quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Fernando Pessoa - Texto

Alcalá de Henares - cidade de Cervantes
" Um poema é a projeção de uma idéia em palavras, através da emoção. A emoção não é a base da poesia: é tão-somente o meio de que a idéia se serve para se reduzir a palavras.
Não vejo, entre a poesia e a prosa, a diferença fundamental, peculiar da própria disposição da mente, que Campos estabelece. Desde que se usa de palavras, usa-se de um instrumento ao mesmo tempo emotivo e intelectual....

Música na rua, em Madrid

.....A palavra contém uma idéia e uma emoção. Por isso não há prosa, nem a mais rigidamente científica, que não resume qualquer suco emotivo.
Por isso não há exclamação, nem a mais abstratamente emotiva, que não implique, ao menos,o esboço de uma idéia."
Fernando Pessoa

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Fantasmas ou fantasias?

Pittok Mansion em Portland

Santiago , grande cartunista gaúcho e criador do Macanudo Taurino, publicou uma gravura em que empregados de fazenda , ao redor do fogo, contavam apavorantes histórias de assombração. Fora do galpão, assombros tremiam de medo ao ouvi-las. Gosto muito dessa representação da cultura do Rio Grande do Sul. Gosto de relatos detalhados de fantasmas ou assombrações.


Willamette River, em Oregon

Na minha memória de criança rural, há muitos registros de relatos sobre fantasmas, que , em geral à noite, após o jantar, as pessoas reuniam-se para contar, ouvir e dormir com medo.  Na Bela União dos meus antepassados, havia um lugar chamado Apertado - uma estradinha estreita entre duas elevações. Desse lugar, eram narradas histórias de um homem ou de um menino que saltava na garupa dos cavaleiros incautos que por ali passavam durante a noite, sempre à noite.



Alcatraz, a ilha - prisão


Já prometi que, quando eu morrer, serei um fantasma diurno e colorido; os noturnos e os de branco me assustam mais. Neste post, entretanto, não pretendo reproduzir os relatos de minha infância. Quero reproduzir - isso sim -  relatos sobre ghosts,  ouvidos em alguns dos lugares que visitei. Obviamente, não poderei ilustrá-los com fotos dos próprios. Usarei, portanto, fotos de espaços considerados assombrados.



Chicago - vista do Navi Pier


Começo com Portland, a cidade maior de Oregon, nos Estados Unidos, uma das minhas cidades preferidas e muito conhecida por seus fantasmas. Lá visitei algumas vezes a Pittock Mansion, construída numa colina, em meio a um parque grandioso e rodeada por jardins exuberantes e belos. Foi construída, em 1914, por um rico empresário - Henry Pittok -  e sua esposa, que  morreram ambos pouco tempo depois.



Pittock Mansion


Pessoas afirmam ter visto aparições e ouvido passos, que atravessavam salas vazias da Mansion. Dizem , ainda, que portas e janelas abrem-se e fecham-se por si só e que um retrato do Sr. Pittock já foi  encontrado em diferentes partes da casa - sem que ninguém o movesse. O lugar é lindo ; os  fantasmas,  de bom gosto! Também em Portland, no rio Willamette, contam-se histórias de um navio fantasma, que é visto deslizando sobre as águas e logo desaparece.



Chicago


A movimentada e moderna Chicago também tem seus fantasmas. Depois do acidente aéreo da American Airlines, em 1979, quando morreram 271 pessoas, muitas histórias surgiram, como a de  um misterioso círculo de luzes ao redor do local do acidente. Quando os policiais chegaram, eles não encontraram nada além de um campo deserto.. Após esse fenômeno, em uma área residencial próxima, começaram a ocorrer fatos estranhos.



Chicago


Algumas pessoas disseram que, na exata hora do acidente, ouviam bater em suas portas ou janelas, e quando iam atender não encontravam ninguém ali. Semanas mais tarde, alguns relataram que, em uma destas batidas noturnas, ao atender a porta, encontraram um homem confuso, dizendo que precisava encontrar a sua bagagem, que estava perdida. Em seguida ele se virou e desapareceu na escuridão. ( Bati 3 vezes na madeira: tenho passagem para Chicago, pela AA, em maio.)




San Francisco


A cidade de San  Francisco, composta por grande população imigrante e um  histórico de desastres naturais, como terremotos, construiu a fama de ser  mal-assombrada.  Chinatown recebe excursões de turistas que vão à procura de  fantasmas e de folclore assustador. Fantasmas são vistos na Ilha de Alcatraz, defronte à cidade - são vistos também  em  hotéis,  mansões e  igrejas.




Chinatown, em San Francisco


Desses hoteis , um dos mais famosos é o Queen Anne Hotel, que serviu como uma escola para meninas na década de 1890 e é dito ser assombrado pelo fantasma de sua ex-diretora, Maria Lago. O  Queen Anne, um bonito hotel , em prédio vitoriano, datado de 1890, com móveis antigos e decoração da época. Estivemos, Ronald e eu, durante quatro dias nesse hotel. Nosso único momento de assombro foi quando vimos a conta! Mas, na região, não é só San Francisco que tem seus fantasmas.



Sinalização do Caminho Real


Temendo perder o controle da Califórnia para outros exploradores, o rei da Espanha encarregou o Pe. Junípero Serra, frade franciscano,  de fundar e administrar missões que iam de San Diego de Alcalá até San Francisco de Solano, em Sonoma Valley. Foram fundadas 21 missões, que se tornaram as principais cidades do atual estado da Califórnia, como San Diego, Los Angeles, Monterrey, Carmel, San Luis Obispo  e San Francisco.  As missões eram construídas para ficarem à distancia de viagem de um dia a cavalo uma da outra e ficavam no chamado "El camino real" que ia sendo construído na medida em que as missóes eram fundadas.




Sinos de San Juan Capistrano


Visitei quase todas as Missões e escutei ali muitas histórias de assombração.San Juan Capistrano, fundada em 1776 e destruída por terremotos em 1812 e 1818, está hoje parcialmente reconstruída. É famosa por seus jardins e suas histórias fantásticas. Há um monge sem rosto que percorre os corredores  à noite, e ouve-se o pisar das suas sandálias que ecoam através do silêncio enquanto ele se apressa e desaparece nas sombras.




Detalhe de um jardim em San Juan Capistrano



Há sinos que tocam sem que ninguém os tenha movido e em horas inesperadas. Há um soldado sem cabeça, que fica de guarda perto do prédio. Uma das histórias mais repetidas, entretanto, é de Magdalena, uma jovem que perdeu a vida no terremoto de 1812. Ela era penitente naquela manhã, segurando uma vela, enquanto caminhava na frente de seus pares, quando as paredes tremeram e as cúpulas do telhado desabaram sobre eles. Em noites de lua, apenas seu rosto é visto, iluminado por uma vela, nas altas janelas das ruínas da Igreja.




Porta principal de acesso ao centro de York


Antes de sentir medo, quero ainda escrever sobre os fantasmas de York, uma bela e antiga cidade inglesa, famosa pela arquitetura e pelas histórias sobrenaturais. Em seus edifícios góticos, houve assassinatos e mortes trágicas, muitas de personagens conhecidas. No castelo da cidade, por exemplo, Catherine Howard, a quarta esposa de Henrique VIII, foi, em 1542, condenada à morte, por suposto adultério. Durante o trajeto do castelo ao cadafalso, seus gritos foram horripilantes. Comenta-se que esses gritos ainda são ouvidos, nos corredores do mesmo castelo , em cada aniversário desse acontecimento. Na Igreja de Todos os Santos, contam que um fantasma desconhecido assiste a todos os enterros. Muitas pessoas o vêem.



 
Catedral de York



A gótica catedral de York é conhecida por seus fantasmas. Teriam sido vistos ali uma monja que foi enterrada viva e um ladrão fratricida, arrependido, chorando. Também , pela porta principal de entrada à cidade, teriam visto, atravessando-a, um soldado que foi degolado, carregando sua própria cabeça. Horrível! York é uma bela cidade, parece mesmo cheia de mistérios e parada no tempo.




Cesky Krumlov - Torre do Castelo


Na República Tcheca, há um famoso castelo assombrado na encantadora cidade de Cesky Krumlov. Contam que vivia nesse castelo, no século XV,  Perchta von Rozemberk, uma jovem muito bonita e muito cortejada pelos jovens da região.  Seu pai, entretanto, decidiu que ela se casaria com um lorde da Moravia , Johann  von Lichtenstein. Casou para satisfazer a vontade do pai. Não foi feliz. O lorde revelou-se péssimo marido, tendo sido cruel com a pobre Perchta  ao longo da vida conjugal. Quando Lichtenstein estava no seu leito de morte, chamou a esposa e pediu-lhe  perdão por todos os maus tratos. Com muita mágoa e muitos ressentimentos acumulados, ela não o perdoou.



Em Cesky Krumlov


O marido, moribundo, amaldiçoou-a , transformando-a na Dama de Branco, que vive vagando pelas salas do Castelo  e que costuma aparecer em festas e eventos importantes.  O Fantasma usa sempre um belo vestido branco e um detalhe premonitório que é bem importante: tem sempre luvas longas. Se  as luvas forem brancas, é sinal de boa sorte para quem a vê. Se forem pretas, desgraça na certa.
Prometo que o próximo post será menos macabro! Aguardem.






"Guardo ainda, como um pasmo
Em que a infância sobrevive,
Metade do entusiasmo
Que tenho porque já tive.

Quase às vezes me envergonho
De crer tanto em que não creio.
É uma espécie de sonho
Com a realidade ao meio."


Fernando Pessoa

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Buon Appetito! Culinária e Comidas Típicas

Paella em Madri


Na minha região, houve um tempo em que as moças diziam , com muito orgulho e vaidade , que não sabiam fazer nem arroz. Tal afirmação era chiquésima, um indicativo de fineza e riqueza. Equivalia dizer nunca precisei cozinhar pois na minha família tem quem faça esse trabalho. Burguesice plena! Mesmo na minha geração de moça dos anos sessenta, eu ouvi amigas minhas falarem assim. Criada no campo e oriunda de família que valorizava o trabalho acima de tudo, cedo aprendi a fazer alguns pratos salgados e algumas sobremesas. 


Prato típico do sul da Índia


Ao longo da minha vida, desenvolvi o gosto pela culinária e somei aprendizados. Desisti dos doces; gosto mesmo das panelas. Grandes amigos fizeram a diferença no meu aprendizado. Eroni Carus, em Alegrete, foi o primeiro a me ensinar segredos culinários. Com ele aprendi pratos típicos gaúchos. Com Ronaldo Mota, em Santa Maria, aprendi deliciosos pratos árabes. Rolando Solis Estrada ensinou-me a preparação de muitos pratos e o gosto por fazê-los cuidadosamente.


Panquecas nos USA

Segredos para preparar deliciosas massas italianas me foram ensinados na Itália, principalmente por Lídia Marzoto e Cosimo Pesaro. Na referência a esses mestres, o meu agradecimento a todos. No cotidiano, para cozinhar bem, acredito que não preciso saber fazer, por exemplo,  pato laqueado. Cozinhar bem  inclui saber fazer comidinhas caseiras, do dia a dia, bem gostosas e caprichadas.



Frutas compradas em Hong Kong

Minha filha, Fabiana, ensinou-me o segredo para ter um ovo frito inteiro e bonito : quebrá-lo no óleo ainda frio e só depois aquecê-lo. Com Nina, minha cunhada, recebi orientações que me permitem fazer aquela panqueca fofinha, que encontramos nos breakfasts americanos. Meu marido, que prepara como ninguém o legítimo breakfast do meio-oeste, faz uma batata deliciosa,  ralada, com casca, na parte grossa do ralador e bem fritinha em muito pouco óleo.


Feira em Drama, norte da Grécia
 
Tenho memória de sabores inigualáveis, tanto de doces como de salgados. Impossível esquecer as tortas de Amelia Benetti , com sabor muito particular  e apresentação perfeita, as esfihas feitas por Cleuza Alonso, inestimável herança de sua família; as tortas de maçã de Regina Veríssimo e da Pauline Tallmann, diferentes entre si, mas realmente muito boas; os quibes de Sônia Benetti, de impecável formatação e delicioso sabor.



Sopa romana

Sei, entretanto, de talentos culinários não reconhecidos - Mile, meu irmão, afirmava que eu sabia mesmo era preparar ovos fritos maltratados, com gema furada e clara toda arrebentada. Pura difamação!!! O gosto por comida me leva às feiras e aos mercados públicos, onde é comum encontrar com quem conversar sobre os produtos expostos e sobre os hábitos alimentares do povo. Ali se encontra o mais genuíno da população de um país, com seus cheiros, cores, sons, formas e movimento - um bela expressão da cultura local.


Tradicional banquete chinês




Considero que nas feiras e nos mercados populares é onde pulsa a vida, bem ao contrários dos shoppings , tão pouco informativos, tão semelhantes no mundo inteiro, tão padronizados e higienizados. Já estive em feiras e mercados de rua que primam pela estética e qualidade dos produtos expostos. Algumas vezes, entretanto, nos surpreendem pela originalidade do que é vendido, como no  Saara, onde  vi , numa feira, um balde de dentaduras - de vários tamanhos e formatos.




Especiarias em mercado de Jerusalem

Lembro-me , em especial, de alguns, como o Mercado de São José da Boqueria, em Barcelona, que foi inaugurado em 1840; o mercado de Marrakesh, em Marrocos, na praça Jemaa el-Fna; os mercados de sábado, em pequenas cidades do norte da Grécia, como Drama, onde provei muitas e deliciosas azeitonas com diferentes preparos; os mercados de  cidades italianas, onde eu comprava pães  e queijos  deliciosos - e  me alegrava com o passeio.



Waffles do Cracker Barriel

Quase não vou a restaurantes internacionais - uma vez só, em cada país , já me basta. Gosto de ir onde vão as pessoas da localidade. Até hoje , tive poucas dificuldades na alimentação durante viagens. A principal delas decorre do fato de eu não comer, por exemplo,  carne de cordeiro, de cavalo e de caças. A dificuldade com carne de caças aparecia nas minhas temporadas entre povos indígenas na Amazônia; de cavalo, em restaurantes italianos em que ela eram oferecidas como especialidade da casa; de cordeiro, no Rio Grande do Sul e em países muçulmanos.

Deliciosa comida indiana

Gosto da comida indiana, tanto na região  tibetanos quanto no norte ou no sul do país. "Meu prato preferido é “pulao”, um arroz graúdo, feito com “ghee” ( manteiga clarificada) , vegetais ( vagem cortada miudinha, cenoura picada, ervilha, pimentão...), às vezes com queijo de coalho , sempre com muitos temperos. Uma delícia. E as porções são grandes – nunca consigo comer tudo. Como também “biryani”, um arroz com frango, temperado com açafrão e cardamomo"  Recorte de um texto meu.




Refeição comunitária no Templo Sick em Amritzia


Algumas vezes, eu comi " Thali ": numa bandeija, vem arroz , pão e pequenas tigelas com iogurte, vegetais e molhos – sempre bem apimentado. Iogurte com mel é a minha sobrenesa preferida.Se não fosse minha “eterna dieta”, comeria muito pão : " roti "( pão sem fermento), " paratha" ( pão frito) e " dosa" ( uma panqueca crocante). São deliciosos. Usa-se o pão também como auxiliar da colher, quando se come com talheres ( em restaurantes locais, só vem mesmo uma colher).


Vendedor de frutas no Sul da Índia

"Grande parte da população é vegetariana, mas encontro pessoas que comem carne – galinha, cabra e ovelha. São os únicos produtos bem mais caros do que no Brasil.  Bebo muito café – como sempre – e me dou bem com o café indiano. Gosto também de chá com leite e de “lassi “ . www.correndomundo.blogspot.com.


Frutas em Kavala, norte da Grécia

Quando fui ao Punjab, foi interessante a experiência de fazer uma refeição no restaurante comunitário do Golden Templo , em Amritsia. Ali são servidas, em média, 6 mil refeições – dia, para qualquer pessoa que chegue, inclusive estrangeiros. Serve-se pao, feijao, purê de lentilha e arroz com leite. A comida é feita por voluntários ( sikh) e nao se paga nada. Eu lembrava das mangas de Roraima como as melhores da minha vida. Foram superadas pelas mangas do Punjab. Sabor e textura fantásticos.

Breakfast em York - Inglaterra

Na China, tive dificuldades ao ser convidada para o tradicional banquete chinês. A declaração a priori de que eu era vegetariana, afastou de mim um ensopado de carne de cachorro e outras comidas que considerei exóticas. Havia também uma sopa com pequenos pasteis, recheados com ovos de passarinho, ovos inteiros, e uma sopa feita com ninho de andorinhas - uma raridade, caríssima. Nos hoteis, no café da manhã, eu garimpava café com leite, pão e manteiga, entre dezenas de pratos de vegetais, sopas de peixe e carnes - carnes que eu não sabia exatamente a que animal havia pertencido.


Bric - pastel tunisiano

Na Tunisia,não tive problemas com a comida, salvo com a carne de cordeiro, prato relevante na cozinha árabe. Faltava-me tranquilidade nas refeições porque tinha medo de que me aparecesse cuscuz com carne de carneiro. Descobri um outro prato pelo qual não me interessei : um pastel, recheado com batata amassada, salsinha verde e um ovo cru, que se torna meio - frito- meio - cozido, quando o pastel é mergulhado na gordura quente. Amo tâmaras! Fui salva, o tempo todo,  por elas, em especial por uma, tenra e de sabor suave, denominada  dedos de luz.



Pão e azeite de Matmata

Ainda na Tunisia, visitei Matmata, um vilarejo onde vivem 5 mil berberes em casas trogloditas, e que ficou famoso como cenário do primeiro Guerra nas Estrelas. Numa dessas casas , construídas com o mesmo modelo há 400 anos, uma senhora nos ofereceu pão integral e azeite de oliva artesanal, temperado com uma pitada de açúcar. O pão vinha em pedaços e fomos orientados a embeber essas porções no azeite. Foi o melhor pão com o melhor azeite de oliva temperado que comi até hoje.


Chocolates suiços

Em Bracciano, na região do Lácio, Província de Roma,  há um pequeno restaurante que serve somente porchetta, aquele leitãozinho bem pequeno, desossado e assado inteiro, servido com pão e vinho. Além da localização - o restaurante está nas proximidades do Castelo Odescalchi, aquele onde casou Tom Cruise - o pequeno cardápio é inesquecível mesmo. Lembrei-me agora dos figos recheados e cobertos com chocolate que comprei em Ooty, na Índia, por US 10 o quilo; lembrei também da Feira Anual de Chocolates que vi em Locarno, na Suiça; das batatas, na Bélgica; da salsicha com mostarda, na Alemanha, da paella na Espanha, dos pescados, na Noruega....



Pensei na dieta que estou tentando fazer e decidi parar de escrever - não sem antes  repetir aquela parte do Pai Nosso que diz:
...e  não nos deixeis cair em tentação...