quarta-feira, setembro 21, 2011

Mil desculpas!

Prometi a tantas pessoas que relataria esta viagem em tempo real!
Aconteceu, lamentavelmente, um imprevisto: meu notebook faleceu... ou teve uma crise temperamental e recusa-se a qualquer contato com o mundo.
Voltei ao caderno e à caneta, com a decisao de digitar os textos e postar as fotos quando eu voltar para o Brasil....ou quando o note decidir!
Estamos , hoje, em Parnü. a 130 km da capital. na Estönia. Retornaremos à noite para Tallin. Permaneceremos mais cinco dias nesse País, pelo qual estou encantada. Iremos,depois, para a Letǒnia. A viagem está sendo ótima, plena de surpresas agradáveis.

sábado, setembro 17, 2011

Mauerpark , o Parque do Muro em Berlin




















Estivemos , numa manhã de domingo, passeando no Parque do Muro ( Mauerpark). Um grande espaço, com muito verde, mas  menos cuidado do que costumam ser os parques alemães. Esse espaço, parte dele por onde passava o muro, foi sendo ocupado , gradativamente , pela população local. O poder público acompanhou o movimento, dotando-o de melhores condições, como sistema de som, iluminação, espaços recreativos para crianças, quadras de esporte.





















No verão deste ano, em dois domingos consecutivos, foram postos pianos para serem usados pelos frequentadores. Contaram-me que muitos músicos se apresentaram - espontaneamente, como ocorre também, no Karaokê, com cantores de diferentes estilos musicais. Apresentam-se ali diversas bandas musicais. Impressionou-me a participaçao alegre, porém tranquila, de verdadeira multidão de jovens, crianças e adultos.

























A estimativa é de cinquenta mil pessoas, por domingo, circulem nesse espaço, onde se encontra, ainda, um grande Mercado de Pulgas, que vende coisas diversas - alimentos, roupas, calçados, antiguidades, acessórios, móveis, ferragens, eletrodomésticos, artesanato - tanto por preços irrisórios, quanto por preços normais. Muitos artistas de rua se apresentam. Muita gente toma sol nas escadarias ou nos gramados. Muitos passeiam simplesmente. Difícil acreditar  que, em 13 de agosto de 1961, Berlim foi dividido em duas partes. Imagino   familiares e amigos, separados pela violência, em forma de concreto, num muro de mais de 150 km.Nessas horas , eu penso no que o ser humano é capaz , desde que encontre parceria e momento histórico propício.

sábado, setembro 10, 2011

Alemanha - Berlim






















Com uma conexão no bonito aeroporto de Bruxelas, fizemos o vôo Lisboa / Berlim. Viagem boa, sem pressa, tranquila. Nesse dia da nossa chegada, Ronald e eu já recebemos, no hotel, a visita de Fabrício, de Krithika e de suas três crianças: Raven, Raiz e Raine. Uma alegria encontrá-los. Eles nos ajudaram a fazer um programa de visitas e passeios que ocupariam - e muito - os cinco dias que estaríamos nesta bela e histórica cidade. Decidi, por escassez de tempo mesmo, que pouco escreverei sobre Berlim. Indico-lhes, entretanto, os textos excelentes - e as fotos também - do belíssimo blog de Claudia Liechavicius http://www.viajarpelomundo.com/2009/08/berlim-ano-vinte.html  Com riqueza de detalhes e precisão de informações, Cláudia descreve perfeitamente a cidade. Nada há para acrescentar.
Limitar-me-ei a relatar sensações e observações - bastante pessoais - destes dias em que traço Berlim mais uma vez  e  por mais tempo. 

Lisboa e Sintra : anotações breves





















. Pode-se comprar uma passagem de trem, ida e volta, por 5 euros, e ir da Estação de Rossio (centro de Lisboa, perto da Estação de Metrô Restauradores) à Estação Central de Sintra. Trens chegam e partem a cada 15 minutos, e você fica quanto tempo quiser. Chegando, pode-se usar ônibus,táxi ou caminhar muito! Em excursões, cobram-se até 50 euros ;

. de Lisboa a Sintra, passa-se por estações com nomes interessantes, como Benfica e Reboleira - conheço, no Rio Grande do Sul, a palavra reboleira como um amontoados de árvores e arbustos;

. vale a pena ir a Sintra nem que seja só para ver o Parque e Palácio Nacional da Pena, expoente maior , em Portugal, do Romantismo do Século XIX. A mistura de estilos é bem visível e interessante.

.Sintra é Patrimônio Mundial, na categoria de Paisagem Cultural, pela  UNESCO, desde 1995 - justiça feita a essa Serra com tantos palácios, igrejas, quintas e fontes belíssimas;

Palácio Nacional da Pena



















. em visitas anteriores à Sintra, vi outros lugares belíssimos , como o Castelo dos Mouros, o Palácio Nacional de Sintra e o Convento dos Capuchos. Desta vez, entretanto, concentrei-me no Palácio da Pena , principalmente pelos azulejos - uma das razões por que  gosto tanto dessa cidade. Os azulejos da sua Estação de Trens  também são bonitos e delicados;

. o Palácio Nacional da Pena está construído, a quase 500 m de altitude , por D.Fernando II, sobre as ruínas de um antigo convento de frades Jerônimos.

. Estão sendo usados cartões  eletrônicos recarregáveis para diferentes tipos de transportes da região de Lisboa, denominados Viva Viagem. Esses cartões têm a duração de um ano após a sua aquisição e podem ser recarregados sempre que necessário. Apreciei essa mudança. Imaginem quanto lixo deixa de ser produzido em um ano. Bom para o planeta, bom para todos nós;

Estação Central de Sintra



















. come-se muito bem em Portugal. Uma vez fiquei  12 dias viajando por esse país e comi 12 bacalhoadas!Desta vez , além do bacalhau diário, acrescentei à minha dieta, pastéis de nata e croquetes...de bacalhau naturalmente. Comia também um pastel  , chamado travesseiro, feito com uma massa finíssima, parecendo uma seda, e recheado com amêndoas;

. continuando a construção do meu Curriculum espiritual, visitei , em Lisboa, a interessante igreja da Paróquia de Santos, que teve seu início numa pequena ermida, erigida pelos cristãos em honra dos três irmãos - Veríssimo, Mássima e Júlia - perseguidos pelo imperador Deocleciano, em 303 d.C, martirizados e mortos por não renegarem a fé cristã;

Pastéis de nata e travesseiro de amêndoas



















. há uma estação de Metro , em Lisboa, toda "decorada" com belos textos, como este: "É preciso muito caos interior para poder parir uma estrela que dance."

. nota-se , em Portugal, como de resto em toda a Europa, incentivo constante para o uso da bicicleta como meio de transporte;

. foi a quinta vez que estive em Portugal e foi a primeira vez que não discuti com motoristas de táxi. Eles não melhoraram, penso; eu é que fiquei mais paciente. Custou -nos , do aeroporto ao hotel, 20 euros e uns 10 min de passeio; do hotel ao aeroporto, 10 euros e um tempo menor. Os piores taxistas, para mim, no entanto, continuam sendo os do Leste, principalmente os de Praga..

Receita de Bacalhau

Bacalhau à Brás

Ingredientes ( para 6 pessoas )

400 g de bacalhau ;
3 colheres de sopa de azeite ;
500 g de batatas ;
6 ovos ;
3 cebolas ;
1 dente de alho ,salsa ;
sal ,pimenta ;
óleo ,azeitonas pretas .

Confecção:

Demolha-se o bacalhau como habitualmente, retira-se-lhe a pele e as espinhas e desfia-se com as mãos.
Cortam-se as batatas em palha e as cebolas em rodelas finíssimas. Pica-se o alho.
Fritam-se as batatas em óleo bem quente só até alourarem ligeiramente. Escorrem-se sobre papel absorvente.
Entretanto, leva-se ao lume um tacho, de fundo espesso, com o azeite, a cebola e o alho e deixa-se refogar lentamente até cozer a cebola. Junta-se, nesta altura, o bacalhau desfiado e mexe-se com uma colher de madeira para que o bacalhau fique bem impregnado de gordura.
Juntam-se as batatas ao bacalhau e com o tacho sobre o lume deitam-se os ovos ligeiramente batidos e temperados com sal e pimenta.
Mexe-se com um garfo, e logo que os ovos estejam em creme, mas cozidos, retira-se imediatamente o tacho do lume e deita-se o bacalhau num prato ou travessa.
Polvilha-se com salsa picada e serve-se bem quente, acompanhado com azeitonas pretas.

( Eu não fiz o bacalhau, mas fiz a foto)


Portugal: Tejo e Lisboa

"Outra vez te revejo,

Cidade da minha infância pavorosamente perdida...

Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...

Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,

E aqui tornei a voltar, e a voltar.

E aqui de novo tornei a voltar?

Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?
Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.
Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo ."
Fernando Pessoa


PS. Terminei a Leitura de LISBOA: O QUE O TURISTA DEVE VER, livro de Fernando Pessoa, escrito em Inglês/Português, provavelmente em 1925, e que mantém uma atualidade só possível pela  conservação histórica da cidade. Vale a pena ler, antes de ver ou rever Lisboa. É uma publicação da Livros Horizonte
Pessoa inicia seu texto escrevendo:

" Sobre sete colinas, que são outros tantos pontos de observação, de onde se podem desfrutar magníficos panoramas,espalha-se a vasta, irregular e multicolorida massa de casas que constitui Lisboa".

quinta-feira, setembro 08, 2011

"Alegretenses Desgarrados"

Daniel e Ronald




















Daniel vive em Lisboa e faz parte do grupo "Alegretenses Desgarrasdos", no Facebook.  Encontrei-o, ali , quando eu estava organizando a bagagem para viajar, começando por  Portugal. Prontifiquei-me a portar-lhe encomendas de primeira necessidade, como erva - mate, cuia, bomba e charque. Ele ficou feliz com o oferecimento. Levei o que  me havia pedido e acrescentei, ainda, uma bombacha, daquelas com fofos ou favos nos lados. Foi tudo fácil de encontrar devido a proximidade da Semana Farroupilha. No dia e hora combinados, Daniel e Raquel, uma portuguesinha linda, sua encantadora noiva, foram ao hotel em que estávamos hospedados. Foi uma visita muito agradável. Eles, felizes com os presentes.Nós, felizes com o encontro.



Camargo, Ronald e Billy





















Dois dias depois, nova visita. Dessa vez, Daniel e Raquel retornaram acompanhados de dois outros gaúchos :  Camargo, de Pelotas,  e Billy , também de Alegrete . Os três estavam devidamente  pilchados  como podem ver nas fotos aqui postadas. Contaram-me curiosas e interessantes histórias de suas vidas - da chegada em Portugal  às experiências vividas nas terras portuguesas. Camargo é o  cônsul  Rio-Grandense. Organiza churrascos e fandangos, com a apresentação de artistas gaúchos. Conserva, apaixonadamente, as tradições do Sul. Tem até um programa de rádio, dirigido à gauchada! Organiza, agora, um cantinho gaúcho, para onde prometi - e mandarei - mapas e cartazes. Foram momentos ótimos.



Raquel, Ronald,Camargo,eu , Billy
















As redes sociais  contribuem para nosso conhecimento e entendimento desses processos de integração e/ou assimilação. Contribuem , ainda, como neste caso, para o exercício da solidariedade e para o despertar de novas amizades. Tudo depende de quem as usa naturalmente.
Recebi presentes de meus novos amigos: livros de autores portugueses, incluindo um livro bilíngue - português/inglês - de Pessoa, de onde transcrevo, agora,  o texto seguinte:

"Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito estará em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizermos ali? "  Fernando Pessoa

quarta-feira, setembro 07, 2011

Fronteiras e Esculturas


























Na Galeria arteperiférica (  http://www.arteperiferica.pt/ ), no Centro Cultural de Belém, de  03 a 30 de setembro de 2011, está a exposição FRONTEIRAS. De imediato , encantei-me com as obras expostas e com o sentido do título. O escultor, Pedro Pires, nascido em Luanda, vive e trabalha em Lisboa e Londres. Usou, como material, tijolos e ferro, contrastando cores e formas e obtendo efeitos de rara beleza.
Uso o termo fronteira não só para indicar linhas demarcatórias entre países - embora "fronteiras sejam linhas e milhões de homens tenham morrido por elas" . Uso-o para indicar o encontro de identidades diferenciadas e para indicar um continuum pelos dois lados dessa linha. Assim, falamos em fronteiras econômicas, fronteiras culturais, fronteiras históricas e fronteiras geográficas... Como estudei e pesquisei sobre educação em áreas de fronteira, durante 20 anos, a palavra tem para mim um forte conteúdo semântico.
Emocionei-me com as fantásticas esculturas de Pedro Pires. Fronteiras mesmo, inclusive na escolha dos materiais. Foi  um presente especial eu estar aqui ,neste período, e poder ver o que vi.
PS.Este post constitui uma homenagem a Luís Ernesto Behares, grande pesquisador do tema fronteiras, no seu mais amplo sentido.

domingo, setembro 04, 2011

Portugal - Lisboa

Fernando Pessoa
A inauguração do vôo POA/LIS determinou a inclusão de Portugal num roteiro onde esse país não estava. E, já que íamos chegar aqui, decidimos permanecer quatro dias.

O vôo realmente é menos cansativo e mais agradável do que ir por São Paulo ou Rio, com conexões às vezes muito demoradas.

Os funcionários da TAP são gentis, competentes e bem treinados. A comida me pareceu superior à dos outros vôos para a Europa.

A saída e a chegada obedeceram rigorosamente ao horário estabalecido – tomara que continue assim. O avião dispõe de tela individual e de uma seleçao de filmes interessantes.Assisti a um filme bonito sobre circo e logo dormi. Parece que houve longa turbulência ! Acordei ,entretanto, quando estavam servindo o café.

Chegando em Lisboa, tomamos um táxi do aeroporto para hotel. Custou-nos E 20. Em Portugal , o táxi é barato , em relação a outros países da Europa.

Castelo São Jorge
Estamos no Hotel Miraparque  -  hotel@miraparque.com   -  um três estrelas honesto, básico, com excelente localização, defronte ao Parque Eduardo VII e perto das estações de Metrô Parque e Marquês de Pombal. No café da manhã, um buffet bem razoável. O pessoal da recepção é gentil, prestativo e bem informado. Se pago antecipado e sem direito a ressarcimento, a diária para duas pessoas pode ser conseguida por € 65. Reservei-o pela internet.

Selecionamos bem o que (re)ver neste limitado tempo – Portugal merece mais de uma semana! Fomos, até agora, ao Parque das Nações, construído para a EXPO98 ; ao Mosteirto dos Jerônimos; à Torre de Belém; ao Padrão dos Descobrimentos,e , ainda, traçamos Rossio, Alfama e Restauradores. O mais aventuroso, entretanto, foi ir caminhado, por escadarias e ladeiras, seguramente umas seis quadras, até o Castelo São Jorge, localizado numa das sete colinas de Lisboa. Em Salvador, eu costumo dizer que baiano escala parede e diz que sobe ladeira. Foi isso que fizemos aqui!

O verde da cidade começa , aos poucos, a tingir-se de outono. Lindo! Outono é minha estação preferida.

Quis muito ver o Museu Nacional do Azulejo. Estava fechado. Contentei-me em olhar os detalhes da arquitetura externa e de seu maravilhoso jardim.

Entrada do Museu do Azulejo
Como não poderia deixar de ser, bacalhoadas encerraram nossos dias . O primeiro restaurante que fomos, só poderia ser na Alfama, na Rua dos Bacalhoeiros , no Restaurante Adega Triunfo, um lugar muito simples , popular mesmo, mas acolhedor. Comemos Bacalhau à Brás . Estava bom. Pagamos 22 euros para duas pessoas.

Ir à Cafeteria Brasileira é ritual de visita minha a Lisboa, com direito a fotografias com  Fernando Pessoa, minha grande paixão literária. Lá está ele, eternizado em bronze, posando, o tempo todo, com gente do mundo inteiro.

Por último, fui às compras: dois livros belíssimos ....de Fernando Pessoa é claro....e uma coletânea de fados. Ninguém resiste!