No meu último retorno a Torres, no final de janeiro, considerei que eu me devia um mês de casa - algo assim como um mês de férias. Fevereiro, portanto, foi meu tempo família, tempo ordem na casa, tempo atualização em filmes e leituras . Amanhã , inicia março e , para mim , é como se , finalmente, chegasse o 2015.
Chicago |
No Face , postei este pequeno texto de Mark Twain: "Daqui a vinte anos você estará mais decepcionado pelas coisas que você não fez do que pelas que fez. Então jogue fora as ancoras, vele longe do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra." Por várias razões, chorei muito ontem ao ler o comentário de meu sábio amigo José Antônio Brenner , que reproduzo com a devida autorização dele : Eu te aprecio, Aldema Menini Mckinney, que tão bem sabes velejar longe do porto. Que falta isso me faz. Sinto já a saudade de algo que nunca fiz.
Seefeld |
Eu procurei , querido amigo Brenner, fazer a travessia sonhada - e sigo tentando dar continuidade a ela , embora , como se diz em Iídiche, muitas vezes o homem planeja, e Deus dá risada. Faz alguns anos que tornei semestrais os meus planos. Se eu não chegar até lá, não ficará muito por fazer.
China |
Neste ano, voltarei a viajar sozinha - tentarei manter os olhos bem abertos para explorar e descobrir. E olhos bem limpos para não sobrepor imagens, como fazem os que comparam um país com outro, ou uma cidade com sua própria cidade. Lugares são como pessoas: únicos , na riqueza de sua diversidade.
Tunísia |
Antes de viajar, no entanto, cumprirei uma agenda que inclui dentista, médicos, laboratórios e tudo mais que se precisa fazer antes de qualquer afastamento. Prometo mais assiduidade no Correndomundo, meio abandonado nas últimas semanas.
Desejo a todos leveza e encantamento, advindos da certeza de que estamos tentando ser melhores neste mundo que acolhe nossos sonhos, nossas alegrias e nossas inevitáveis dores - parte da aventura de estar vivo, como me disse um dia Eliane Amaral, minha amiga - irmã.
Veneza |
Tunísia |
"O que nós vemos das coisas são as coisas.
Por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê,
Nem ver quando se pensa.(,,,)
Fernando Pessoa
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