Panquecas nos USA |
Frutas compradas em Hong Kong |
Minha filha, Fabiana, ensinou-me o segredo para ter um ovo frito inteiro e bonito : quebrá-lo no óleo ainda frio e só depois aquecê-lo. Com Nina, minha cunhada, recebi orientações que me permitem fazer aquela panqueca fofinha, que encontramos nos breakfasts americanos. Meu marido, que prepara como ninguém o legítimo breakfast do meio-oeste, faz uma batata deliciosa, ralada, com casca, na parte grossa do ralador e bem fritinha em muito pouco óleo.
Feira em Drama, norte da Grécia |
Tenho memória de sabores inigualáveis, tanto de doces como de salgados. Impossível esquecer as tortas de Amelia Benetti , com sabor muito particular e apresentação perfeita, as esfihas feitas por Cleuza Alonso, inestimável herança de sua família; as tortas de maçã de Regina Veríssimo e da Pauline Tallmann, diferentes entre si, mas realmente muito boas; os quibes de Sônia Benetti, de impecável formatação e delicioso sabor.
Sopa romana |
Tradicional banquete chinês |
Considero que nas feiras e nos mercados populares é onde pulsa a vida, bem ao contrários dos shoppings , tão pouco informativos, tão semelhantes no mundo inteiro, tão padronizados e higienizados. Já estive em feiras e mercados de rua que primam pela estética e qualidade dos produtos expostos. Algumas vezes, entretanto, nos surpreendem pela originalidade do que é vendido, como no Saara, onde vi , numa feira, um balde de dentaduras - de vários tamanhos e formatos.
Especiarias em mercado de Jerusalem |
Lembro-me , em especial, de alguns, como o Mercado de São José da Boqueria, em Barcelona, que foi inaugurado em 1840; o mercado de Marrakesh, em Marrocos, na praça Jemaa el-Fna; os mercados de sábado, em pequenas cidades do norte da Grécia, como Drama, onde provei muitas e deliciosas azeitonas com diferentes preparos; os mercados de cidades italianas, onde eu comprava pães e queijos deliciosos - e me alegrava com o passeio.
Waffles do Cracker Barriel |
Quase não vou a restaurantes internacionais - uma vez só, em cada país , já me basta. Gosto de ir onde vão as pessoas da localidade. Até hoje , tive poucas dificuldades na alimentação durante viagens. A principal delas decorre do fato de eu não comer, por exemplo, carne de cordeiro, de cavalo e de caças. A dificuldade com carne de caças aparecia nas minhas temporadas entre povos indígenas na Amazônia; de cavalo, em restaurantes italianos em que ela eram oferecidas como especialidade da casa; de cordeiro, no Rio Grande do Sul e em países muçulmanos.
Deliciosa comida indiana |
Vendedor de frutas no Sul da Índia |
"Grande parte da população é vegetariana, mas encontro pessoas que comem carne – galinha, cabra e ovelha. São os únicos produtos bem mais caros do que no Brasil. Bebo muito café – como sempre – e me dou bem com o café indiano. Gosto também de chá com leite e de “lassi “ . www.correndomundo.blogspot.com.
Frutas em Kavala, norte da Grécia |
Quando fui ao Punjab, foi interessante a experiência de fazer uma refeição no restaurante comunitário do Golden Templo , em Amritsia. Ali são servidas, em média, 6 mil refeições – dia, para qualquer pessoa que chegue, inclusive estrangeiros. Serve-se pao, feijao, purê de lentilha e arroz com leite. A comida é feita por voluntários ( sikh) e nao se paga nada. Eu lembrava das mangas de Roraima como as melhores da minha vida. Foram superadas pelas mangas do Punjab. Sabor e textura fantásticos.
Breakfast em York - Inglaterra |
Na China, tive dificuldades ao ser convidada para o tradicional banquete chinês. A declaração a priori de que eu era vegetariana, afastou de mim um ensopado de carne de cachorro e outras comidas que considerei exóticas. Havia também uma sopa com pequenos pasteis, recheados com ovos de passarinho, ovos inteiros, e uma sopa feita com ninho de andorinhas - uma raridade, caríssima. Nos hoteis, no café da manhã, eu garimpava café com leite, pão e manteiga, entre dezenas de pratos de vegetais, sopas de peixe e carnes - carnes que eu não sabia exatamente a que animal havia pertencido.
Bric - pastel tunisiano |
Na Tunisia,não tive problemas com a comida, salvo com a carne de cordeiro, prato relevante na cozinha árabe. Faltava-me tranquilidade nas refeições porque tinha medo de que me aparecesse cuscuz com carne de carneiro. Descobri um outro prato pelo qual não me interessei : um pastel, recheado com batata amassada, salsinha verde e um ovo cru, que se torna meio - frito- meio - cozido, quando o pastel é mergulhado na gordura quente. Amo tâmaras! Fui salva, o tempo todo, por elas, em especial por uma, tenra e de sabor suave, denominada dedos de luz.
Pão e azeite de Matmata |
Ainda na Tunisia, visitei Matmata, um vilarejo onde vivem 5 mil berberes em casas trogloditas, e que ficou famoso como cenário do primeiro Guerra nas Estrelas. Numa dessas casas , construídas com o mesmo modelo há 400 anos, uma senhora nos ofereceu pão integral e azeite de oliva artesanal, temperado com uma pitada de açúcar. O pão vinha em pedaços e fomos orientados a embeber essas porções no azeite. Foi o melhor pão com o melhor azeite de oliva temperado que comi até hoje.
Em Bracciano, na região do Lácio, Província de Roma, há um pequeno restaurante que serve somente porchetta, aquele leitãozinho bem pequeno, desossado e assado inteiro, servido com pão e vinho. Além da localização - o restaurante está nas proximidades do Castelo Odescalchi, aquele onde casou Tom Cruise - o pequeno cardápio é inesquecível mesmo. Lembrei-me agora dos figos recheados e cobertos com chocolate que comprei em Ooty, na Índia, por US 10 o quilo; lembrei também da Feira Anual de Chocolates que vi em Locarno, na Suiça; das batatas, na Bélgica; da salsicha com mostarda, na Alemanha, da paella na Espanha, dos pescados, na Noruega....
Pensei na dieta que estou tentando fazer e decidi parar de escrever - não sem antes repetir aquela parte do Pai Nosso que diz:
...e não nos deixeis cair em tentação...
Sogra, ótimas dicas pra passar bem em todos os lugares. Delícia de texto, delícia de pratos, me fizeram viajar. Que bom! Eu também de dieta, comendo aqui torradinhas com margarina e suco de melancia com kiwi.
ResponderExcluirObrigada,Adriana.
ResponderExcluirAndo fazendo suco de abacaxi com gengibre.Delicioso!
Beijos.Saudades
Quero a receita das panquecas, deu água na boca,
ResponderExcluirBjo
Panquecas americanas
ResponderExcluir1 xícara e 1/4 de chá de farinha de trigo
1 colher de sopa de açúcar
2 colheres de chá de fermento em pó
2 ovos levemente batidos
1 xícara de chá de leite
2 colheres de sopa de manteiga derretida
Pitada de sal
Óleo para untar
Faço a panqueca bem grossinha.Ronald costuma comê-las com manteiga e mel ou com geléia.Faço muito no café da manhã.
Beijos
Mãe, eu aprendi muito cedo que quando se vai viajar algumas coisas devem ser feitas sem questionar. A primeira e aprender alguma coisa do idioma falado no país porque assim se conhece um pouco da história e cultura do povo.A segunda é ir sempre a um mercado, isso porque nenhum mercado e igual ao outro, e o mercado sempre mostra as preferencias de cada povo, cada país. A terceira é sempre comer a comida do lugar seja ela qual for e comer sempre da forma tradicional. Eu sinto muita falta de coisas que comi em alguns lugares, sinto falta do Thali indiano, do café da manhã americano, do arroz com troços da Espanha, do appfellstrudell da Alemanha e é claro do café colonial da serra gaúcha.
ResponderExcluirSinto falta também das comidas do Rolando mas ai vale um porém, nao é só das comidas é do ritual. Rolando ia lá em casa e passava o dia cozinhando e eu na volta olhando e tentando aprender. A torta de maça da Regina era um sonho, até hoje sinto o cheiro daquela torta. Eu sinto falta das pizzas e massas (bendito Talharim do Chefe) do Thiago Torriani que chegavam sozinhas lá em casa de elevador.
Enfim, comer é bom, aguça os sentidos e o paladar e para mim é parte essencial da vida e da cultura humana.
Meu filho,
ResponderExcluira saudade maior que eu tenho é de "experimentar" alguma receita e ouvir a opinião de vocês.
Beijos.Te amo muito.
Obrigada pela receita, vou fazer
ResponderExcluirbeijo
S E N S A C I O N A L !!!!!!!
ResponderExcluirDeixa no chinelo muitos chefs aqui da Serra Gaúcha e "entendidos".
Mais uma tremenda surpresa, Aldema.
Parabéns!
Beijo.
Zu
Obrigada, Zu!
ResponderExcluirEstás convidada a experimentar meu bobó de camarão. Muito elogiado sempre.
Beijo
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