segunda-feira, outubro 31, 2011

Fotos e comentários breves

Passagem de Santa Catarina : trata-se de um corredor medieval com muitas oficinas e lojas de artesanato que fazem bonitos trabalhos em vidro, pedra e cerâmica. Parte da Igreja de Santa Catarina, construída em 1246, ainda existe e , nessa parte,  podem ser vistas inscrições de sepulturas de diferentes séculos, a partir do século 14. Vi trabalhos em vidro serem feitos por um senhor de extraordinária habilidade .

domingo, outubro 30, 2011

Estônia : Parnü


Centro de Parnu



















Quando vou a um país pela primeira vez, procuro sempre visitar ao menos uma cidade, além da capital. Foi assim também na Estônia. Depois de encantar-me com Tallin, fui passar um dia em Parnü, considerada a Capital do Verão da Estônia, pelas suas excelentes praias e pelos seus famosos resorts. Mas não é somente uma cidade de praia, é  também uma cidade muito interessante, com uma história antiga e muito forte.


Igreja (Ortodoxa)Sta.Catarina




















Vai-se a Parnü , em 2h30min, pela mesma estrada que se vai a Letônia, a Rodovia 4, conhecida como Via Báltica. As estradas são boas - não são excelentes - e os ônibus são do tipo standart. Voltaríamos a essa estrada quando viajamos para Riga. Parnü foi fundada em 1251 e manteve-se controlada pelo reino da Polônia entre 1560 e 1617. Os suecos passaram a controlá-la mais tarde. Em 1721, entretanto, ela foi anexada ao Império Russo, através do Tratado de Nystad como consequência da Grande Guerra do Norte. A cidade tornou-se parte da independente Estônia após o término da Primeira Guerra Mundial.


Parque com monumento a Koidula



















Entre suas principais atrações, destacam-se: a Cidade Velha, localizada ao redor da Rua Ruutli, exclusiva para pedestres; a Igreja Santa Catarina, uma igreja barroca, construída em 1768, onde nos permitiram fazer , na parte interna, apenas duas fotografias; a Prefeitura, construída em 1797, como casa de um rico mercador da região; um supermoderno Centro Cultural, que oferece uma bem montada sala de informática, aberta gratuitamente para a população; um belíssimo e grandioso parque, onde encontramos uma estátua de Lydia Koldula, a poetisa mais conhecida da Estônia.



















Lydia Emilia Florentine Jannsen , que nasceu em 1843 e morreu em 1886, com 43 anos portanto, foi a poetisa e escritora que muito influenciou a história estoniana. Seu poema Meu País é Meu Amor , durante o período de dominação soviética, foi o hino nacional não oficial da Estônia. Koldula - que significa do amanhecer -  foi o pseudônimo que Lydia adotou quando foi proibida de escrever.



















Ela teve um passional romance com o escritor Friedrich Kreutzwald e para ele escreveu apaixonadas cartas de amor. Nem todas essas cartas - consideradas ponto alto de sua obra - foram posteriormente publicadas porque a esposa de Friedrich as queimou, num acesso de ciúmes. Mais tarde, Koldula casou com um médico da Letônia e foi morar no Golfo da Finlândia. Lá morreu, segundo dizem, de câncer e de saudades de sua terra natal e de seu amado. É. As histórias de amor estão em toda parte. Ainda bem.




















Toda a vida da alma humana é um movimento na penumbra.
Fernando Pessoa



sábado, outubro 29, 2011

Estônia - Tallin

Cidade Velha: Prefeitura





































Interessantes os limites geográficos da Estônia: Rússia , na fronteira leste; Escandinávia contornando o norte e o oeste; os outros dois Países Báticos ao sul. Com tantas influências e alvo de tantas disputas, a Estônia, cuja história remete ao século 13, manteve-se razoavelmente coesa, graças a sua forte identidade cultural, conseguindo, mais tarde, com muitas lutas, sua independência. Nas suas últimas conquistas, estão a independência da União Soviética, em 1991, e a aprovação de sua adesão à União Europeia, em julho de 2010. Também desde 1991, a Cidade Velha , centro histórico de Tallin, hoje restaurada, tornou-se Patrimônio Mundial da UNESCO. A visíbilidade alcançada hoje , no mundo do turismo, pela Estônia , juntamente com a Letônia e a Lituânia,  é inegável. O fluxo de turistas em Tallin é constante e influi, favoravelmente, na economia do País. Encontram-se ali pessoas do mundo inteiro. Surgem  hotéis e restaurantes de boa qualidade com preços  mais baixos do que seus vizinhos da Escandinávia. O País demonstra estrutura para receber e manter esse fluxo de gente, mesmo em cidades como Parnu,bem menores do que a capital.


Mercado da Praça



















Cheguei na Estônia, vindo da Finlândia, em navio. O hotel , perto das Torres de Pedra do Portão de Viru, era agradável e , de nosso apartamento, podíamos ver a Cidade Velha, incluindo algumas igrejas e torres medievais. Visão inesquecível. Eu havia planejado uma estada de quatro dias em Tallin. Após a primeira longa caminhada pelo Centro Histórico, ampliamos nossa permanência total para nove dias! Já não se tratava de conhecer a cidade; tratava-se de curti-la. A Praça da Prefeitura, onde se concentra o movimento desde a Idade Média,  e a área de Toompea eram por nós visitadas quase diariamente. Já tínhamos a nossa cafeteria - Vertigo Gourmet - onde podíamos tomar um bom café com grissini deliciosos Somente em um dia tivemos chuvas, nos demais , agradável e amena temperatura - isso aumentava nossas condições de traçar a pé toda a Cidade Velha e parte da cidade nova
.
Catedral Bizantina





































As pessoas mostram-se gentis e agradáveis. Não se tem problema linguístico já que a maioria é falante de inglês. Disseram-me que, em geral, as pessoas falam três línguas - além do inglês , o russo é bastante falado.O artesanato é interessante e diferente, predominando a lã e a madeira como materiais usados.Fazem roupas de tricô muito bonitas.O comércio de âmbar,  entretanto, é o mais forte - joias e objetos com detalhes de âmbar são encontrados em toda a cidade. A arquitetura medieval da Cidade Velha está muito bem preservada. O centro mostra suas ruas estreitas, labirínticas, com calçamento de pedra. Restam, ainda, dois km de muralha e metade das quarenta e seis torres originais. Prédios espetaculares, como a Prefeitura (construída em 1404), a Casa das Três Irmãs, a Farmácia da Prefeitura,  a Igreja Niguliste, a Catedral Alexandre Nevsky, a Igreja Santo Olavo e a Casa dos Cabeças Pretas, entre muitos outros, pedem tempo e atenção para realmente serem vistos.



Parque e Palácio Kadriorg



















Passamos um dia todo no Parque Kadriorg , que dizem ser um dos lugares mais interessante fora da Cidade Velha. É um parque com um km e meio de extensão que tem como centro o Palácio de Verão de Pedro, o Grande,um palácio barroco do século 18. Ao redor do palácio, estão vários museus, memoriais, estátuas e o bonito Lago dos Cisnes. Emocionante pela sua beleza e pelo que representa é o Memorial Russalka, erguido em homenagem aos 177 soldados que morreram no naufrágio de um návio, que, em 1893,  ia para a Finlândia. Neste memorial, um anjo de bronze, na ponta dos pés, voltado para o mar, ergue uma cruz ortodoxa, como se pedisse proteção ou calma às águas. Na base, vêem-se blocos de granito, desbastados, sugerindo ondas fortes num mar revolto.



Memorial Russalka



















Outro lugar fantástico, fora da Cidade Velha também, é o Monte Toompea, onde se podem visitar construções impressionantes , ainda do século 13,  e de onde se pode ter uma vista belíssima da Cidade. No Monte Toompea,  encontramos várias noivas , fazendo suas fotografias, como acontece rotineiramente em fotogênicos lugares históricos. Há pouco menos de uma década , comecei a interessar-me por essa região, mas não tinha um plano para conhecê-la. Estava muito envolvida com o Leste Europeu, especialmente com a Slovakia, a Hungria e a República Checa. Nos últimos três anos, o apelo tornou-se mais forte : eu precisava ir lá. Era intensa a minha curiosidade.Ainda bem que fui - agora pretendo voltar! Li , uma vez, que bastavam dois dias para ver Tallin. Impossível. Seria uma visita com lamentável superficialidade. Tallin precisa - e merece - bem mais tempo para ser visto.



terça-feira, outubro 25, 2011

Os Países Bálticos - introdução

Tallin



















Nos três Países Bálticos, reside o núcleo desta viagem. Aos países visitados, antes e depois deles, fui somente rever lugares e amenizar saudades, especialmente da República Checa e da Suécia. A viagem foi precedida de muita leitura - o que considero imprescindível para desfrutá-la mais. Estava certa de que iria gostar desses países.  Não foi, portanto, amor à primeira vista, mas amor às primeiras leituras. Encantou-me a história da Estônia, da Letônia e da Lituânia - suas conquistas,ocupações e lutas por uma independência que só viria em 1991. Encantava-me saber que essa história tinha suas raízes nas tribos bálticas, 2000 a.C.



Letônia: as três nações




















Havia lido sobre o âmbar dos Bálcãs, sua beleza e as lendas  que o cercam, e havia já recebido de Edith, mãe da minha nora, um adereço de âmbar. Havia lido também sobre as capitais e por isso sabia que, apesar das afinidades históricas, possuíam características distintas, como o esplendor medieval de Tallin, o interessante Art Nouveau de Riga e a elegância Barroca de Vilnius. Estava muito curiosa para ver Tallin, Riga e Vilnius.Gosto de visitar cidades bem diferentes das nossas, pois, como escreveu Fernando Pessoa:
Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque  menos depende da minha subjetividade.

Intervalo

(...) Passar a limpo a Matéria
Repor no seu lugar as cousas que os homens desarrumaram
Por não perceber para que serviam.
Endireitar, como uma boa dona de casa da Realidade,
As cortinas nas janelas da Sensação
E os capachos às portas da Percepção.
Varrer os quartos da observação
E limpar o pó das ideias simples...
Eis a minha vida, verso a verso (...)
Fernando Pessoa

Finlândia : Helsinque e Turku




















Finlândia lembra-me verde, “verdes campos , verdes mares...”

Chega-se a Helsinque, em vôo de cinquenta e cinco minutos, a partir de Estocolmo. No aeroporto, as informações sobre translados e localização do hotel reservado são bem precisas e gentilmente dadas. O hotel, pertencente à cadeia SOKOS, bastante conhecida na região, localiza-se no núcleo central da cidade, tornando possível a visita ãs principais atrações turísticas simplesmente caminhando.Helsinque é uma cidade muito limpa e ordenada, que parece mover-se na hora exata, e que dá uma impressão de solidez e segurança.


























De fato, o País é bastante sólido , inclusive economicamente. Tem o seu retorno principal nos investimentos em telecomunicações – a sede maior da NOKIA é aqui – e na produção industrial de papel. É também bastante seguro, até no controle da ansiedade dos visitante! Nas estações de trem, por exemplo, há pessoas, identificadas por visível crachá, que orientam e auxiliam na compra de passagens e na escolha de horários. Quando fomos a Turku, distante menos de duas horas da capital, uma moça aconselhou-me a evitar os horários de pique no retorno, alterando , assim, o que eu havia escolhido. Aconselhou-me, ainda, a entrar num trem que estava partindo e pagar a passagem no interior do trem – o que foi feito sem multa ou dificuldade, no cartão de crédito. Sobre custos na Finlândia, ocorre-me a expressão “caro pra encrenca”que aprendi quando fiz semestre sabático, na UFMS, no Mato Grosso do Sul. Os preços são mesmo caros para nós, neste momento, inclusive nos hotéis.





















Gostei da Praça do Senado, onde domina nossa visão a grandiosa e imponente Catedral Luterana, construída em 1852 e onde se encontram ,ainda ,os prédios da Universidade e da Biblioteca Central. Outro destaque na arquitetura de Helsinque é a belíssima Catedral Uspenki, em estilo Bizantino. Adorei a Praça do Mercado, o que era previsível já que eu gosto de praças e de mercados de rua, lugar onde se vê a população local e os produtos regionais.Fomos, num ótimo trem,  a Turku, cidade mais antiga da Finlândia ( séc.XIII), situada às margens do Rio Aura, a cento e trinta km de Helsinque. É a quinta maior cidade em população , cerca de 180 mil pessoas, e a que tem maior concentraçào de sueco-finlandeses.






















O objetivo principal nem era ver a cidade e sim transitar, um pouco, pelos campos finlandeses, tão bonitos, limpos, com tantas lagoas e florestas. O passeio a Turku, entretanto, revelou-se bem interessante. A cidade é bonita, havia movimento grande no Mercado da Praça – era domingo – e , à margem do rio, muitas pessoas assistiam a uma corrida de barquinhos movidos por controle remoto. No momento em que vi os proprietários dos barquinhos, lembrei-me da observação de meu filho , que a única diferença entre brinquedos de criança e brinquedos de adulto é o preço dos brinquedos. 
Fomos a uma confeitaria, onde deixei de lado qualquer sentimento de culpa, visto que havia caminhado durante seis horas, e tomei um café com “cake”, imenso e de inesquecível sabor.



Turku




















A ligação entre Helsinque e Tallin, para onde fomos depois, é feita por uma frota de barcos excelente e em menos de duas horas. Dizem que é uma das melhores ligações, por água, do mundo. Aldomar, amigo meu de Roraima, falou-me, uma vez, da expressão usada por um primo dele quando se deparava com um lugar cuja beleza o surpreendia: Deve ser aqui que Deus passa as férias! Ao partir de Helsinque, pensei : a cidade é muito bonita e confortável e precisa ser visitada - mas não deve ser o lugar onde Deus passa as férias. Nem eu.

domingo, outubro 23, 2011

Projeto frustrado - Rússia

Planejamos uma viagem , incluindo St. Petersburg , com o objetivo de visitar o Museu Hermitage. Reservei hotel, descobri as formas de chegar a partir da Finlândia ou da Estônia. Tudo pronto, fui, entao,  verificar nossos vistos. Minha alegria ao saber que brasileiros não mais necessitam de visto para a Rússia, desapareceu com a informação de que os portadores de passaporte americano continuavam precisando  e que esse visto deveria ser feito nos Estados Unidos. Ronald não poderia ir. Desistimos.Superei a frustração pensando que se trata apenas de uma transferência de data. No próximo ano, talvez possamos ir e até fazer um roteiro mais amplo.

quinta-feira, outubro 20, 2011

Estocolmo, a capital da Suécia.

Rua mais estreita da cidade







































Pela chegada no Aeroporto de Arlanda , há 42 km ao Norte de Estocolmo e hub da SAS - Scandinaviam Airlines, multinacional da Suécia,Noruega e Dinamarca e um das inventoras do programa de milhagem Star Alliance - já se pode intuir como é a cidade, como tudo funciona bem aqui. Uma curiosidade: o vinho servido pelo grupo SAS é fabricado pelo famoso ator Gerard Depardieu.

O aeroporto é grande, com tráfego aéreo intenso, mas muito bem organizado. As informações são completas e precisas. Há um trem, “Arlanda Express”, que, direto e em 20 minutos, faz o percurso aeroporto/estação central de trens. Por sorte, o hotel que havíamos reservado, estava a 200 metros dessa estação.

De imediato, começamos a traçar o centro da cidade, o que pode ser feito a pé sem problemas – além do cansaço mais tarde.

O espaço ocupado pela capital da Suécia faz com que ela seja uma das mais bonitas cidades da Europa. Estocolmo está construída sobre catorze pequenas ilhas. Pareceu-me, ao primeiro olhar, ser uma cidade que flutuava entre o Mar Báltico e o Lago Mälarem. Ë muito interessante ver, em algumas áreas, separados por calçadas, o estacionamento de carros, por um lado, e de barcos por outro.

São Jorge em Gamla Stan




















No dia seguinte à nossa chegada, percorremos o bairro medieval Gamla Stan, a Cidade Velha , construída no Século XIII, que é geograficamente pequena, mas tem muito o que mostrar. Começamos pela Stortorget - Praça Maior - e , acompanhados de um mapa, fomos descobrindo lugares fantásticos, como a Märten Trotzigs Gränd, a rua mais estreita e com subida maís íngreme de toda a cidade. Percorremos, calmamente, a Prästgatan, rua - somente pedreste - que contorna quase toda a ilha  e que é plena de atrações, como  edifícios históricos, galerias de arte, sofisticadas lojinhas  de artesanato, antiquários e cafeterias. Visitamos o Palácio Real, incluindo seu interior riquíssimo, o Museu do Prêmio Nobel, a Catedral,a Casa da Nobreza e o Parlamento. Admiramos a réplica em bronze de uma escultura de São Jorge e o Dragão, cuja original foi feita, para a Catedral, por um escultor alemão, em 1489.Assistimos à troca de guardas no Palácio , almoçamos, passamos o dia todo em Gamla Stan. Uma bela jornada!


Vista a partir de Djurgärden




















Djurgärden mereceu também um dia inteiro de visita. Chega-se a essa área de lazer , assim indicada desde o século XVIII, cruzando uma belíssima ponte, com muitas flores e ornamentos, de onde já se pode enxergar um  edifício, parecendo uim castelo de contos de fada, onde está o Museu Nórdico, que mostra a cultura popular da região e a forma de viver e trabalhar dos suecos ao longo do tempo. Logo adiante, um interessante espaço dedicado à cultura infantil, cuja temática são os contos da escritora sueca Astrid Lindgren. Foi no Vasamuseet (Museu Vasa) , entretanto , que permanecemos por mais tempo. É um espaço admirável, onde se pode ver um grande barco, com 68 metros de comprimento, que afundou, em 1628, na sua viagem inaugural, e só foi resgatado trezentos anos depois. O processo de recuperação desse barco foi difícil; tornou-o , entretanto, uma das grandes atrações para visitantes e turistas.




Feira de produtos típicos




















Nos outros dois dias, dedicamo-nos a percorrer as ilhas  Skeppsholmen e Kastellholmen principalmente, que se constituem no chamado centro da cidade, e Östermalm-Gärdet, que, a partir de 1885, tomou as características , que mantém até hoje, de bairro de classe alta. A cada pequeno trecho, parávamos encantados com o que víamos, como praças, museus, teatros, palácios , monumentos e edifícios de diferentes estilos arquitetônicos, Percorremos um mercado de rua, com grande variedade de produtos típicos internacionais, como doces franceses, massas italianas e comidas indianas, além de produtos suecos, tanto de alimentos variados ,como de objetos para casa. Muita gente percorrendo a cidade. Viam-se turistas e pessoas da localidade, aproveitando os dias ensolarados , ainda que frios, do outono.

Saímos da Suécia com a decisão de a ela retornar . É muito bonita e dá-nos aquilo que não tem preço: a ausência do medo pelo seu clima de segurança. Daqui , em vôo da SAS, iremos para a Finlândia.

Suécia : o país




















Dizem que a Suécia só tem mesmo três cidades: Malmö, que visitei , faz alguns anos  e que já comentei neste blog; Göteburg, que ainda não conheço ; e Stocolmo , onde estou agora. Fora essas , os demais aglomerados são considerados vilas, que variam bastante de tamanho. Todo o País, porém, possui um dos mais altos Índices de Desenvolvimento Humano ( IDH).




















Neste ano, a população do Reino da Suécia deverá ultrapassar a nove milhões e cem mil habitantes. Sendo o terceiro país de maior área, na União Europeia, pode-se dizer que possui baixa densidade populacional. Apresenta uma expectativa de vida de 78,7 anos para os homens e 83,5 para as mulheres. Sua taxa de alfabetização é de 99,4 %. Desde 1995, é membro da UE, adotando, entretanto, uma política externa não alinhada , em tempos de paz, e de neutralidade  em tempo de guerra.

























Com essa ampla política de bem - estar,  cuida-se atentamente da população. Tanto a ONU quanto o Fórum  Econômico Mundial  apontam o País como um dos melhores para as mulheres. É onde as mulheres têm  maior número com diploma universitário, seguem uma carreira com igualdade de salário em relação aos homens e ocupam  cargos públicos sem discriminação ( explícita ou implícita) de gênero. São realmente apoiadas pelo Estado , visto que podem tirar até dezoito meses de licença-maternidade , e as creches são suficientes e subsidiadas.




























O artesanto sueco encanta pela originalidade e beleza e pelas constantes releituras que combinam as antigas tradições com as novas tendências.Um exemplo disso é o cavalinho vermelho, com origem mitológica e símbolo da Suécia, realizado em madeira, cujo desenho aparece , atualmente, em peças diversas, como o pratinho que comprei (foto). Além do artesanato de madeira, o artesanato em vidro é bastante singular e lindo.

 Apesar do frio e das poucas horas de sol, durante rigoroso inverno, o povo encontra formas muito particulares de criação e desenvolvimento, como ocorre, desde 1990, em Jukkasjarvi, Norrland. Engenheiros, arquitetos e artistas , nacionais e internacionais, reúnem-se para construir um luxuoso hotel ,  utilizando quatro mil toneladas de neve, que levam quatro meses para derreter. O hotel , com decoração rica e variada, incluindo elementos de castelos, chega a receber quinze mil hóspedes, que pagam, entre 400 e 800 dolares, para dormir nesse engenhoso projeto .

Há muito o que descobrir na Suécia, que mantém sua própria moeda ( corona ),não tendo aceitado , em plebiscito, o euro. É fácil viajar  por esse tão belo e tranquilo país. Com o uso do inglês, não se tem a mínima dificuldade de comunicação.

Quem ainda não leu a fantástica trilogia Millennium , fenômeno literário de Stieg Larsson, faça isso que vai gostar. Os livros são ótimos - e , de quebra , tem-se uma visão boa das cidades aqui mencionadas.

terça-feira, outubro 18, 2011

Intervalo


Suécia
 "Quando vier a Primavera,

Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
 A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,

Finlândia

Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Praga
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.











Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for será o que é"

Fernando Pessoa

Suécia - introdução

Uma das salas do Palácio Real
Circulou, há um tempo, na internet, um texto de jovem brasileiro que veio trabalhar em Stocolmo. Ele relatava o seu primeiro dia de trabalho, indo de carona com um colega sueco. Chegaram cedo. Havia muitos lugares para estacionar. O motorista estacionou bem longe do portão de entrada. O brasileiro, então, perguntou-lhe por que não havia estacionado próximo ao portão, já que havia lugar. Surpreso, o sueco respondeu-lhe que deixara o lugar mais perto e de acesso mais rápido para aqueles que chegassem mais tarde, já na hora de entrarem.
Não esqueci esse relato de um gesto de solidariedade e generosidade para com o outro e , acima de tudo, um gesto de boa educação.
Essa foi a Suécia que voltei a ver: limpa, imponente, bonita e muito gentil.

segunda-feira, outubro 17, 2011

Natureza e modelitos

Nesta viagem, as minhas poucas roupas trouxeram-me algumas dificuldades, ocasionadas pelas mudanças, às vezes bruscas, de clima.
Em Portugal, um belo verão, usando sandálias e roupas muito leves.
Em Berlim, temperatura para um casaco de meia estação.
Na Suécia, começaram as chuvas, e o frio aumentou.
Finlândia e Estônia assumiram o outono, com toda a preparação para o inverno, rigoroso nesta região. Em Tallin, tivemos um dia com vento forte e chuva - de - pedra, expressão de que tanto gosto e que  se escuta, frequentemente, em Alegrete. Era preciso sair do hotel diretamente para o táxi e deste para um local abrigado.
Dia - a - dia, notavam-se a cor de outono nos parques e jardins, e as folhas , em profusão e de cores diversas, enfeitando os caminhos.
Já tarda mais o amanhecer , e dezoito horas já é noite. As cidades resistem ao fim do verào: muitos bares, restaurantes e cafeterias conservam ainda mesas nas ruas - e os clientes as trocam por lugares fechados e aquecidos.
Nas vitrines, os lançamentos da moda outono-inverno, muito marcados pela presença do vermelho forte e do preto, muito preto em botas, chapéus, casacos,  calças e vestidos.
Em cidades belíssimas, como Stocolmo e Tallin, todos os diferentes dias têm seus diferentes encantos. Assim é o mundo.... parece-me.