sábado, outubro 06, 2007

Internet ...Aqui???

Aldna, eu, Alda,Beto e Diva

Somos uma família interessada na ampliação de redes de comunicação. Esse interesse começa com meu pai, um dos primeiros ( ou o primeiro) morador desta região a ter rádio em casa. Para ter esse "modernismo", precisava ter um catavento. Se não ventava, não se escutava rádio. O catavento, ao menos na minha imagem infantil, era muito alto - talvez tivesse uns quinze metros. Sobre a "torre"de madeira, havia um suporte de ferro, onde se fixava o gerador do catavento. Esse suporte de ferro está aqui no jardim da Bela União, suportando um refletor. Minha mãe contava que muitas pessoas vinham de longe conhecer o tal de rádio aqui de casa e que essas pessoas chegavam bem vestidas, pois pensavam na possibilidade de serem vistas pelos locutores.


Antigo suporte do catavento pioneiro

Meu irmão ( na foto, experimentando colocações para um micro), o Almir , que chamamos de Mile, herdou esse aguçado interesse por sistemas de comunicação. Tivemos todos os "modernismos comunicativos". Tudo isso seria normal se não vivêssemos entre "serros", pequenas montanhas que circundam a casa e longe - 50 km - da cidade mais próxima. É preciso muito engenho para que se possa alcançar as torres retransmissoras. É preciso experimentar muito para alcançar um bom resultado.


Testando o lugar  para Internet....

Tudo o que escrevi é preâmbulo para a grande notícia: temos internet há uma semana. A internet foi conseguida através de um equipamento que usa a freqüência da telefonia celular. É ainda um pouco lenta , embora seja superior à conexão discada. Mostra-se , entretanto, como um grande sucesso, em se tratando de um lugar onde se pensava ser impossível obter sinal suficiente. Imagino a surpresa dos fantasmas de nossos antepassados vendo, na webcam, as pessoas que se estão falando ou teclando. Quero muito que todos esses avanços contribuam para o bem-estar social e para a generosidade e a solidariedade nas relações interpessoais.

Um comentário:

  1. Aldema!

    A referência ao cata-vento me trouxe à lembrança uma história que ele foi protagonista e, embora involuntariamente, me causou grande sofrimento.
    Eu tinha cinco, seis anos. E ganhei um vestido azul de algodão, com florzinhas. Coisa rara. Nessa idade e com irmãs mais velhas, a gente herdava o que ia ficando apertado no corpo das irmãs que cresciam. Mas isso não acontecia só comigo, todas herdavam da imediatamente maior. Também eu deixei algumas roupas e sapatos pra Zeli.
    Meu vestido era uma belezura!
    E o usava sempre que me facultavam escolher uma roupa.
    Mas de tempo em tempo ele precisava ser lavado.
    E foi. Acho que foi a mãe que lavou meu vestido e, para secar, pendurou no arame de segurança do cata-vento. E ele ficou lá um tempo.
    Mas, vento aumenta, muda de direção, se transforma. Vira viração, ventania, vendaval.
    E isso aconteceu. O vento soprou forte e a mãe correu para salvar as roupas.
    Eu corri junto.
    Mas era tarde! Meu vestido azul, meu único vestido, estava lá em cima, nas hastes do cata-vento. Lembro da dor, mas não lembro de ter chorado.
    Alguém se esforçou para retirá-lo de lá. Quando meu vestido caiu ao solo, estava roto, todo em tiras, rasgado, dilacerado, em frangalhos.
    Que dor senti! Penso que foi tão grande meu sofrimento que até hoje lembro da cor, das florzinhas e das tiras que meu vestido se transformou!
    Por um tempo fiquei “de mal” com o cata-vento...

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