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Detalhes do interior da Mesquita/Catedral de Córdoba |
O Sul da Espanha sempre recebeu visita e invasão de outros povos, como os fenícios e os gregos que vieram comerciar; os cartagineses que deram continuidade ao comércio e aí se estabeleceram por muitos anos; os romanos que fizeram de Córdoba a capital da região; os visigodos que ocuparam o lugar dos romanos até a chegada dos exércitos islâmicos. Todos esses povos deixaram heranças na linguagem, nos costumes, na forma que têm as cidades, nos edifícios e nas obras de arte.
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Junto à Mesquita/Catedral, o Pátio das Laranjeiras |
Córdoba, localizada às margens do rio Guadalquivir, é uma das cidades mais antigas da Espanha. A ela chegaram os muçulmanos , conhecidos também como Islâmicos, no ano de 715, após as tropas islâmicas do Califato de Damasco terem conquistado grande parte do norte da África e terem passado para a Península Ibérica.
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Zeli, minha irmã, na Mesquita Catedral |
Córdoba era cidade geograficamente valiosa por ser uma encruzilhada de vários caminhos. Nela viveram e conviveram pessoas com diferentes religiões e culturas, que a tornaram, no século X , um dos centros mais importantes do mundo. Ali conviviam judeus, árabes e cristãos. A principal parte da cidade era a Medina, a parte murada da cidade.
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Torre Principal |
Na Medina, encontravam-se , além da mesquita principal, o alcázar, que era a grandiosa residência do califa e de sua corte, outras mesquitas menores, os zocos , um tipo de mercado, e os banhos. Em Córdoba, vale uma visita - e , havendo tempo, a experiência de um banho árabe - a um edifício, com belos mosaicos, que está localizado próximo à Mesquita/Catedral.
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Colunas de mármore, granito, jasper ou onix
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A Mesquita de Córdoba começou a ser construída no ano 786, pelo califa Abd al- Rahman, passou por três grandes ampliações, antes de, no século XVI, construir-se, dentro dela, a Catedral cristã. Ela parece uma fortaleza, com muitas portas. Para dimensionar seu tamanho e grandiosidade, é interessante uma caminhada ao redor dela.
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Beleza e grandiosidade |
Entra-se no recinto da Catedral pela Porta do Perdão, onde se perdoavam, em público, os pecados dos penitentes cristãos. Por essa Porta, chega-se ao Pátio das Laranjeiras, onde, algumas vezes, já estive no período de floração das laranjeiras, que estão por toda parte e, encantadoramente, perfumam a cidade.
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Torre da Catedral vista a partir da Juderia
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No centro do Pátio das Laranjeiras, há uma Fonte, com formato quadrado, cuja água escorre por seus quatro cantos. Uma antiga tradição diz que a pessoa que beber da água que escorre do único canto da Fonte que está sob uma oliveira, casa-se logo. Quem não quiser se casar, portanto, afaste-se desse lugar, ainda que esteja com sede.
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Assim é hoje, com as alterações para ser uma catedral cristã |
Por baixo da Torre da Catedral , como a vimos hoje, havia outra torre, construída, no século X, por Abd al-Rahman III, que foi um governante de grande prestígio em todos os reinos da época. A Torre atual foi construída no século XVII, e restos da Torre Islâmica, como parte das parte das paredes e das escadas, podem ser vistos ainda no seu interior.
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Fonte do Pátio das Laranjeiras |
Atravessando o Pátio, entra-se, na parte coberta da Catedral, através de um arco, denominado Porta das Palmas, porque era por onde passava a procissão do Domingo de Ramos. Passando essa porta, tem-se um impacto indescritível com a visão das colunas e dos arcos - um Bosque de Colunas - como já foi chamado - pois são aproximadamente 900 arcadas. Impactante!
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Riqueza interna da Mesquita/ Catedral |
Precisa-se de um tempo não exíguo para acostumar-se com a arquitetura, admirá-la e ver os tantos detalhes do local : as diferentes colunas e capiteis e os diferentes arcos; os magníficos mosaicos, presente do imperador de Bizâncio ao califa de Córdoba; a beleza e o luxo das luminárias que vêm do teto; a Capela Real com seu estilo mudejar; o altar, o coro, as cadeiras talhadas em madeira nobre, o teto... São muitos os detalhes e o espaço é o maior que conheço - nem sei se dá tempo para rezar ali!
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Minúcia e perfeição nos detalhes internos |
Embora a tradição e a história de Córdoba evidencie uma convivência possível de religiões - tanto que a cidade também é conhecida como Cidade das Três Culturas - eventualmente afloram sinais de conflitos e discussões como as que se observam na denominação Catedral...ou Mesquita...ou Mesquita/Catedral ou como o uso do mesmo espaço para ritos e rezas de fieis muçulmanos. Talvez...um dia...
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Altar todo em mármore vermelha |
"Pode-se visitar a Mesquita de Córdoba de 2ª a sábado das 10h às 18h (entre março e novembro, até as 19h). Domingos e feriados religiosos têm horários diferentes: das 8h30 às 10h15 e depois das 14h às 18h (entre março e novembro, até as 19h). A entrada custa €8 e não é vendida por antecedência -- nem precisaria. Basta se dirigir à bilheteria e comprar." https://www.viajenaviagem.com/2012/03/mesquita-cordoba/
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Riqueza e variedade de materiais |
" La luz que desde la Catedral de Córdoba nos alumbra no es mortecina ni temblorosa. Es intensa, penetrante. Ilumina el camino . Propone el abrazo de las comunidades del mundo."
Juan Carlos I , Rey de España 28 - 5 - 86
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Portas que circundam o edifício. mas não dão acesso aos visitantes. |