A Mesquita/Catedral de Córdoba é símbolo do maior esplendor da cidade e uma mostra da superposição de civilizações que se sucederam neste lugar, como se pode constatar pela cronologia seguinte.
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Campanário com seus 93 metros de altura |
No ano 600, fundou-se a igreja cristã-visigoda de São Vicente, no lugar onde hoje está a Mesquita/Catedral. Em 785, o emir Abderramán I a converteu em Mesquita. De 822 a 987, fazem-se nela ampliações e embelezamentos.
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Imponente e multicolorida |
Em 1236, depois da tomada de Córdoba por Fernando III de Castilla, convertem-na em templo cristão. Os cristãos , portanto, em lugar de destruí-la, decidem transformá-la. Em 2004, o Vaticano nega o pedido feito pelos muçulmanos espanhóis para celebrar ali ofícios religiosos. Hoje seguramente ela é a maior atração turística da cidade.
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Entrada com magníficas laranjeiras, oliveiras e palmeiras |
Como Mesquita, é a maior do mundo islâmico no Ocidente. Sua superfície total alcança 24 mil metros quadrados. Está cercada por muralhas feitas com enormes pedras quadradas, onde se vêem muitas portas interessantes, como a
Porta do Perdão, construída no século XIV, em estilo
Mudejar - um estilo próprio da Espanha, um ponto de encontro entre o Cristianismo e o Islamismo.
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Colunas e arcos em branco e terracota |
Na terceira ampliação da Mesquita, feita pelo ministro Almanzor, em 987, que a deixou com o tamanho que hoje tem, havia 1013 colunas. Posteriormente, as reformas feitas para transformá-la em um templo cristão, deixaram-na com 856 colunas, as que se mantêm até hoje.
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Dimensões impressionantes |
Mesmo antes de entrar na Mesquita/Catedral, há muito o que ver, como o belíssimo
Jardim das Laranjeiras, que se pode visitar gratuitamente, a qualquer hora. Também no interior desse templo pode-se entrar gratuitamente todas as manhãs - com exceção dos domingos - das 8h30min às 10h. Nesse período, não são permitidas as visitas de grupos - o que torna esse tempo mais sereno e acolhedor.
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Sobriedade e beleza |
Precisa-se de tempo e calma para ver, detalhadamente, sua parte interna, como as
capelas, cada uma com suas especificidades; o
coro, uma incorporação cristã de 1750, com impressionante teto barroco;o
mihrab, um local de oração que assinala a direção da Meca, destacando-se nele os cubos de mosaico de ouro - enfim, tudo o que promove a sensação de amplitude e infinitude.
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Nas imagens, a delicadeza das cores. |
Córdoba fez jus a tão bela mesquita. Era a maior cidade da Europa ocidental, com uma economia próspera, baseada na agricultura e no artesanato, e com uma população que chegou a 500 mil habitantes. Abderraman III ( 912 - 961 ) deu-lhe esplendor e sabedoria. A corte dele era frequentada por eruditos judeus, árabes e cristãos. Era um centro de saber econvivência na época e era também um lugar e peregrinação para os muçulmanos que não podiam ir à Meca ou a Jerusalém.
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Riqueza de cores e variedade de estilos |
O que mais me impressionou na Mesquita/ Catedral foi a grande variedadede de estilos e de gostos arquietônicos, resultado de todos os anos e de todas as culturas que se entrelaçaram na construção desse templo - lamentável, entretanto, que sua influência no sentido de harmonizar culturas e religiões não se transladou para o mundo, apesar dos esforços de sábios como o muçulmano
Averrões e o judeu
Maimónides, que muito lutaram para combater a ignorância e a intolerância.
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A beleza das muitas portas da Mesquita/Catedral |
Obs. No próximo mês, pretendo
volver a Córdoba. Três fortes motivações carregam-me para lá: 1) o
Festival de los Pátios Cordobeses, quando, além da escolha dos mais belos pátios particulares, há um intenso programa de concertos de Flamenco nas praças, pátios e jardins; 2) a visita ao Alcázar dos Reyes Cristianos e 3) assistir a um show com os cavalos andaluzes - contaram-me detalhes muito interessantes dessa apresentação.
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Achados expostos no Templo |
"Dorme, que a vida é nada!
Dorme, que tudo é vão!
Se alguém achou a estrada,
Achou-a em confusão,
Com a alma enganada."
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