sábado, maio 30, 2015

Rabat, discreta e elegante.


Detalhes - muito marroquinos -  em Rabat
Lugar fortificado - esse é o significado da palavra Rabat , denominação da  encantadora capital de Marrocos. É a segunda maior cidade do País, com cerca de três milhões de habitantes. Declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 2012, em razão dos bens culturais que abriga, como  o Mausoléu de Mohammed V .

Praça
Fundada em 1150 por um Califa ( esqueci o nome dele! ), que construiu ali, inicialmente, uma fortaleza, uma mesquita e uma residência. Sua história, entretanto, começa bem antes, há dois mil anos, quando era uma apenas uma escala para os navegadores fenícios.

Bandeira de Marrocos 
Na sequência, vieram os romanos, que fundaram a mais meridional das suas cidades :Sala. Depois, os bérberes e os muçulmanos. Os bérberes inicialmente abraçaram o Islamismo, mas, pela sua formação independente, não seguiam os dogmas - o que levou os  muçulmanos a separarem-se e construírem a sua fortaleza fortificada: Rabat.


Rabat hoje
Banhada belamente pelo Oceano Atlântico, a elegante tornou-se cidade imperial em 1160 e foi capital do Protetorado Francês em Marrocos entre 1912 e 1956. Localiza-se a 93 Km de Casablanca. Desde a Independência, em 1956, Rabat tornou-se a capital da nação marroquina. O rei Mohammed VI tem , nesta cidade, a sua principal residência. 

Mausoleu de Mohammed V
Há muito o que ver em Rabat - o que pode ser feito  com tranquilidade, pois até o trânsito aqui não é caótico. A cidade contém duas zonas bem diferenciadas: a Medina ( medina = cidade ) plena de vitalidade e de imagens pitorescas; e a cidade nova, que se caracteriza pela moderna urbanização.Imperdível a visita ao Mausoleu de Mohammed V. 

Mesquita próxima ao palácio real
As construções árabes sempre me emocionam porque penso em quantas pessoas trabalharam nelas, durante quantos anos viveram ali,  quantos artistas e operários  planejaram e executaram suas minuciosas decorações. Realmente um legado que, anonimamente,deixaram para a Humanidade. 

Guarda Real
Como em qualquer reino, a troca de guardas é um espetáculo imperdível para os visitantes. Em Rabat também, apesar de a cidade conservar o encanto próprio de uma antiga capital provinciana e de os turistas não serem tantos como em  Fez e Marraquexe. Dizem os habitantes de Casablanca que Rabat é uma cidade gris, referindo-se aos inúmeros executivos e funcionários de governos que por ela circulam.

Rabat
A medina  de Rabat, cercada por muros e acessada por belas portas, assusta um pouco ao início de seu longo percurso. Caminha-se  por ruazinhas íngremes e estreitas, com subidas e descidas, mais ou menos bem cuidadas. Nas casas,  portas lindas , onde se destacam dois batedores - um para a familiares e amigos ; outro para desconhecidos. O ambiente parece misterioso. A seu favor, acrescente-se que os vendedores não são agressivos nem insistentes. 


Interior da Medina
Há uma variedade de lojas no interior da medina, que vendem joia de ouro e de prata - com todas as garantias - sapatos ,especiarias, comidas, roupas, cerâmicas, artesanato, móveis, esculturas e ...qualquer coisa que se procure.  No interior desta medina, também estão algumas embaixadas e escritórios empresariais e diplomáticos.

Muito ouro nas lojas da Medina de Rabat
No centro de Rabat, estão o Museu de Arqueologia, o Museu da Moeda e o Museu de Arte Contemporânea. Há mais o que ver : outras mesquitas, jardins, galerias e um curioso e antigo poço de água, com muitas enguias. Segundo a tradição, a mulheres dvem levar ovos cozidos  para as enguias, se tiverem problemas de fertilidade ou se desejarem um parto sem complicações.


Muralhas 

Na sequência de portas fechadas - parte da minha coleção de fotos sobre o tema - um texto de Fernando Pessoa:

-

"Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.


Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.


É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.



Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; 


E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela."

Fernando Pessoa

Janela do Harém
Esta última janela repete uma característica comum aos palácios com harém: as mulheres podiam, através de minusculos recortes, espiar para a rua, sem, entretanto, correrem o risco de serem vistas. A presença de pátios internos ( jardins ) era também uma necessidade para que essas mulheres, ou mesmo a esposa somente , tivessem sol, luz, flores, sem sair de dentro de casa - algo que elas sabiam a priori que iria acontecer com o casamento....Seria uma forma de prisão domiciliar?     


Orando na direção da Meca...pela Humnidade e pelas portas fechadas

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada. Logo responderemos sua mensagem.