quarta-feira, junho 25, 2008

Novos amigos

Organizo-me para sair de Napoli e ir para a Índia.
Foi uma experiência muito interessante “morar “aqui por um mês.
Conheci muitas pessoas, duas especialmente muito interessantes: uma senhora, proprietária de uma loja de alimentos e um mendigo , que está sempre na via pedonale. A senhora, desde o dia em que cheguei, tornou-se minha amiga, ensinando o que eu devia comprar, o que devia cozinhar e preocupando-se que eu estivesse bem aqui. Quando fui me despedir, presenteou-me com seis copos de vidro , bem bonitos, e um prato para usar no microondas – transferi o presente para meus amigos napolitanos. O mendigo, um senhor paralítico que me parece do leste, tem olhos muito vivos e expressão de profunda bondade e doçura . Quase sempre lhe dou uma moeda e, mesmo quando não o faço, acena-me e me atira beijos. Sorri como a mais feliz das criaturas. Comovente. Um dia me fez chorar porque lembrei de uma história escrita por Patati sobre uma moradora de rua, que ele conheceu em Cruz Alta.
Gosto muito de meus amigos napolitanos, um casal com dois filhos adultos. São atenciosos, afetivos , inteligentes e bem informados. Ajudam-me a decidir o que fazer e como fazer. Acompanham-me pessoalmente ou por telefone. São a minha família aqui.
Aproveitei o tempo aqui no Sul da Itália para , além de passear muito, ler bons livros. Alguns livros , que eu lera em português, voltei a ler em italiano. Hoje estou lendo Fernando Pessoa, Il libro dell’inquietudine, numa tradução italiana muito bem feita.
Continuo com minha decisão inicial: esta é uma viagem para ver pessoas. E está sendo bonita e comovente.

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