quinta-feira, março 31, 2011

Fiambre ou lanche?


Inverno ainda em Paxton



















O vôo de anteontem, Porto Alegre/Rio, pela GOL, fez – me recordar uma viagem de trem e tomar uma decisão. Primeiro, a recordação.



















Há mais de dez anos, vinha eu de Milano para Veneza, num desses trens lentos, tendo, sentados à minha frente, um casal italiano. Assim que o trem partiu, eles estenderam uma toalha e abriram uma cesta, de onde saíram, precedidos de aroma delicioso, pedaços de queijo, de salame, de leitão assado, mais pães, bolos, sucos e frutas.




















Seguramente a minha expressão, entre admirada e curiosa, foi interpretada como faminta ou gulosa. No início, um pouco timidamente, tanto eles quanto eu, ofereceram-me, e eu aceitei, porções daquelas delícias. Logo o entusiasmo recíproco transformou o casual encontro num banquete a três. Experimente isto, prove mais isso, diziam eles . Uma Festa de Babete!Duas horas depois, eu descia em Verona, e meus amigos continuavam – não sem antes me presentear com algumas frutas do quintal de casa.




















No vôo, acima referido, ofereceram água, guaraná e suco, acompanhados de pacotinhos de amendoim, que me fizeram sentir saudades das barrinhas de cereais anteriores. Trouxeram depois um cardápio, onde se poderia escolher e comprar sanduíches – dos três tipos, só dois estavam disponíveis - e algumas bebidas. Comprei um café e um sanduíche. Paguei dezessete reais. Foi , então, que tomei a decisão, inicialmente anunciada. Na próxima viagem, trarei fiambre, matula – como ouvi dizer no Pantanal – ou lanche, como , em geral , se diz. Lanche, matula ou fiambre, seja com que nome for , estará comigo.




















Não pensei em pastel e galinha com farofa, presença constante nos trens antigamente; nem numa garrafa térmica com um bom café, porque infelizmente não me deixariam entrar no avião com ela. Estou pensando em frutas – descascadas porque não poderia trazer faca - e sanduíches caseiros. Tudo envolto numa pequena toalha quadriculada, azul e branca , se bem me lembro. Farofeira de avião! ou Farofeira aérea, como disse a Aninha. Perfeito. Eles merecem.

5 comentários:

  1. giselda1:26 PM

    Aldema,continuo viajado através do teu blog e dos textos que escreves adimiravelmente bem.Tu bem sabes que sempre tive orgulho de ter a ti como tia,mesmo que emprestada.Tenho muitas saudades da época em que vivi na tua casa e que ia para Santa Maria no Trem Húngaro onde esta cena do fiambre acontecia sempre.Saudades.

    ResponderExcluir
  2. Anônimo3:20 PM

    Giseldinha,
    uma tia, há mais de 40 anos ( logo que tu nasceste!!!) não é mais emprestada. É tia total! Tenho muito carinho por todos vocês...e tantas histórias. Saudades também,Beijos

    ResponderExcluir
  3. Até a Gol entrando nessa agora... vendendo sanduíche a preço de almoço em restaurante. A ideia do fiambre é boa, cheaper and better!

    ResponderExcluir
  4. Rosana3:21 PM

    Gostei da idéia. Me recuso a pagar por aqueles lanches horrorosos!
    Minha avó materna quando nos levava de Santa Maria a Rosário ( ou vice-versa) de trem, carregava uma cesta cheia de fiambres: eram coxinha, pastéis,risólis...uma festa regada a guaraná que o avô comprava no vagão restaurante.

    ResponderExcluir
  5. Segunda, iremos a Detroit. Daqui a Chicago, quase 3h ( de trem); de Chicago a Detroit, mais 4h. Desta vez, levando fiambre!

    ResponderExcluir

Obrigada. Logo responderemos sua mensagem.