Basílica de Santo Antônio |
Levando muito a sério minha missão de Santa Avó, como diz o Pedro, mostrando a ele o máximo de lugares que me parecem significativos, saímos cedo de Veneza para estar todo o dia em Padova, que dizem ser a cidade mais antiga da região, citada em Eneida de Virgílio. A cidade está a 40 km de Veneza e a 30 km de Vicenza.
Pedro decidindo se leva ou não uma vela para Il Santo |
Começamos nosso roteiro pela Basílica de Santo Antônio de Padova ( ou Pádua ) ou Santo Antônio de Lisboa, já que era um frade português. Apesar de todos os seus feitos e milagres, ficou mesmo conhecido como santo casamenteiro - é a ele que se dirige toda pessoa que busca um marido ... ou uma esposa. A Basílica é grandiosa, com belíssimas obras de arte. Lamento que seja proibido o uso de câmeras ali.
Detalhe da Basílica de Santo Antônio |
Após demorada visita à Basílíca, fomos traçar esta cidade, onde Galileu Galilei viveu 18 anos de sua vida e onde William Shakespeare ambientou parte da história de A Megera Domada. Na praça em que está o Palazzo della Ragione, construído em 1218, encontrei um mercado de flores e frutas - algo que me fascina.
Radiccyio rosso di treviso |
Porque nos faltou horas no dia, não visitamos o Jardim Botânico de Padova - Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Criado em 1545, é o Jardim Universitário mais antigo do mundo. Está cercado por muralhas e tem 22 mil m2. Segundo li, são valiosas suas coleções de plantas medicinais e venenosas, plantas carnívoras e plantas suculentas. Entre as plantas aquáticas, encontra-se uma Vitória Régia.
Alcachofra |
Andar por Padova já é uma festa. Cidade elegante, tranquila, mas, ao mesmo tempo, vivaz por conta dos muito jovens que nela moram ou por ela transitam. São mais de 60 mil estudantes na Universidade de Padova - uma Universidade sólida e bem conceituada , fundada em 1222, a segunda mais antiga da Itália. Diz-se que a mais antiga da Itália e do mundo é a Universidade de Bologna - embora não exista consenso quanto a ser a mais antiga do mundo.
Centro Histórico |
Meu amigo César Bento, lembrava-me hoje que a palavra patavina - que usamos em expressões como não entendi patavina do disseram - é herança que recebemos da Universidade de Padova através do lema que sempre a caracterizou: Universa universis patavina Libertas. Foi esse espírito da liberdade de expressão e cultura, que levou um grupo de estudantes e professores a deixarem a Universidade de Bologna e transferirem-se para Padova, em busca de liberdade acadêmica. Inicialmente, só havia a Faculdade de Leis, que abrangia Direito Civil, Direito Canônico e Teologia.
Uma das entradas da Universidade |
Algumas vezes estive em Padova para visitar exposições de arte. A cidade sempre é pródiga em mosras de qualidade e beleza. A minha utopia de que a arte deveria estar em espaços públicos para que um maior número de pessoas tivesse acesso a ela, faz-me admirar ainda mais essa cidade e retornar quando posso. Em especial, gosto das esculturas.
Arte nas ruas |
Pedro e eu fizemos uma longa caminhada por Prato della Valle, uma das maiores praças da Europa, margeada por duas fileiras de estátuas e cercada por um canal de formato oval. A névoa, já presente naquela hora, emprestava sua beleza e uma certa magia ao lugar.
Prato della Valle |
Ao fundo da Praça - Prato della Valle - está a Basílica de Santa Giustina, também padroeira da cidade, assim como Santo Antônio. As duas basílicas - de Giustina e de Antônio - são as igrejas mais importantes da cidade, até mais visitadas do que a Catedral.
Pedro , com frio, em Prato della Valle |
Conforme conta a tradição, Giustina era uma aristocrata, natural de Pádova, que se negou a seguir ritos pagãs e foi, por isso, martirizada, sendo assassinada com espadas, por soldados de Deocleciano. Está sepultada junto ao altar principal da Basílica que leva seu nome.
O Palazzo della Ragione - que pode ser visto, à direita, nas duas fotos acima - é imponente e de grande importância arquitetônica para a cidade. Foi construído no meio do Centro Histórico, no local onde funcionava um mercado. Erguido, dividiu o espaço, fazendo surgir duas praças: a Piazza delle Erbe e a Piazza della fruta. Interessante que, mesmo sendo de 1218, continua, ainda hoje, junto a um grande mercado de rua.
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