terça-feira, dezembro 29, 2015

Padova: História e Atualidade

Basílica de Santo Antônio
Levando muito a sério minha missão de Santa Avó, como diz o Pedro, mostrando a ele o máximo de lugares que me parecem significativos, saímos cedo de Veneza para estar todo o dia em Padova, que dizem ser a cidade mais antiga da região, citada em Eneida de Virgílio. A cidade está a 40 km de Veneza e a 30 km de Vicenza.

Pedro decidindo se leva ou não uma  vela para Il Santo
.
Começamos nosso roteiro pela Basílica de Santo Antônio de Padova ( ou Pádua ) ou Santo Antônio de Lisboa, já que era um frade português. Apesar de todos os seus feitos e milagres, ficou mesmo conhecido como santo casamenteiro - é a ele que se dirige toda  pessoa que busca um marido ... ou uma esposa. A Basílica é grandiosa, com belíssimas obras de arte. Lamento que seja  proibido o uso de câmeras ali.

Detalhe da Basílica de Santo Antônio

Após demorada visita à Basílíca, fomos  traçar esta cidade, onde Galileu Galilei viveu 18 anos de sua vida e onde William Shakespeare ambientou parte da história de A  Megera Domada. Na praça em que está o Palazzo della Ragione, construído em 1218, encontrei um mercado de flores e frutas - algo que me fascina.

Radiccyio rosso di treviso
Porque nos faltou horas no dia, não visitamos o Jardim Botânico de Padova - Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Criado em 1545, é o Jardim Universitário mais antigo do mundo. Está cercado por muralhas e tem 22 mil m2. Segundo li, são valiosas suas coleções de plantas medicinais e venenosas, plantas carnívoras e plantas suculentas. Entre as plantas aquáticas, encontra-se uma Vitória Régia.

Alcachofra
Andar por Padova já é uma festa. Cidade elegante, tranquila, mas, ao mesmo tempo, vivaz por conta dos muito jovens que nela moram ou por ela transitam. São mais de 60 mil estudantes na Universidade de Padova - uma Universidade  sólida e bem conceituada , fundada em 1222,  a segunda mais antiga da Itália. Diz-se que a mais antiga da Itália e  do mundo é a Universidade de Bologna - embora não exista consenso quanto a ser a mais antiga do mundo.

Centro Histórico
Meu amigo César Bento, lembrava-me hoje que a palavra patavina - que usamos em expressões como não entendi patavina do disseram - é herança que recebemos da Universidade de Padova através do lema que sempre a caracterizou: Universa universis patavina Libertas. Foi esse espírito da liberdade de expressão e cultura, que levou um grupo de estudantes e professores a deixarem a Universidade de Bologna e transferirem-se para Padova, em busca de liberdade acadêmica. Inicialmente, só havia a Faculdade de Leis, que abrangia Direito Civil, Direito Canônico e Teologia.


Uma das entradas da Universidade 
Algumas vezes estive em Padova para visitar exposições de arte. A cidade sempre é pródiga em mosras de qualidade e beleza. A minha utopia de que a arte deveria estar em espaços públicos para que um maior número de pessoas tivesse acesso a ela, faz-me admirar ainda mais essa cidade e retornar quando posso. Em especial, gosto das esculturas.
Arte nas ruas
Pedro e eu fizemos uma longa caminhada por Prato della Valle, uma das maiores praças da Europa, margeada por duas fileiras de estátuas e cercada por um canal de formato oval. A névoa, já presente naquela hora, emprestava sua beleza e uma certa magia ao lugar.


Prato della Valle
Ao fundo da Praça - Prato della Valle - está a Basílica de Santa Giustina, também padroeira da cidade, assim como Santo Antônio. As duas basílicas - de Giustina e de Antônio -  são as igrejas mais importantes da cidade, até mais visitadas do que a Catedral.

Pedro , com frio, em Prato della Valle
Conforme conta a tradição, Giustina era uma aristocrata, natural de Pádova, que se negou a seguir ritos pagãs e foi, por isso, martirizada, sendo assassinada com espadas, por soldados de Deocleciano. Está sepultada junto ao altar principal da Basílica que leva seu nome.

           




















O Palazzo della Ragione - que pode ser visto, à direita, nas duas fotos acima - é imponente e de grande importância arquitetônica para a cidade. Foi construído no meio do Centro Histórico, no local onde funcionava um mercado. Erguido, dividiu o espaço, fazendo surgir duas praças: a Piazza delle Erbe e a Piazza della fruta. Interessante que, mesmo sendo de 1218, continua, ainda hoje, junto a um grande mercado de rua.

Centro Histórico


Há muitos edifícios que merecem especial referência , como a Catedral de Padova e o Battistero; a Igreja de São Clemente, construída no século XI; o Palazzo del Capitano, construído em 1605 para ser residência de governadores venezianos da época, e o maravilhoso Caffé Pedrocchi, inaugurado em 1831,  e famoso  como  ponto  de  encontro entre    estudandes da  Universidade de Padova, professores e intelectuais da cidade - além de famoso, o Pedrocchi tem um café realmente bom.






Padova merece integrar qualquer roteiro de viagem à Itália. Passou por troianos, romanos, bárbaros, bizantinos, venezianos e austríacos, tendo sido anexada á Itália na Unificação. Hoje é uma cidade agradável de visitar, com excelentes cafés, restaurantes, livrarias, galerias de arte  e lojas; com um povo gentil e um ambiente elegante e agradável, com forte presença de arte e cultura. Realmente bonita e com muito o que ver e o que fazer.





" La vita è ciò facciamo di essa. 
I viaggi sono i viaggiatori. 
Ciò che vediamo 
Non è ciò che vediano,
Ma ciò che siamo."

Fernando Pessoa






sexta-feira, dezembro 25, 2015

Rovigo, de onde muitos foram para o Brasil.

Pedro em Veneza
Pedro e eu entramos em acordo: ele iria sozinho para Veneza Santa Lucia. e eu iria para Rovigo, uma das poucas cidades do Vêneto que eu não conhecia. Ele não fala italiano, mas fala inglês bastante bem. Faria, assim, um exercício de autonomia. Pela manhã, prendemos trens para direções diversas. Inicio da noite, chegamos ao hotel - cansadíssimos e com frio - mas tranquilos porque  os passeios haviam sido bem interessantes.

Assim estava a cidade toda...
Rovigo, cidade da Região do Vêneto, com cerca de 240 mil habitantes, é capital da Província do mesmo nome. Cidade antiga, foi, provavelmente, habitada por etruscos. Guarda  restos de fortificações e castelo - séculos XI e XV. Muito bem conservada está uma torre medieval, com 66 metros de altura - e belos palácios devidamente recuperados.

Torre medieval - uma das mais altas da Itália

Como a cidade estava vestida para Natal - muitíssimo decorada - tive alguma dificuldade não só para fotografar mas também para localizar e identificar os vários monumentos que nela estão. Há, por exemplo, uma majestosa e antiga porta de acesso à cidade, uma raridade  que é parte hoje do Centro Histórico.

Antiga porta de acesso à cidade
É óbvio que encontrei, em Rovigo,  dois conhecidos de longa data. Lá estavam, dando nome às duas principais praças da cidade, Victorio Emanuelli e Giuseppe Garibaldi. Estavam em meio à muitas árvores de Natal, bonecos de neve, caixas de presentes e dezenas de pequenas casas fechadas, que deveriam ter sido dos mercados natalinos.

Na Praça Giuseppe Garibaldi...
Impactante uma escultura que , por acaso, encontrei nas proximidades da Torre Medieval. Dedicada a Giacomo Matteoti, antifascista assassinado em 1924. Nela se lê mais ou menos isto - não recordo bem as palavras - Posso ser assassinado, mas a ideia que há em mim nunca poderão assassiná-la.

Escultura a Giacomo Matteoti
Há dois videos bem interessantes no youtube sobre Rovigo. Deixo-lhes os endereços. Mais adiante, explicarei porque tive pouco acesso a informações sobre a cidade: https://www.youtube.com/watch?v=JfEg9yPup2E     e     https://www.youtube.com/watch?v=SGXIzc0V_MA

Símbolo da dominação Veneziana - 1797
Nesta minha vida de viajante - há bem mais de 30 anos - aprendi a jamais chegar numa cidade , mesmo que eu já a conheço, durante a noite. De dia, tudo é mais fácil e menos perigoso. Hoje, aprendi outra lição: não chegar  numa cidade, de manhã, no dia 25 de dezembro!

Universidade de Ferrara - Sede de Rovigo - Curso de Direito
Vai-se de Veneza Mestre a Rovigo de trem, em 58 minutos. Cheguei na cidade pouco antes do meio-dia. Parecia uma cidade abandonada, mas abandonada mesmo. Seguindo um mapa, fui da Estação de Trens ao Centro Histórico e , nesse percurso, vi uma única pessoa - um estrangeiro.

Muitos palácios recuperados
Percorri praças e parques. Caminhei pelas ruas principais. Em duas horas de caminhada, contei um total de cinco pessoas. Um tempo depois, comecei a ter sede, fome e vontade de ir ao banheiro. De vez em quando, eu enxergava mesas com toalhas, cardápios sobre elas, cadeiras, enfeites de Natal. Alegria!!!  Cafeteria, bar , restaurante? simmmm....mas fechados!

Ninguém! Nem no bar onde há mesas e cadeiras na frente.
Enxerguei uma senhora! Perguntei a ela onde eu poderia tomar um café. Muito gentilmente, ela me ensinou três lugares - os mais tradicionais da cidade. Procurei-os e os encontrei...mas os três estavam fechados. Um pouco desanimada, decidi caminhar na direção da Estação...eis que...

As ruas estavam todas assim...
...encontro uma cafeteria! Bonitinha, muito limpa, bem decorada e com um excelente café preparado por um menino chinês...que falava italiano muito bem. Contou-me que sua família era de Shangai, que ele se criara na Itália, que todos eles trabalhavam ali, mas a crise que se abatera sobre a Europa, estava tornando a vida difícil. Conversamos muito. Ele gostou de saber que eu já viajara por muitas regiões da China. Tomei café, tomei água, fui ao banheiro, dei-lhe uma boa gorjeta ...e tudo ficou bem.

Caminho que leva à Estação de Trens.
Já era tarde. Fui para a Estação. Enquanto esperava o trem, conversei com dois meninos do interior de São Paulo. Muito amáveis e gentis, contaram-me que estavam à procura de documentos do avô, natural de Rovigo, na tentativa de obter cidadania italiana. Contei-lhes que eu também era neta de italiano, conhecia muito bem a Itália, mas me faltara paciência para construir o processo de cidadania. Prefiro trabalho braçal a burocrático!

Deve ser lindo este prédio....
É tradicional a Missa da Meia Noite...
Muito Frio! Boa noite!

quinta-feira, dezembro 24, 2015

Natal, 2015!

Veneza,Natal, 2015
Meus Natais foram-se esvaziando de alegria e enchendo-se de nostalgia com o inexorável avanço do tempo. Meus filhos e sobrinhos cresceram. Voaram por este mundo grande, bonito e fácil de  andar - como lhes ensinei desde pequenos. Partidas , reais ou metafóricas, aconteceram. Por último, morreu Ronald, logo após um belíssimo Natal na Alemanha. Perdi a condição de permanecer na minha casa, durante as festas de fim de ano.

Tradicionais máscaras de Veneza
Decidi que viajaria nesse período até quando me fosse possível. Por sorte, Pedro, meu neto, agora com 16 anos - com a devida permissão de Fabiana, a mãe dele - decidiu viajar comigo. Estamos fazendo nossa terceira viagem natalina para a Europa. Ele é excelente companheiro: curioso, inteligente, bem informado e  afetivo.

Veneza
Viajamos desde Porto Alegre, pela TAM. Ao chegar em São Paulo, esperamos cerca de meia hora para que a porta do avião fosse aberta . Depois, num desembarque remoto, enfrentamos informações incompletas e falta de assistência na conexão para Milano.Foi preciso correr muito para não perder o vôo. Fiquei, outra vez, arrependidíssima de não ter viajado pela TAP, direto a Lisboa e, de lá, para a Itália. Ninguém merece conexão em Guarulhos, especialmente perto de data festiva.

Variadas e tradicionais máscaras
O vôo São Paulo / Milano foi pela LAN, em sistema conjugado com a TAM. Esse, realmente ótimo. Avião grande, pontualidade, pessoal bem treinado e agradável, comida boa - boa considerando que se trata de comida de avião. Do aeroporto de Malpense a Estação de Trens Milano Central, ônibus; de Milano Central a Veneza, trem. Viagem boa. Acordamos hoje traquilos e fomos traçar Veneza Santa Lucia. Estamos hospedados em Veneza Mestre, no Hotel Plaza, em frente à Estação de Trens, um quatro estrelas honesto, com excelente breakfast.

Veneza Santa Lucia
Fomos cedo - antes das 9h - para Veneza Santa Lucia. Para que Pedro tivesse uma ideia de conjunto, fizemos o primeiro passeio em Vaporetto, Depois, longas caminhadas ao redor de San Marcos e uma visita ao Campo de São Bartolomeu, onde fomos à procura de Mercados de Natal. Veneza, entretanto, não tem - e nem precisa ter - a decoração natalina de cidades comerciais. Quem vem aqui... vem para vê-la.

Veneza, 2015
Estamos agora no Hotel, onde decidimos ficar e descansar bem. Amanhã faremos  bate-e-volta a Firenze, partindo cedo e retornando à  noite - em trem rápido, vai-se em menos de duas horas. O Ano Novo será em Verona, cidade de que gosto muito. Permaneceremos lá durante cinco dias. Depois, viajaremos para Áustria, Hungria e República Tcheca. Antes de retornar ao Brasil, prometi ao Pedro que o levaria à Suiça...para comer chocolate!


Veneza,Natal,2015

"Natal...Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade         
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.

E como é branca de graça       
A paisagem que não sei, 
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei."

Fernando Pessoa
Ao Pedro, com amor da vó.

segunda-feira, dezembro 21, 2015

A Copenhagem da Pequena Sereia

Nyhavn - zona portuária

Quem vai à Dinamarca, certamente vai a Copenhagem, cidade com mais de um milhão de habitantes, que é a capital e a mais populosa  do País. As duas vezes em que lá estive, cheguei pela principal estação de trens: a primeira vez, vinda de trem desde Berlin; a segunda, vinda do Aeroporto Internacional de Kastrup, o maior da Escandinávia. Do aeroporto à estação, pode vir em trem, ônibus, bonde ou táxi. Boa impressão já na chegada - o prédio da Kobenhavn Hovedbanegárden é antigo, fotogênico e bonito.

Decoração de Natal na rua Stroget
Final de outono, folhas coloridas por toda parte, temperatura  menos fria do que a esperada - pouco menos de 10 graus. Nas ruas, uma decoração natalina simples e de bom gosto. Nosso hotel, reservado no booking.com , era um quatro estrelas honesto, com excelente café da manhã, menos de 10 minutos desde a Estação Centrale, num bairro muito bom : Comfort Hotel Vesterbro, Vesterbrogade,23-29 
  
Zeli em paisagem de outono

A cidade é bastante plana  e , para quem gosta de longas caminhadas, dispensa metrô, ônibus,táxi. Basta andar  - e olhando atentamente porque há belezas por todo lado. Depois de percorrer Vesterbo, o bairro   em que estávamos hospedados, fomos ver a  Pequena Sereia, a grande atração local, visitada por um milhão de pessoas a cada ano. Ela tem 1m25com e pesa 175 kg. Está no Porto de Copenhagem, em Langelinie, acomodada  sobre uma rocha.  




A Pequena Sereia
                                                                        
Foi doada à cidade em 1913, pelo fundador da cervejaria Carlsberg, Carl Jacobsen, inspirado por um balé a que ele havia assistido. O autor da escultura de A Pequena Sereia ( The Little Mermaid ) foi Edvard Eriksen. No dia 23 de agosto, é comemorado, com grandes festas, o aniversário dela, que é personagem de um conto de Hans Christian Andersen sobre uma linda sereia que se apaixona por um príncipe humano. Esse conto já foi traduzido em 150 idiomas e transformado em filme por Walt Disney.

Mercado de Natal 
Felizmente para nós o Julemarked ou Christmas Market começa no início do mês de novembro. Nós já o encontramos em pleno funcionamento, no Centro da Cidade. O Mercado de Natal é uma tradição alemã que atuamente é encontrada por toda a Europa. Copenhagem realmente já estava em clima de Natal: decoração, música, muita gente na rua - e as lojinhas vendendo, além de presentes, brinquedos e enfeites natalinos, bebidas e comidas típicas. Sobre a abertura das festividades no Tívoli, ver post anterior.

Movimento ao final da tarde

A Strojet, rua exclusivamente para pedestres, é a principal área comercial da cidade. Essa rua troca de nome algumas vezes, podendo chamar-se Frederiksberggade, Nygade, Vimmelskaftet, Amagertorv e Ostergade, mas será sempre a mesma. É bem iluminada, muito movimentada, com gente bonita - o que é comum na Dinamarca - muitos artistas de rua e lojas,  conhecidas ou não, mas todas muito bem decoradas. A mais famosa loja de departamentos - a Illum - encontra-se também na Strojet, quase no seu final.

Moinho da Cidadela ou Kastellet
Construída pelo Rei Chistian IV, em 1626 , já na região do porto, está a Cidadela - ou Kastellet - que tinha a finalidade de reconhecer os ataques vindo do mar  e garantir a proteção da cidade. Toda a área, em 1892, foi transformada num belíssimo parque. Zeli e eu o traçamos encantadas com a natureza que o envolve e com as esculturas que ali estão. O núcleo militar continua ativo no centro do forte e parece que só ocasinalmente é usado para treinamente de soldados. Os prédios são pintados em bonitos tons de laranja. Adorei o Moinho antigo que adorna sobremaneira o Kastellet.


Fotogênico Moinho antigo

Faço uma parênteses, antes que eu esqueça , para mencionar algo que me parece relevante. A Dinamarca é um dos únicos países do mundo a cumprir com a recomendação das Nações Unidas de destinar ao menos 1% de seu produto interno bruto (PIB) ao Terceiro Mundo. O país também ajudam na modernização das nações que antes pertenciam à Europa do Leste. É um exemplo de nação a seguir. Os dinamarqueses desfrutam de águas limpas, praias sem contaminação, ar puro e uma natureza invejável. Preocupa-se com a preservação do meio ambiente e com a qualidade de vida de seus cidadãos. Quando fui atendida no Hospital Universitário, por ter tido uma reação alérgica muito forte, saí agradecida e encantada com o tratamento recebido. Há esperança sim...


EStátua equestre deFrederico V 
Residência oficial de inverno da família real, o Castelo de Amalienborg é  formado por quatro palácios de exteriores idênticos, dispostos ao redor de uma praça octogonal, que tem ao centro, a estátua equestre do rei Frederico V, o fundador de Amalienborg. A face do rei está voltada na direção da Igreja de Mármore. Foi construído para abrigar quatro famílias nobres. Após um incêndio no Palácio  de  Christiansborg, em 1794, a família real o comprou - e gerações e gerações dela passaram a ocupar as residências.


Soldados da guarda-real
Fomos assistir à solenidade de troca de guardas no Castelo de Amalienborg. A coreografia foi perfeita - com música e soldados da guarda-real, que me fizeram lembrar os antigos bonequinhos do playmobil, que eu comprava para os meus filhos, ou os legos, que muito comprei para Pedro, meu neto.Muitos turistas acompanham essa solenidade, que  deve durar um quarto de hora.

Igreja Luterana em Frederiksstaden
Localizada no centro de Frederiksstaden, em frente ao Amalienborg, a Igreja de Mármore, como é popularmente conhecida, é um templo luterano que começou a ser construído em 1749, por desejo do rei Frederico V da Dinamarca, em comemoração ao terceiro centenário da ascensão dos  Oldenburgo ao trono. Em 1770, suas obras foram interrompidas devido ao alto custo. Com ajuda da iniciativa privada, as obras foram retomadas e concluídas em 1894. Sua cúpula foi inspirada na Basílica de São Pedro, em Roma.

Antiga Bolsa de Valores
Assim como Bersen, o antigo prédio da Bolsa de Valores da Dinamarca, que foi construído no século XVII  e é bem conhecido por sua torre, com rabos de dragões entrelaçados, há muitos outros edifícios cuja arquitetura deixa-nos de boca aberta - entre esses, o Castelo de Rosenborg, a Torre Redonda, a Biblioteca Real, o Museu Nacional e o Teatro Real, a Prefeitura e as encantadoras casinhas coloridas do Nyhavn. No Teatro Real, acontecem, entre outono e primavera, apresentações do Balé Real Dinamarquês, que eu li apreciações que o consideram o mais fantástico do norte europeu.

Museu do Design
Haveria muito, mas muito mesmo, o que escrever e o que contar sobre esta minha segunda viagem à Dinamarca. Nem escrevi sobre  Nyhavn, lugar de que gosto tanto.  Estou, entretanto, atrasada com os relatos no Correndomundo... Não os concluí ainda e já estou de partida amanhã. Retorno à Europa onde devo passar Natal, Ano Novo e permanecer durante o mês de janeiro. 


Obrigada, Zeli , pelo companheirismo agradável.;

Pessoas queridas, desejo-lhes um alegre Natal e um Ano Novo com surpresas agradáveis e motivos para sorrir espontaneamente. "Que teus bolsos estejam pesados, e o teu coração, leve."  





"O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...



São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.


São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma."


Fernando Pessoa