio de  casa, pelo lado oposto à direção de Retiro e tenho, a menos de 50 metros, a estação de metrô Gran Via, atualmente fechada  para recuperação e modernização. Se continuar pela Montera, três quadras e alcaço a Praça do Sol. Quase sempre, dobro à direita e caminho até a icônica Praça Maior - ou antes , entrando novamente à direita, almoço no 7o.andar de El Corte Inglês...segundo dizem, o magazine preferido dos brasileiros.


Proximidades de El Corte Inglês


Nesta área, encontro uma das maiores  tentações da noite de Madrid : a Chocolateria de San Ginés que serve delicioso chocolates com churros. Os turistas costumam lotar este grande estabelecimento no final da tarde; já os madrileños costumam comer churros de madrugada, depois da movida - caminhada de bar em bar para beber e comer tapas. www.chocolateriasangines.com


Em 2018, em San Ginés

Perto da Praça Maior, está o Mercado San Miguel, um dos mais antigos e bonitos de Madrid, cujas tapas são deliciosas - só vejo nele um problema: gente demais, a qualquer dia ou hora. Do Mercado, pode-se ir caminhando até o Restaurante Sobrino de Botín, fundado em 1725 e, segundo o Guinness, o mais antigo do mundo.


Eu, devidamente vestida para a Festa de Santo Isidro, na Praça maior (2017)

Há muito o que contar sobre Madrid. Continuarei a escrever e continuarei a planejar outra viagem para a Espanha ainda em 2019. Marisol e Nicole gracias por tudo. Esperem-me no segundo semestre. Como sempre, foi ótimo estar com vocês. Minhas sobrinhas e eu agradecemos.


Dalvinha, minha sobrinha e afilhada, no Roseiral do Retiro.

" Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
............................................
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia,
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo."

Fernando Pessoa


Mercado de San Miguel

quinta-feira, junho 06, 2019

Retorno ao Brasil: Relatório ou texto de agradecimento?

Lisboa

Relatório ou texto de agradecimento? Tanto faz. É  o que tenho hoje vontade de escrever. Em junho do ano passado,  quando recebi o diagnóstico de que eu estava com câncer de pulmão - o mesmo que matara, há pouco tempo,  minha irmã e meu irmão,   com menos idade do que eu - pensei imediatamente: não vou poder viajar. 



Lisboa

Lembrei-me  de Amyr Klink - ele escreveu que o maior medo do navegador é não poder partir. E eu estava com viagem planejada para o início da primavera. Senti medo intenso de não poder partir ... nem em setembro, nem nunca mais. Passados  cirurgia e  período de recuperação, alimentando-me da confiança nos meus médicos - Paulo Teixeira, Spenser Santiago e Ricardo do Amaral - recomecei a fazer projetos e já comecei a executá-los. Não há texto que traduza minha gratidão a esses sensíveis e competentes jovens.



Espanha - Segóvia

Assim, no início de maio, viajei, com Elaine e Dalva, minhas sobrinhas, para a primeira viagem pós-susto. Pela TAP, fomos de Porto Alegre a Lisboa, onde fizemos um stopover de cinco dias - com muitos passeios pela capital e arredores.  As meninas foram excelentes companheiras o tempo todo: solícitas, afetivas e solidárias comigo. Agradeço-lhes muito por esse precioso convívio.



Dalvinha e Elaine em Paris

De Lisboa, sempre pela TAP, fomos para Madrid, onde reencontrei amigos que tanto demonstraram atenção e solidariedade no período de minha cirurgia e recuperação. Foi um feliz encontro reciprocamente. Na Espanha, acompanhei minhas sobrinhas a cidades de que gosto muito, como Córdoba, Sevilha, Toledo e Segóvia. Minha paixão por esse país só aumenta.



Espanha - Toledo

Admiro Paris, mas não o amo de paixão. Ir à Capital da França, entretanto, eu encaro como um dever a cumprir, especialmente quando estou com pessoas que não a conhecem. A novidade da vez foi um dia todo dedicado ao Museu D`Orsay. Delicado e deslumbrante. Como gosto muito de esculturas, não conseguia afastar-me de lá. De resto, gosto de rever lugares, especialmente pelas memórias evocadas - como meus passeios, por parques e praças, com Ronald e Mile.



Paris - Museu D`Orsay

Não posso virar a cabeça para aquele lado sem incluir a Bélgica. Fomos, de trem é óbvio, a Bruxelas, a Bruges e a Antuérpia. Longas caminhadas, com chocolates, batatas fritas e algumas comprinhas - lá mora a Kipling por exemplo. Bateu-me saudades da Alemanha - e eu precisava comprar aspirina! fomos, então, a Aachen, uma cidade entre três fronteiras. Da Bélgica, retornamos diretamente à minha Madrid, pela Ryanair - companhia que faz a gente expiar culpas ou pagar pecados.



Bélgica

O mais relevante nesta viagem, além do precioso convívio com minhas sobrinhas, foi ter conseguido partir, relembrando sempre que eu estava viva, podia caminhar, ver, escutar, respirar, rir e chorar. Voltei agradecida por ter ido, ter encontrado Lúcia, Guiga, Rui,  Arlete, Marisol, Nicole e tantos conhecidos, como o pessoal das cafeterias, onde sou assídua frequentadora.
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Lúcia e eu - amizade que permanece ao longo do tempo.

Como meu medo maior e não poder partir, cheguei já planejando voltar - preciso ir à Romênia, à Armênia e à Georgia, no segundo semestre.  Iniciarei logo um recorrido aos médicos que me tratam e  um treinamento que me permita melhores condições físicas, pois sinto ainda alguns problemas respiratórios. Não aprecio alimentar esperanças seja de que for; aprecio, no entanto, ter a realidade e a lucidez como companheiras. 



A Dalvinha e Elaine, minha gratidão.

Com muito carinho, agradeço as mensagens de tanta gente que me acompanhou nesta e em todas as outras viagens. Pretendo escrever com mais dedicação e pontualidade aqui, no Correndomundo. Tenho muito o que contar. Aguardem minha preguiça passar! 



Item de um mural em Lisboa
Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos..." Amyr KlinK