
quinta-feira, janeiro 28, 2021
Rio Grande do Sul : Serra Gaúcha/Rolante - 1a. parte

segunda-feira, janeiro 18, 2021
Pandemia, Vacina e Projetos para 2021
Não saí do Rio Grande do Sul em 2020. Foi um ano indescritível - sem abraços e beijos, sem contar segredinhos quase no ouvido, sem fazer ou receber visitas, sem conhecer novas cidades... Foi um ano que inverteu pautas sociais e percepções muito nossas, como, por exemplo, cumprimentos com o cotovelo ou tímidos acenos à distância. Um ano tão diferente em que pessoas cheirando a álcool nos tranquilizam, e mascarados não mais nos assustam.
Estou em isolamento social desde março, portanto há dez meses. Durante esse tempo, dor , medo e insegurança paralisaram e continuam a paralisar muita gente - como eu. O crescimento do número de mortos é um pesadelo diário. Toque de telefone e aviso de chegada de mensagens nos sobressaltam. Perdi parentes, amigos, colegas de trabalho e figuras públicas a quem eu admirava. Por precaução, tomei decisões, limpei gavetas, fiz contatos com pessoas queridas , entreguei presentes - afinal eu estou no grupo de risco.
Estamos, hoje. em 17 de janeiro de 2021, com mais de 209 mil mortos por covid/19, certamente um dos janeiros mais tristes do Brasil. O quadro político é desanimador : as maiores autoridades do país deram às palavras de baixo calão o status de linguagem formal - ainda que esse seja um mal menor, é indicativo de grossura e despreparo. Ou esse mal menor será atenuado pela sensibilidade, ausência de preconceitos, valorização da vida....?
Os males maiores, por problemas políticos e sanitários principalmente, dominam os noticiários nacionais e internacionais. Neste dia 17, entretanto, houve um avanço. Foi aplicada , em São Paulo, a primeira vacina contra a Covid/19, dando início ao Plano Nacional de Vacinação. Senti-me reanimada, com esperança, acreditando em bons resultados da vacina - embora lamentando, sempre e muito, as perdas de tantas pessoas.
Sentindo-me melhor, voltei a pensar no futuro. Após decidir que 2021 - primeiro semestre - seria meu tempo de ver e rever detalhadamente o Sul do Brasil, iniciei logo a elaboração de um projeto de pequenas viagens que podem começar pela Serra Gaúcha e contemplar mais de 20 pequenas cidades dessa região. Pretendo ir postando no Correndomundo meus roteiros e as informações sobre lugares estudados visitados .
Quais cidades vocês me sugerem e que são por enquanto menos exploradas turisticamente? Em que cidade eu poderia permanecer mais tempo e daí fazer alguns bate-e-volta às proximidades, por exemplo, Dois Irmãos/Morro Reuter ?
Help me, please!domingo, janeiro 10, 2021
Natal, 2020
No meio rural, onde me criei, não se falava em Natal. No final da minha adolescência, já no convívio com o urbano, assumi o Natal com as marcas características da religião católica, que incluía a Missa do Galo, à meia noite. Em pouco tempo, no entanto, a religiosidade foi sendo substituída por festas, com pratos típicos, muita influência europeia e trocas de presente - para a alegria também da indústria e do comércio.
Até 2019, as nossas festas natalinas eram um bonito momento de reunir pessoas queridas, parentes e amigos, recordar histórias da infância, relembrar familiares, trocar presentes e mostrar habilidades para fazer as bem elaboradas e tradicionais receitas de comidas típicas. Estive longe de Torres em poucos Natais: Bela União, Rosário do Sul, Alegrete, Santa Maria, Estados Unidos, Itália, Portugal e Alemanha. Foi sempre uma bela celebração, mesmo quando os lugares nas mesas foram ficando vazios com perdas sofridas.
A Covid/19 nos colocou de cabeça para baixo, mostrando outros ângulos e outras estratégias de ver e viver o mundo, incluindo as festividades de Natal e de Ano Novo. Integrados pela insegurança e pela dor , não desejávamos Feliz Natal às pessoas amadas, estivessem elas próximas ou muito distantes, só desejávamos sobrevivência e um mínimo de tranquilidade . Éramos cinco pessoas na ceia natalina, simples e bonita, deste ano, numa mesa decorada com flores do campo e frutos da região. Deliciosas comidas e sobremesas foram preparadas por Fabiana, minha filha, e Adriana, minha nora.
Fomos, esclareço melhor, minha nora, meu filho e eu , para o sítio em que minha filha e meu neto vivem, como nós, este ano de distanciamento social. Faltava - e fazia muita falta - somente meu filho e sua família, que vivem o mesmo distanciamento em Atlanta , na Geórgia. Foi a menor festa de natalina de que participamos. Apesar das dificuldades, do medo e das dores de 2019, estávamos bem, alimentados pela esperança de que, em 2021, estivéssemos vacinados e podendo nos abraçar. Que o Universo conspire ao nosso favor.
É impossível, entretanto, ignorar a tristeza que volta sem ser convidada. Chegamos, agora, na primeira semana de janeiro e, de acordo com o previsto, a duzentos mil mortos por coronavírus , somente no Brasil. Quando, compondo esse número de mortos, estão parentes, amigos, pessoas conhecidas, enfim gente-como-a-gente. sentíamos forte a dor da perda. Ano sofrido - ao menos para quem tem um mínimo de sensibilidade social; ano inseguro, com afirmações crueis e verdades contestáveis. Ano que nos revelou, por exemplo, a competência e a dedicação de cientistas e de profissionais da saúde e - lamentávelmente - revelou incompetência, a insensibilidade e o despreparo dos principais dirigentes do País.
"Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,