terça-feira, outubro 12, 2021

Netos de Tobias/Filhos de Constância ( Pina)



                              Tio Maurelino, Tia Pina e filhos - netos de Tobias Menini
( em ordem cronológica )


Lamento o pouco convívio que eu tive, tanto na minha infância, quanto na minha adolescência, com meus primos - Sary, Ênio, Ary, Aracy, Élio, Oly e Dileta, filhos de Tia Pina e de tio Maurelino. Certamente isso aconteceu porque era difícil, naquele tempo, ir de Touro Passo a Alegrete, onde eles moravam, e vice-versa.   A BR 290, que tornou fácil o percurso entre os dois municípios, só foi construída bem mais tarde, em meados dos anos 60. Antes da construção da BR, uma vez por ano somente, por uma estrada de chão batido, meu pai ia à Cooperativa Alegretense de Lãs, acompanhar a entrega do produto da esquila de suas ovelhas. Eram viagens longas, de muitas horas, daquelas que precisavam levar até fiambre..


                         Tia Pina com o filho Ary Menine de Aguiar e os familiares dele.

                                 

Deny Menine, um dos filhos de Tio Quincas, muito cedo foi morar com os tios Maurelino e Pina, na propriedade rural deles, em Lajeado Grande, município de Alegrete. Foi Deny que me  falou sobre as excelentes habilidades culinárias da minha tia, que, segundo ele, sabia fazer - e ensinar a fazer - o melhor pão e o melhor queijo que ele experimentou. Era também tradicional, na zona rural,  a preparação de doces, com as frutas de verão, para serem  guardados e consumidos no período chuvoso e frio do inverno gaúcho - tarefa comum às minhas tias e à minha mãe. Eram tachos de figada, pessegada e marmelada  em que nós, crianças, tínhamos participação ativa no trabalho, fosse descascando as frutas, fosse mexendo os doces para não queimar. Guardados em caixas, geralmente de madeira, muitos quilos desses doces esperavam pela estação mais fria do ano - costume ainda mantido em algumas partes da Europa.


Tia Pina, três filhos e uma sobrinha.


Os filhos de Tia Pina sempre foram muito elogiados pela boa educação, atenção e solidariedade para com os parentes. Sary, o mais velho, e sua esposa Maurícia tiveram uma pensão em Alegrete e desempenharam importante papel social, recebendo e orientando os parentes moradores de área rural. Naquele tempo, quando se perguntava a uma pessoa se ela ia frequentemente a Rosário ou a Alegrete, a resposta indicava a razão por que ela ia à cidade : " graças a Deus, quase não vou lá; ando bem; tenho muito boa saúde." Sary era muito prestativo e ajudava a todos em suas dificuldades urbanas. Aracy, por um tempo, morou em Rosário. Foi ele quem foi ao Cartório fazer a declaração de óbito de meu pai. Dileta me emprestou, durante uma visita que fiz a eles em Alegrete, uma blusa que estava na moda - assim, eu não demonstraria ser uma menina da campanha. Os demais primos - irmãos, que eu pouco conheci, quis, o desenrolar da vida, que eu conhecesse filhos deles e pudesse sentir, na semente da solidariedade, o legado de seus pais. Assim, conheci o filho do Ary, Marcial Renato, quando foi me visitar na Santa Casa, em Porto Alegre, em um momento de intensa fragilidade minha; conheci o filho de Oly, João Batista, que me ofereceu preciosa ajuda, traduzida em informações e documentos, quando eu estava por desistir de escrever o Família Menini/Menine; conheci a filha do Ênio, que sempre foi muito amável e atenciosa comigo; no funeral de meu irmão, encontrei famíliares do Beto, amigo nosso, filho do Élio. Sim! a semente germina; o exemplo influi...


                                     Dileta e Oly Menini de Aguiar -  bonitas pessoas.

Os Menini/Menine de Aguiar, meus primos-irmãos, como era comum na época, permaneceram morando na região . A única exceção foi Oly, o caçula dos seis meninos,  que, tendo seguido a carreira militar, residiu em outros estados brasileiros, fixando-se, mais tarde, em Porto Alegre. Atualmente, só Dileta vive - está com 87 anos e continua residindo em Alegrete. Sinto não haver convivido, por circunstâncias históricas e geográficas, com todos os meus primos.


" Bendito seja o mesmo sol de outras terras 

  Que faz meus irmãos todos os homens

  Porque todos os homens, um momento no dia, o olham como eu..."

Fernando Pessoa 


PS . 1) As fotografias que estão neste post e que já foram publicadas em outros, serão, posteriormente, trocadas. Estou aguardando fotos que ainda me serão enviadas.

         2) agradeço muito ao primo Marcial Renato pelas preciosas fotografias que me mandou.


5 comentários:

  1. Parabéns Aldema, por estares perpetuando a memória histórica da nossa família. Afetuoso abraço,do primo João Batista.

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  2. Obrigada, João Batista. Tuas informações foram preciosas. Grande abraço. Aldema

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  3. Que lindo. Adorei. Obrigada por compartilhar preciosas informações sobre nossos familiares.

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  4. Prima,ficou muito as tuas postagens, vão servir muito para os descendentes pesquisar e conhecer um pouquinho dos nossos familiares e antepassados. Brilhante trabalho.Estou compartilhando.Um abraço.

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  5. Marcial Renato Estivalet de Aguiar7:17 AM

    Obrigado Aldema por este trabalho e preocupação de deixar um legado histórico, da nossa decência familiar, que continues sempre com essa positividade e espiritualidade que só nós proporciona crescimento de conhecimento de quem somos. Um abraço e a nossa gratidão.

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