domingo, julho 11, 2021

Família Menini/Menine/Minini _ Apresentação ( possível ) do Livro

 

Para leitores do Correndomundo, familiares e amigos.

a ) Publico hoje o primeiro texto do livro sobre minha família, impulsionada pela instabilidade do viver neste período, quando mais de meio milhão de brasileiros já morreram por covid19. Estamos em 11 julho de 2021. Apressa-me não só o medo da morte, que se avizinha assustadoramente, com a perda de parentes, amigos e vizinhos, mas também o medo das sequelas - incluindo as neurológicas - que sabemos possíveis;

b )  penso, na sequência, ir postando outros textos que já considero quase prontos, garantindo, assim, a autoria e a divulgação deles;

c )  por essa razão, interrompo a publicação de parte do roteiro que penso fazer quando estiver mais seguro, e passo a postar, no Correndomundo, como um folhetim ou uma novela em capítulos, os textos do livro - ainda sem título - sobre a minha família paterna, desde os meus bisavós até meus irmãos e primos;

d )  agradeço aos leitores do Correndomundo que, de alguma maneira, me cedem espaço para que eu escreva sobre outra viagem, e não àquela que interessa a nós, aventureiros, turistas, viajantes e afins...

e )    deixo-lhes,  com carinho, a sabedoria de uma oração Celta: 

"Que eu tenha hoje, e a cada dia
A força dos céus
A luz do sol
O brilho da lua
O resplendor do fogo
A agilidade do vento
A profundidade do mar
A estabilidade da terra
E a firmeza da rocha."


                                                               Aldema Menini Mckinney


TEXTO 1

APRESENTAÇÃO


                                                                 Tobias Menini


Este livro é dirigido aos descendentes da Família Menine/Minini/Menini, em especial aos meus netos e bisnetos que tenho ou que terei um dia. Está sendo escrito, em março de 2020, durante a quarentena determinada, no mundo, pela pandemia do coronavírus - disseminada, obviamente, por toda parte, até em Torres, cidade litorânea onde estou, na minha casa de praia, em isolamento social por ora  voluntário. 


Foi escrito para ser lido quando a nossa geração for lembrança e saudade como hoje o é para nós a geração de nossos pais e avós.É um livro de família  sobre a minha família. Ao escrevê-lo, cumpro um compromisso assumido principalmente comigo mesma.


Muitas vezes, ao conversar com parentes, crianças,   adolescentes, jovens ou até mesmo adultos, constatei que eles quase nada sabiam sobre nossos ancestrais, os seus antepassados, pois tinham poucas informações sobre seus avós e bisavós; não diferenciavam às vezes se eram parentes maternos ou paternos;  confundiam nomes e graus de  parentesco - mas a todos eles encantava o tema. Ouviam atentamente as histórias que eu lhes contava. Perguntavam muito e me contavam o pouco que sabiam e que oralmente lhes fora transmitido. 


Sempre fui, desde criança, bastante curiosa. Buscava, avidamente, informações da minha família e do mundo ao meu redor. Não entender algo ou não conseguir amarrar as pontas ou não esclarecer o que me parecia  misterioso, passava a ser um problema meu, que devia  ser esclarecido e resolvido. Acumulei , assim, dados e histórias ao longo do tempo. Com o decorrer dos anos, passou a angustiar-me o fato de que eu não estava transmitindo, com um mínimo de organização,  para os mais novos,  as minhas lembranças e  informações. Decidi, por isso, escrevê-las.


Desde muito criança,  tenho  interesse e atração por lugares distantes e diferentes - embora os conceitos de distante e diferente fossem bem limitados para quem só conhecia Rosário do Sul e Alegrete. Algumas pessoas, como Aldina, minha irmã mais velha, e Arnaldo, meu primo, contaram-me, entretanto, que, quando eu era ainda uma menininha, gostava de olhar mapas e revistas, à procura de outros "lugares do mundo" e afirmando que um dia eu ia viajar por todos eles ( ainda não tinha ideia do preço das passagens e das hospedagens!).


Recordo também a atração que sobre mim exerciam as pessoas que eu identificava como vindas de lugares distantes. Assim eu via Gringo Elíseo, mascate que vendia quinquilharias e remédios homeopáticos;Turco Said, que mascateava roupas, perfumes e cortes de  tecido; Dom Manuel, um fotógrafo espanhol que tinha uma câmera igualzinha as que ainda encontro na Praça Principal de Segóvia, na Espanha.Graças a Dom Manuel, tenho fotos minhas, de minha família próxima e de quase todos os parentes. Parece que tudo isso contribui para que eu começasse pelos Menini.


De certa forma, este livro foi escrito coletivamente. Sou a autora do texto final , mas eu o apreendi ao longo da minha vida, nas conversas com a família, que inclui muitos dos meus parentes. Foi uma alegria toda a construção que começou a ser feita, principalmente a partir de 1997 - ano em morreu minha mãe, eu me tornei professora aposentada da Universidade Federal de Santa Maria ( UFSM ) e passei a viver na Bela União.


Tive disponibilidade e tempo de rever muitos de meus primos, conhecer seus filhos e netos, dedicar horas e horas ao fluir das lembranças, aos diálogos sem pressa e aos registros sem pressão institucional, com total ausência de prazos, roteiros e formulários a preencher - como sempre tive na minha vida profissional.


Esse tempo de busca e organização de informações e fotografias foi um longo e bonito encontro com minha infância, com a memória de meus antepassados, com laços familiares e afetivos que se tornam mais fortes à medida que nos tornamos conscientes de que a maior parte de nossa vida já se foi e de que o tempo que nos resta é bem menor do que o tempo vivido.






5 comentários:

  1. Boa noite, tenho muita curiosidade em obter informações sobre o nosso antepassado, sou do Rio de Janeiro, meu avô desembarcou no Espírito Santo, tenho curiosidade em saber, que ponto os Meninis do Sul, encontra com os do Espírito Santo.

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  2. Paulo, Obrigada por acompanhar meu blog. Também eu tenho muita curiosidade em saber quando encontraremos nossos antepassados comuns.Se souberes ou conseguires saber o nome de teu avô ou o ano em que ele chegou ao Rio, procurarei encontrar mais informações para ti. Grande abraço

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  3. Parabens Aldema, faz um resgate que servirá para as próximas gerações !! Bj

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  4. Anônimo2:17 AM

    Bom dia, meu nome é Jane, sou de Castelo E.Santo, eu conheci alguém q foi muito especial pra mim de sobrenome Minini ,ele era filho do Sr: Natalino Minini ,ele foi para o Rio de Janeiro trabalhar em 75 ,em 1976 eu fui morar no Rio e em 1978, eu o encontrei por duas vezes, em Santa Cruz, mas não lembro o endereço e foi lá q fiquei sabendo da partida dele num acidente, mas até hoje não sei se isso aconteceu mesmo. Mas eu tenho uma lembrança, uma foto dele comigo q guardo com carinho, meu primeiro amor q nunca esqueci.

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  5. Lamento , Jane, mas não pertence à minha família, ou seja, ao descendentes de meu avô.Lamento também a tua perda....mas a vida é assim: uma sucessão de chegadas e partidas. Carinhoso abra meu.

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