domingo, maio 29, 2011

Toronto, acolhedora e multicultural.


Denominações bilingues ou multilingues




















Se eu fosse definir Toronto mediante o acréscimo de um único adjetivo, provavelmente escolheria multicultural - pois foi assim que essa cidade me pareceu. Com quatro milhões e meio de habitantes, tem 10% de chineses e 500 mil italianos. Tem, ainda, a maior colônia portuguesa da América do Norte e tantos outros povos que se torna impossível listá-los, pois descendem de centenas de grupos étnicos. É a mais rica cidade da região e a mais próspera do país. Além da diversidade cultural, destaca-se pelas belezas naturais e pelo fluxo constante de turistas. Percebi que nao se vêem muitos americanos  por aqui. Segundo um taxista - meus informantes preferidos -  o dólar canadense vale hoje mais que o dólar americano. Canadá tornou-se , portanto, um país de custo alto para os seus vizinhos da fronteira. 


CN Tower




















Adorei caminhar, horas e horas, por Chinatown, com seus aromas característicos de diferentes especiarias; por  Little Italy, barulhenta e colorida, com as cores da Bandeira italiana e com seus restaurantes e pizzarias; mas foi no Little Portugal onde encontrei maiores semelhanças com o Grande Portugal , a começar pelas senhoras com roupas escuras e lenços na cabeça. Adorei ouvir tantos idiomas com seus acentos característicos. Pude falar - e discutir preços - em italiano, português e espanhol. Foi interessante também ver lojas vietnamitas, indianas, polonesas, portuguesas, todas com diferentes especialidades.


Eaton Center




















Gostei muito de ver a famosa Art Gallery of Ontario, as obras do Grupo dos Sete, que revolucionou a arte canadense;   o Rogers Center, primeiro estádio esportivo com teto móvel;  e o Kensington Market, iniciado por imigrantes do Leste Europeu, que montavam suas bancas nas frentes de suas casas e vendiam produtos típicos. A tradiçao continua - hoje são muitos os quarteirões, onde diferentes povos vendem ferramentas, alimentos, vestuários e tudo o mais que se procurar.
Eaton Center, que a propaganda diz encontrar-se nele qualquer artigo vendido no mundo, tem arquitetura fantástica e, no átrio, a bela escultura de um bando de gaivotas. Não consegui, nos cinco dias em que estive aqui,  ver todos os lugares que havia relacionado para visitar. Por falta de coragem, não arrisquei subir na CN Tower, com seus 553 metros de altura e seu teto de vidro - nem arriscarei!. Voltaremos a Toronto na próxima semana. Ficaremos hospedados na parte oposta à primeira visita, procurando,assim, conhecer melhor a cidade. Daqui, partiremos para Jasper e , depois, Vancouver - uma grande aventura num trem muito especial.

Anotacoes breves 3

Três anos consecutivos que estou nos Estados Unidos, no Memorial Day, equivalente ao nosso Dia de
Finados. Neste ano, caiu numa segunda feira - e eu sem trabalhar! um desperd'icio.
Nossos amigos, Patricia e Mike, como  no ano passado, convidaram-nos para o brekfast - uma gostosura!

quarta-feira, maio 25, 2011

Fernando Pessoa

Jasper
"Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos."
Fernando Pessoa

Anotações sobre o Canadá : Vancouver




















* Qualquer dia da semana parece fim de semana, nos parques de Vancouver, tal o número de pessoas que se vê, passeando, andando de patins ou bicicletas, correndo, tomando sol...Chegou mesmo a primavera nesta bonita cidade;

* as flores, em todo lugar, enfeitam e emocionam , pela beleza que lhes é intrínseca e pela forma como são distribuídas, combinadas e tratadas - em Vancouver, é a hora e a vez das tulipas;

* estamos hospedados num hotel da rede Ramada, com boa localização e boa relação qualidade preço. O endereço é 1221 Granville st. Vancouver.






















* vejo, na TV canadense, os terríveis tornados que estão atingindo estados vizinhos a Illinois. Fico com muito medo. Sei que é um fenômeno normal nos US, mas este ano começaram um pouco mais cedo;
* no Canadá, come-se panqueca , no café da manhã, com muita frequência. É uma panqueca fofinha, macia,alta - deliciosa;
* estive em vários mercados públicos e em todos eles me encantaram as frutas pequenas. Aproveito para comer cereja, uma das minhas frutinhas preferidas;























* com Ryan, meu filho canadense, que morou um tempo na minha casa em Santa Maria, aprendi a fazer novos e gostosos pratos. Ele faz o molho  de alho, que costumo fazer, apenas substituindo o mel por vinho branco - uma delícia;
* amanhã, faremos Vancouver/ Phoenix/Chicago/Paxton. Sairemos cerca de seis horas daqui e chegaremos às dezessete horas em Paxton.

domingo, maio 22, 2011

Ottawa, a pequena e bonita capital do Canadá



Galeria Nacional de Artes




















Assim como nos Estados Unidos e ao contrário do que ocorre no Brasil, a capital do país não é, necessariamente, uma grande cidade. Ottawa, capital do Canadá, tem um milhão de habitantes,diferente dos quase cinco milhões de habitantes de Toronto ou dos quatro milhões de Montreal. Dizem que foi escolhida capital , pela Rainha Vitória, para não melindrar a inglesa Toronto ou a francesa Montreal.


Tulipas : lindas cores




















Fundada em 1826 e nomeada capital  em 1855, Ottawa é uma graça de cidade , que se espalha pelas margens dos rios Ottawa e Rudeau. Possui lindos prédios históricos, como o gótico parlamento, todo de pedra escura, com teto de cobre esverdeado. Assim é o Parlamento e assim também são os demais prédios que servem ao governo nacional. Um prédio muito especial, de granito e vidro, com arquitetura moderna, é o da Galeria Nacional de Artes, com mais de vinte e cinco mil obras, onde passei muitas horas a ver especialmente o que foi produzido pelo Grupo dos Sete.























Por feliz coincidência, estava-se realizando o Canadian Tulip Festival, que põe na cidade flores em profusão, esteticamente distribuídas. Esse Festival se realiza há cinquenta e nove anos. No parque principal, com entrada gratuita , encontram-se trezentas mil plantas de cinquenta variedades. São mais de um milhão de tulipas em Ottawa e seu entorno. A tulipa é símbolo de amizade entre Holanda e Canadá já que as primeiras foram um presente holandês como forma de agradecimento à atuação do Canadá na Segunda Guerra. Conservou -se , para os canadenses, como símbolo da amizade, sendo muito usada como presente entre pessoas.






















Fantástico o Byward Market, um mercado antigo, com muitos outros mercados hoje a ele conectados.Ali, encontra-se de tudo: flores, frutas, carnes , queijos e se pode usufruir de restaurantes, cafeterias, bistrôs e lojinhas de todo o  tipo. Lembro-me de uma história  de um senhor que visitara o Canadá , em tempos em que isso nao era comum. Quando  retornou,  foi entrevistado pela rádio de sua cidade e , ao responder a ( terrível) pergunta:  O que mais o impressionou lá? disse prontamente : O uniforme da Polícia Montada! Entendi essa resposta, que sempre foi contada como exemplo de rusticidade, quando assisti, em Ottawa, na sede da Polícia Montada, a exercícios de treinamento de cavalos. Belíssimo tudo:  as roupas, os homens e as mulheres, os animais e os movimentos.






















Os parques do Canadá são de uma beleza e de uma grandeza impressionante. Em Ottawa, encantaram-me também. Ottawa não tem beleza fácil. No primeirto momento, fiquei um pouco decepcionada, ainda mais que eu estava chegando de Montreal. Aos poucos, porém, fui gostando da cidade. Fiquei três dias. Saí de lá completamente apaixonada. É uma bela capital.


Amo viajar de trem...


quarta-feira, maio 18, 2011

Winnipeg, Manitoba, Canadá.




Ponte no Centro de Winnipeg








































Começa bem longe a história de Winnipeg. Localizada na confluência dos rios Red e Assiniboine, tornou-se importante para os povos das Primeiras Nações – há mais ou menos seis mil anos. Os europeus estabeleceram-se aqui, no século 17, para comercializar peles. A Ferrovia , que passou por aqui, ao redor de 1880, estimulou a produção de cereais, principal riqueza do Oeste Canadense hoje. Winnipeg é uma cidade com cerca de 700 mil habitantes, o que significa mais de 50% da população de Manitoba. Estivemos somente um dia aqui, traçamos o que foi possível do centro da cidade, .centro que fica nas proximidades da Estação de Trens.


The Forks Nacional Historic Site





















Não conseguimos visitar os vários museus e galerias de arte. Gostaria de ter visitado o interativo Museu das Crianças de Manitoba e a Winnipeg Galeria de Arte. Gostei muito de ter visto o The Forks National Historic Site. Trata-se, na verdade, da grande e famosa Estação Ferroviária, que existiu junto ao Porto Fluvial. Situa-se num parque de 23 ha. pleno de atrações. Muitas referência à história da presença do trem , que , efetivamente, alterou esta área. Está sendo construído - e o projeto arquitetônico me pareceu bem interessante, o Museu dos Direitos Humanos. Tomara que eu consiga vê-lo pronto! A gente sempre precisa de mais tempo!























Em Manitoba, muda radicalmente a paisagem que vi durante quase trinta horas - florestas e águas, ainda que belíssimas, estavam me fazendo desejar mudanças. Aqui aparecem as pradarias, com muitas plantações de grãos. Winnipeg, como toda cidade, tem seus encantos. Bem que eu gostaria de voltar para visitar os parques e outros museus. Amanhã estaremos em Jasper. Depois de três noites dormidas em trem, um hotel passa a ser muito bem vindo. Em Jasper e área, serão três dias, agora de carro. A próxima e última parada serão seis dias em Vancouver. Depois, Vancouver/Chicago de avião.

Canadá: Anotações de Viagem

Moda Primavera - Verão




















*  Neste momento, Canadá está mais caro que Estados Unidos – 10% na moeda faz diferença na hora de pagar.

* A influência europeia , nas roupas e sapatos , é bem visível. Comprei uma calça – bem interessante – para substituir outra com mais de dez anos e péssimo estado de conservação, que será abandonada aqui com meus agradecimentos pelo longo tempo de serventia.

* Ronald, ao selecionar as roupas para lavar, selecionou, por engano, meu lindo casaco , comprado em Montevideo no ano passado e usado agora, pela primeira vez. O forro ficou do mesmo tamanho, mas a lã diminuiu uns cinco números. Lembrei-me de uma vez que Luisinho Behares pôs na máquina de lavar um suéter lindo dele – que saiu servindo para uma criança de quatro anos.

* Estranhei o funcionamento dos trens no Canadá, bem diferentes da Europa.. As malas são despachadas e retiradas no final da viagem e a orientação aos passageiros é bem próxima e pessoal.


Ele e eu em Winnipeg




















* Faz-me falta trens de alta velocidade aqui, se bem que plenamente compensada pela possibilidade de ver melhor a paisagem, que é belíssima,  e de vê-la através de amplas janelas.

* De vez em quando, no meio do nada e de lugar nenhum, o trem pára e avisam os passageiros que podem descer por 10 ou por 15 minutos. Muitos descem. Olho pela janela e estão todos fumando. Considere-se que esta é uma viagem bastante longa.Estamos atravessando o Canadá, de leste a Oeste - mais de cinco mil Km.

* Amei de paixão os cafés das cidades canadenses. São muitos, bonitos, coloridos, elegantes, variados. E são cafeterias mesmo, não lancherias. Diferentes pães, bolinhos e tortas podem acompanhar cafés e chás de muitos países. São cafés daqueles que a gente ocupa uma mesa, senta e bebe-os sem pressa – perfeitos para longas conversas.


Fila para o cinema, em Montreal.



















* Os canadenses são gentis e atenciosos. Lembram pessoas de meio rural. Trazem-me muita saudade da gente de minha infância.

*  Em Montreal, vi, num domingo, no Quartier Latin, fila para o cinema.

* Raramente encontro pessoas gordas aqui. Já estou querendo voltar para os US para ser uma quase magra lá.

* Minhas anotações e textos não seguem ordem cronológica. Ando preguiçosa e pouco organizada.

sábado, maio 14, 2011

Niagara Falls


Escrevi , algumas vezes, sobre a região dos lagos. Gosto muito dela. Era necessário, entretanto, conhecer o que a torna mais popular e famosa. Refiro-me às Cataratas do Niagara. Elas acontecem no ponto em que o Rio Niagara despeca 57 metros entre os lagos Erie e Ontário.






















O lago Erie , com 400 km de comprimento e 60 km de largura, tem a origem de seu nome na tribo indígena que vivia às suas margens. Os Eries , ou Povo-Gato, ficaram conhecidos por sua habilidade na pesca. Ele faz a fronteira entre Canadá e Estados Unidos. Um ponto interessante de visitar e o encontro entre o Rio Niagara com o Lago Erie, de frente para Buffalo, cidade americana.




















Gostei de ver que são reamente duas cataratas, porque, quando vai cair, o rio é repartido pela Goat Island. De um lado da ilha, fica a parte canadense; de outro, a americana. Por escadas,rampas e túneis, chegamos até o barco Maid of the Mist que leva os visitantes para perto da cascata, não sem antes ofertar um abrigo a cada um , considerando que a água respinga por todos os lados.A catarata canadense – Horseshoe Falls – tem forma de ferradura e mede 670 metros de largura e 57 de altura. A americana é bem menor.


Plantações de milho no Oeste




















Vi apenas as cataratas e uma vinícola em Niagara. Deixei de ver outras atrações ,como Jardim Botânico, cidadezinhas próximas e reservas. Verdade que não me emocionei com a pequena cidade de Niagara, famosa mesmo por ser lugar onde americanos e canadenses passam a lua-de-mel. A cidade resume -se, fora as Cataratas, a hotéis, a comércio e a restaurantes – estes caríssimos. Na vinícola, lembrei-me muito de Daudt e Maria, apostando que o vinho fabricado por ele é melhor e que a casa deles é mais bonita q a casa da vinícola. Sinceramente, eu esperava mais de Naigara. Talvez meu olho estivesse contaminado pela lembrança da Foz do Iguaçu. E , para se ver bem qualquer lugar, precisa-se de olho limpo, a fim de evitar comparações.Talvez seja saudades de casa.


sexta-feira, maio 13, 2011

O Canadense Grupo dos Sete


Emocionada, encontrei o Grupo dos Sete em Toronto, Montreal e , principalmente, na Galeria Nacional de Ottawa. Há muito tempo , eu desejava ver , de perto, essas obras de que tanto gosto e sobre as quais já havia lido vários textos. Os Sete eram artistas comerciais, empregados numa empresa de Ontário. Foram , depois , contratados para pesquisarem uma arte nova , tendo como fonte o Canadá e afastando-se , assim, dos modelos europeus. Inicialmente o Grupo buscou inspiração na obra de Tom Thomson, um artista apaixonado pela beleza de seu país. Costumavam dizer que "A arte tem de crescer e florescer na terra para que o país seja um verdadeiro lar para seu povo." O Grupo dos Sete desenvolveu técnica e metodologia próprias. 






Cada integrante dele tinha uma região favorita, a maioria delas no Ontário - Algoma foi a região escolhida por J.E.H.MacDonald, meu preferido pela dramaticidade demonstrada. Cada pintor procurava levar um companheiro para conhecer sua área preferida. Compartilhavam, assim, o amor ao país e ajudavam-se no estabelecimento de uma identidade canadense, com uma arte bem peculiar. Parece que conseguiram! Em 1920, fizeram a primeira exposição do Grupo, cujo sucesso foi imediato. Passaram , então, a fazer exposições anuais. Em 1931, fizeram sua última exposição conjunta e, a partir daí , separaram-se e abriram caminho para o surgimento do Canadian Group of Painters, com participantes de todo o país. Adoraria ter feito muitas fotos; não foi possível, entretanto, pela proibição do uso de câmeras no local. As fotos que estou postando aqui, foram feitas de postais comprados para minha amiga Ana Pithan.

domingo, maio 08, 2011

"Lá vou eu..."

Niagara
Aguardamos o voo para Toronto no aeroporto de O’ Hare, em Chicago. Como se trata de um Low Cost, a bagagem despachada é paga – 25 dolares por volume . Sorte que  li sobre isso e acomodei minhas roupas e as do Ronald em uma só mala.
A tensão no aeroporto é visível. Demora-se mais e passa-se por inspeção bem mais rigorosa - conseqüência da morte de Bin Laden. O avião , em que viajaremos, é fabricado no Brasil – EMBRAER. Isso me tranqüiliza. De Chicago a Toronto, levaremos uma hora e cinco minutos. Como prometi, estou levando meu lanchinho! Pena que não encontrei nem pastel , nem galinha com farofa – como nos velhos tempo.