sábado, dezembro 14, 2019

Saara : dormindo no Acampamento Café du Sud,nas Dunas de Erg Chebbi, em Marrocos.

                                                                     Nossa "habitação"


Dormir em um acampamento nômade,  no deserto,  foi uma decisão em favor de Pedro, mas compartilhada por mim e pela minha amiga Isolda. Como eu já havia estado no Saara, tanto em Marrocos, quanto em outros países,  o cenário circundante não me surpreendeu - mas era realmente de emocionante beleza. Estávamos cansados, pois a distância de 560 km, entre Marrakesh e Merzouga, apesar de fantástica, consome em torno de 9 h de carro. Merzouga está a 50 km da fronteira da Argélia. Saliente-se, de início, que a região tem um povo gentil e preparado para o turismo internacional.


Esperando o por do sol...

Na chegada ao acampamento, um perrengue  inesperadoAo fazer a reserva para o acampamento, escolhi uma habitação standard - o normal das minhas escolhas. Quando chegamos - final da tarde se aproximando - verificamos que o calor  era insuportável no apartamento escolhido e que era sem ar condicionado. Imediatamente comunicação ao motorista que  iríamos pernoitar num hotel próximo ao acampamento.


Apartamento Standard

O motorista comunicou nossa decisão ao administrador do acampamento, um senhor  bastante gentil,  que  nos procurou com a proposta de que fôssemos para uma suite, com melhores instalações e ar condicionado, sem alterar o preço já pago.  Prontamente aceitamos. Tudo resolvido - fugimos,  de imediato, do calor que nos assombrava.


Tapetes na areia...para turistas mesmo...

Ao final  da tarde, com o retorno de muitos turistas que, em camelos ou carros especiais, percorriam as dunas altas das imediações, o número de pessoas aumentou bastante no acampamento. Pelas línguas que eram ouvidas, sabiam-se que muitos países do mundo ali se faziam presentes. O anoitecer é um espetáculo único. As areias parecem douradas. O silêncio impressiona.  Agradeci aos céus por haver sobrevivido no ano anterior. Minha vontade era somente agradecer e dormir sem esperar o jantar...


Jantar leve e delicioso!

A curiosidade, contudo, foi mais forte - eu queria saber o que serviriam num jantar preparado  em lugar tão longe de tudo. Assim que um aviso sonoro veio do salão onde as refeições eram servidas, as pessoas se aproximaram da grande mesa em que se via um variado e colorido buffet. Logo fui atraída pela tâmaras,   grandes e doces, parecendo recém colhidas. Lembrei-me logo das tamareiras que eu havia admirado na região. Bastavam-me as frutas, mas havia ainda saladas, tortas e carnes. Delicioso jantar.


Competente a administração e supervisão deste senhor

Após o jantar, com sobremesa e café, as viajantes foram-se acomodando no espaço central, iluminado com pequenas fogueiras. Aos poucos, a música berbere foi tomando espaço e contagiando a todos com seu ritmo - os músicos, pareceu-me ,  eram também funcionários do acampamento. Conto só o início da festa porque dormi logo,logo...e despertei-me na manhã seguinte, pensando em café!


Saara

Percebi que muita gente andava  até as dunas mais altas para ver o nascer do sol... Certamente levantaram de madrugada. Mas eu dormi bem mais. Estava um pouco frio...esfriara durante a noite - estávamos no deserto! E eu estava um pouco cansada. Banho delicioso e revigorante. Café da manhã,  farto e delicioso.  Hora de partir e encarar outra longa viagem em estradas cênicas e  nada monótonas.


Funcionários do acampamento com trajes típicos

Havíamos visitado, em Merzouga, no deserto, as Dunas de Erg Chebbi, consideradas as mais bonitas de Marrocos. Havíamos dormido - e muito bem - em um acampamento bérbere. Preparávamos , então, para vencer os 470 km entre Merzouga e Fez. A estimativa de tempo eram sete horas...porém tínhamos planos de  stop em sítios interessantes.  Estávamos bem e dando : gracias a la vida..."                                                                             

Recomendo este passeio!
E para concluir...

... conta a lenda  que as Dunas de Merzouga são o resultado de um castigo divino, infligido  aos habitantes do antigo povoado de Merzouga,  que estavam celebrando uma festa e , por isso, se negaram a acolher uma mulher e seus filhos, todos cansados e doentes e que morreram por não receber auxílio. Logo depois, uma furiosa tormenta de areia se levantou e cobriu por completo o povoado e seus habitantes. Desde então, ao meio dia, escutam-se gritos saindo das imensas dunas que se formaram por sobre as habitações e as pessoas.


Foto by Isolda Branco



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