Chove em Torres há mais ou menos 24 horas. Minhas plantas e eu agradecemos muito. O desconforto que ainda me trazem as cicatrizes cirúrgicas, dificultam meu trabalho de jardinagem - mas vai passar! Já estive bem pior, bem mais doente. Relembro que participei, durante cinco anos, de trabalhos voluntários no sertão da Bahia, na divisa com Pernambuco, onde conheci os danos da seca, as alegrias da chuva e , paradoxalmente, a generosidade e a lindeza de um povo : uma mescla da dor com a esperança. Conheci a estiagem em diferentes espaços - com prejuízos, tristezas, preocupações e , como se dizia no Touro Passo, com a dor no pescoço de tanto olhar as nuvens no céu. Temo a seca...e não me queixo do excesso de chuvas ...nem no inverno!
Acreditem que ando pensando em viajar, neste primeiro semestre de 2023? Já reviso anotações, examino mapas, calculo distâncias, relaciono regiões e cidades que eu gostaria de rever ... e fico mais viva e animada com isso. Estou consciente de que 2023 será o necessário tempo de ir devagar, sem corridas e atropelos, revendo conhecidos e amados lugares. O Acordo de Schengen me permite permanecer somente três meses , a cada seis de intervalo, em países que me interessam muito. Atualmente, pelas minhasv condições de saúde, primavera e outono são as melhores estações para eu viajar - o que torna março e setembro os melhores meses para a ida. O retorno depende de como vou me sentir. Falta-me, portanto, definir datas.
A decisão de viajar não tem a ver com tristeza ou alegria. Tem a ver, isto sim, com minha inquietude, minha ânsia de mobilidade, minha curiosidade pelo mundo e minha consciência da brevidade da vida, especialmente em tempo de maturidade, quando aceitamos a morte como a única certeza possível de ter. Aprendi com Ronald - tantas foram as vezes que ele repetiu - que a felicidade não é geográfica, que ela é um estado de espírito que simplesmente vive dentro de nós e que a levamos conosco para onde formos. Posso lhes garantir, queridas pessoas, que estou boazinha, procuro ser gente do bem ( como dizia Pedro quando pequeno) e viver cada dia como se fosse o último ( e, como escreveu Millor Fernandes, um dia a gente acerta!)
" E é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta,
porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta.
E nada que se pareça com isso devia ser o sentido da vida...."
Fernando Pessoa
porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta.
E nada que se pareça com isso devia ser o sentido da vida...."
Fernando Pessoa
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