sábado, agosto 27, 2016

Anotações sobre a imponente e bela Viena


Catedral de Santo Estêvão 

A primeira e a segunda vez que eu estive na Áustria, foi para visitar Frederico,  meu sobrinho, que estava fazendo o segundo grau em Viena. Atualmente, ele é professor na UFSM, onde entrou  com doutorado concluído - já se vão, portanto, muitos anos de convívio com esta capital magnífica e rica ...também em história. A ela retornei muitas vezes, apesar de os austríacos não serem nada simpáticos.


Complexo do Palácio de Hofburg

Neste ano, Pedro e eu estivemos aqui no mês de janeiro. Nevava muito - mas eu só gosto de neve em montanhas distantes ou em fotografias. Apesar da neve, entretanto, foi um belo passeio.  Desta vez, faz muito calor, os austríacos fazem jus a impressão que deles eu tenho...e a cidade continua rica belíssima e cara


Monumento ao Imperador Francisco I

Tenho alguns pontos de referência na cidade, por onde gosto de andar. Costumo percorrer toda a Mariahilfer Strasser, a mais importante avenida comercial de Viena, cujo comprimento supera três quilômetros e meio. Nela, encontramos muitos conhecidos nossos, inclusive a Pandora - originada na Dinamarca e hoje sucesso no mundo inteiro, com direito a falsificações ( imaginem de quem...).


Pedro na Mariahilfer Strasse

Mariahilfer está situada entre o Museumsquartier e a Westbahnhof - estação de trens reformada e ampliada há poucos anos. Eu costumava me hospedar nas imediações dessa estação, tendo, entretanto, sido alertada ( ou assustada) sobre inseguranças no local, hospedei-me, desta vez,  no funcional e  honesto padrão-três-estrelas-esperado, Ibis Mariahilfer ( Mariahilfer Gürtel 22-24, 06. Mariahilf, 1060 Viena, Áustria ) . 


Museumsquartier - um dos acessos internos

Inaugurado em 2001, o Museumsquartier tornou-se iniciativa de grande sucesso. É a oitava maior área cultural do mundo - 60000 m2. Visita imperdível para ver ali, além da beleza e graça de seu entorno, os museus Leopold, famoso pela sua coleção de Shiele e Klimt e MUMOK, museu de arte moderna, com obras de Pablo Picasso e Andy Warhol. Vale referir ao Zoom Kindermuseum, onde Pedro, literalmente, mergulhou no gramado.

Kindermuseum,

No Stadtpark, está um dos monumentos mais bonitos e mais fotografados de Viena. Refiro-me à estátua de bronze e ouro de Wolfgang Amadeus Mozart. Mozart nasceu em Salzburgo, em 1756, mas viveu dez anos de sua complicada vida em Viena, onde morreu em 1791 e está sepultado num cemitério vienense. A estátua foi criada em sua honra por Viktor Tilgner em 1896. Junto a ela, permanentemente há muitas flores.


Foto by Adriana Fuganti Wagner


O símbolo de Viena e sua mais importante obra em estilo gótico, acredito ser a Catedral de Santo Estêvão - Stephansdom. Foi construída no lugar onde havia uma basílica românica, em meio a um cemitério ( 1147). Através dos séculos, sofreu acréscimos e danos, como um incêndio provocado por vândalos em 1945.



Stephansdom no inverno - janeiro de 2016

Sofreu um incêndio em 1258 e foi reconstruída novamente em estilo românico. Dessa antiga construção restam o Grande Portal e duas torres pagãs. Seu principal símbolo, a Torre de Santo Estêvão, obra magnífica da arquitetura gótica, mede 137 metros de altura. O sino, que se encontra , desde 1957, na Torre das Águias, é um dos maiores da Europa - toca uma vez por ano, para anunciar à cidade de Viena a entrada do Ano Novo.


Stephansdom no verão - agosto de 2016

Penso que se conhece bem uma cidade quando podemos vê-la ao menos no verão e no inverno - seria ótimo , nas quatro estações do ano! E vê-la também tanto de dia, quanto de noite. Embora eu goste muito do inverno europeu, considero um grande inconveniente as poucas horas de claridade: voltar, à noite, para o Hotel e ver que são 17h...sempre me parece desperdício de tempo. Verão seria excelente, não fosse o excesso de gente em todos os lugares, inclusive nos trens.



Inverno de 2016


Escolho maio e setembro como os meses melhores para vir à Europa.  Maio de preferência onde predominam os jardins; outubro, onde se podem ver as árvores coloridas  -  do amarelo-claro ao vermelho-escuro. O forte do outono são os bosques. Inesquecíveis. Em Viena ...ou em qualquer outra cidade europeia.


Verão de 2016

Áustria é um país católico - sua capital, idem. A maioria da população - ao redor de 70% - é adepto do catolicisno. Os dados estatísticos até poderiam ser dispensados pela visão frequente de grandes e belas igrejas, monumentos e imagens. Além da Catedral de Santo Estêvão, vale visitar a Igreja de São Pedro ( 1733), com muitos tesouros barrocos; a Igreja de São Miguel, edificação românica de 1220; a Igreja Maria am Gestade ( 1428 ) que tem uma bela cúpula gótica; a Igreja de São Carlos, barroca, em estilo italiano; e , entre tantas outras, a Igreja dos Jesuítas, a dos Dominicanos, a dos Franciscanos...



Outra Igreja que eu esqueci o nome....São tantas!


Outra manifestação da religiosidade austríaca. No lugar da foto abaixo, havia uma antiga Praça de Mercado e um castelo romano. No século XII, o fosso do castelo foi totalmente aterrado. Em 1679, entretanto, o imperador Leopoldo I, cumprindo uma promessa feita durante a epidemia da peste, mandou erigir, em cima do fosso, a Coluna da Santíssima Trindade - que se tornou conhecida como a Coluna da Peste.


Coluna da Peste

Após meu retorno, pretendo acrescentar mais informações sobre Viena, especialmente sobre o Complexo do Palácio de Hofburg, o Palácio de Schonbrunn, o Parque de Diversões Wiener Prater, a Biblioteca Nacional, a Ópera de Viena, o Parlamento, a Universidade e muito mais. Neste momento, é impossível.Viajando desde maio, preciso me organizar para retornar. Importante lembrar que os táxis vienenses não são caros e que o transporte público e suficiente e de ótima qualidade. Há facilidade de obter mapas da cidade e do metrô nos hoteis e nos centros de informação.


Detalhe dos Jardins do Belvedere

Já escrevi mais postagens sobre Viena e sobre outras cidades da Áustria. Deixo-lhes o link de algumas: http://correndomundo.blogspot.com.es/2016/01/viena-1a-parte.html
http://correndomundo.blogspot.com.es/2016/01/viena-tradicao-e-modernidade-2aparte.html





O original de O Beijo está no Belvedere, onde fotos são proibidas. O museu, no entanto, teve a sensibilidade de colocar, numa saleta ao lado, essa réplica como espaço destinado a selfies. Uma menina japonesa, muito gentil,  fez esta foto minha  Quem ainda não viu A Dama Dourada, aconselho a ver. O quadro de Klimt, referido nesse filme, estava aqui, neste Museu. Atualmente, está num Museu de Nova Iorque.


Jardins de Hofburg

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada."

Fernando Pessoa


Ciao,Ciao, bela Viena.


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