Para ter mais tempo, fui , sozinha, por minha conta e risco, à entrada principal, onde, apesar de ser 8h e a entrada ser permitida somente às 8h30min, já havia uma fila de uns dez metros para a compra de ingressos. Descobri que, pagando com cartão de crédito, comprava-se em outro posto, bem mais rápido e tranquilo. Paguei com 50% de desconto - a única hora em que aceito o termo melhoridade...Pode-se também reservar ingresso com antecedência no www.alhambra-tickets.es
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Uma das vistas de Granada desde Alhambra |
Para meu consumo, fiz uma síntese - bem superficial - da história de
Alhambra e
Generalife, o grande jardim. No ano 900, já há referência ao Castelo Vermelho, no topo do monte Sabika, em Granada. Em 1237, Muhammad I transfere sua corte para Granada e constroi,em Sabika, um forte defensivo. Era Alhambra, que se convertia em corte real, palácio, fortaleza e cidade - e assim foi por 250 anos!
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Núcleo Primitvo |
De 1302 a 1309, Muhammad III determina a construção do bucólico Generalife - lugar para passear e distrair-se. De 1333 a 1391, acrescentam-se mais palácios, aumentando a suntuosidade do reino. Começam, a seguir , as disputas e lutas internas, e, por útimo, uma guerra civil. Problemas de quem está no poder e de quem quer chegar a ele. Simples assim.
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Alhambra |
Em 1491, os Reyes Católicos atacaram a um emirado, que se encontrava já bastante debilitado. A rendição não demorou muito e foi obtida em troca de 30 mil moedas de ouro e do Vale de Alpujarras. Saíram todos a pé, olhando para trás e suspirando - Suspiro do Mouro - mas ainda acreditando que as promessas decorrentes da rendição seriam cumpridas.
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Alhambra |
Em 2 de janeiro de 1492, Isabel e Fernando entraram pomposamente na cidade e estabeleceram a sede da corte em Alhambra. Em 1527, os cristãos acrescentaram o Palácio de Carlos V, num estilo completamente diferente da arte moura.
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Alhambra |
As promessas, todavia, não foram cumpridas. Os povos foram divididos - judeus para o Realejo e muçulmanos para o Albaícin. Posteriormente, judeus e muçulmanos foram expulsos do país. Contam que ainda há, em Marrocos, famílias que guardam as chaves de suas casas perdidas - por nostalgia e por esperança de um dia retornar...
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Torre de la Vela |
Em 1828, o escritor estadounidense Washington Irving visitou Alhambra e decidiu escrever sobre ela. O livro
Contos de Alhambra , publicado em 1832, atraiu viajantes de todo o mundo. Tornou-se Patrimônio Mundial pela UNESCO, em 1986. Continua sendo objeto de lendas e fantasias.
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Alhambra |
Em 1954, os jardins de Generalife foram ampliados e um teatro ao ar livre foi construído. Atualmente, em Granada, há lugar para todos, sejam estudantes, turistas, viajantes, espanhois, marroquinos, judeus, muçulmanos..
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Plaza de los Algibes |
E a Alhambra, que foi desrespeitada tantas vezes, continua ali, causando a quem a vê emoção e deslumbramento.
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Palácio Comares |
Eu havia chorado tanto em Alhambra, que a maioria das fotos não consegui depois identificar. Ainda bem que, no dia seguinte, visitei Albaicín, mais leve, menos triste. Percorri-o corajosamente, vencendo, a pé, suas escadarias e subidas por vezes íngremes. Fui direto ao Mirador São Nicolau.
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Mirador São Nicolau |
São Nicolau - na rua São Cecilio - é o famoso mirador de Alhambra e da Serra Nevada. Ali se reúnem, diariamente, músicos, cantores, pintores, estudantes, turistas...muita gente mesmo.
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Vista parcial de Alhambra desde o Mirador São Nicolau |
Dizem que é o mais belo entardecer da localidade - não esperei porque eu estava sozinha, seria tarde e , no hotel , haviam-me recomendado que tivesse cuidado com ladrões - meu medo é sempre levarem a câmera com as fotos, como já me aconteceu.
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Vista parcial de Alhambra desde o Mirador São Nicolau |
Em Albaicín, também podem ser visitados todos os jardins da
Mesquita Maior de Granada, mas o Templo está reservado exclusivamente para os muçulmanos. Foi a primeira Mesquita construída em Albaicín depois de quinhentos anos. Desde 2003, ela atende à crescente população muçulmana da Granada moderna.
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Mesquita de Albaicín |
É uma labiríntica localidade, bastante conhecida como o lugar onde se come bem. Quis experimentar a comida tradicional de Alpujarras, já que não poderia ir até essa cidade de montanha, famosa pelo artesanato e pela comida que produz.
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Comida de Alpujarras |
Depois de experimentar tantas
ofertas - todas com muitos condimentos - lembrei-me de meu filho Juliano ( Gugu) que , ao cinco anos, justificando o fato de não ter comido quase nada, disse: -
Está muito boa a comida que mamãe fez; mamãe cozinha muito bem; eu só não comi porque não gostei.
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Numa ruazinha de Albaicin |
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