sábado, julho 31, 2010

Fernando Pessoa



"O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
E, de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe para tocar.
Ninguém lhe apareceu ou desapareceu... Nunca mais encontrou o cajado.
Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas.
Ninguém o tinha amado, afinal.
Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:
Os grandes vales cheios dos mesmos vários verdes de sempre,
As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento,
A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem,
E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor, uma liberdade no peito."
Fernando Pessoa

quinta-feira, julho 29, 2010

Beijing ( Pequim) III






















Neste tópico, quero referir-me a dois locais: a Grande Muralha e o Palácio de Verão. A visita a Grande Muralha, a 70 km a Noroeste de Pequim, embora prejudicada por ter ocorrido num dia chuvoso, impressionou-me pela grandeza desse monumento e pela beleza de seu entorno. 























Sua construção vem desde 221 a.C. Tem 9 km de extensão, cortando a China por desertos, colinas e planícies. Seus muros têm , em média, 8 metros de altura e 7 metros de largura. Caminhei cerca de 1 km pelo setor de Badaling, um dos trechos mais bonitos da Muralha. Precisei retornar por causa da chuva forte e da tosse idem.






















O Palácio de Verão fica às margens do Lago Kunming e com ele compõe um cenário de impressionante beleza. Sua existência está muito vinculada à figura da Viúva Cixi, uma das mulheres mais poderosas da China.Tem esse Palácio um longo corredor -728 metros - decorado com 14 mil pinturas panorâmicas. Seus jardins, decorados com clinas, águas, pontes, templos, calçadas e halls, são lindos.






















O que mais me impressionou, porém , foi o Barco de Mármore,como é conhecido, apesar de a estrutura ser de madeira. Foi mando construir por Cixi - dizem que para tomar chá no final da tarde - com suas amigas. Pagou-o com o dinheiro destinado à ampliação e modernização da Marinha Imperial. Fizemos , por esse lago, um passeio de barco. Imagens lindas, daquelas que a gente não quer esquecer. Para garantir isso , fiz muitas fotos!



Beijing (Pequim) II





















Cidade Proibida - assim chamada porque somente o imperador, a sua família e os seus empregados podiam nela entrar - é um conjunto de palácios ( século XV ) que ocupa 72 hectares, em pleno centro de Pequim. Era tão proibida que havia "execução sumária e dolorosa"para quem ousasse atravessar seus portões sem autorização. Servia de residência ao imperador terreno - representante do imperador supremo, que estava nos céus...e era um deus chinês naturalmente.Integra o Patrimônio Mundial da Humanidade desde 1987. Atualmente, do imenso conjunto que foi, restam - e estão muito bem recuperadas e preservadas - 980 construções .





















É também chamada de Palácio Imperial por terem ali vivido imperadores das Dinastias Ming e Qin, durante 600 anos.
Encantaram as denominações de partes da Cidade Proibida, como, por exemplo:
. Galeria da Harmonia Suprema;
. Palácio da Pureza Celestial;
. Palácio da Longevidade Tranquila;
. Porta da Grandeza Divina;
. Hall do Refinamento Mental;
. Porta das Façanhas Divinas;
. Galeria da Harmonia Preservada.






















A entrada principal é guardada por um casal de leões, tendo o macho uma bola ( mundo) sob a pata, e a fêmea, um filhote. Esses animais assustavam os "maus espíritos", impedindo-lhes a entrada na casa - como se vê ainda semelhanças em algumas construções, inclusive no Brasil. Nos tetos, conjunto de animais, associados a água, estavam ali para proteger o palácio de incêncios. Se falhassem, havia caldeirões de bronze (foto 2) , que juntavam água da chuva, para apagar incêndios se necessário fosse.



Embora o que mais tenha me impressionado na China tenha sido "O Exército de Terracotta", a Cidade Proibida precisa ser visitada, se possível mais de uma vez. A China precisa de muitas visitas por muito tempo para se chegar efetivamente a conhecê-la ...um pouco ao menos. Entendê-la mesmo,não sei se eu conseguiria.

segunda-feira, julho 12, 2010

Beijing (Pequim) I






















Capital da República Popular da China, Beijing – ou Pequim – tem cerca de 18 milhões de habitantes e faz a síntese da China Moderna , com as contradições que já tem e as que aparecem a cada dia. Convivem nela bicicletas, motos, carros e pessoas - pessoas com diferentes “estilos” – do tradicional à moda internacional.























O primeiro lugar que visitei , foi o centro de Pequim, o seu cartão postal mais conhecido. Senti até dor no estômago quando caminhei pela praça Tiananmen , “ a maior do mundo’ como é apresentada a turistas , visitantes e viajantes. Estava ali, muito vigiada , essa Praça do Portal da Paz Celestial. Era, no entanto, muito forte a imagem que minha memória guardava dos protestos estudantis, em 1989. A imagem, dessa época, de um estudante na frente de um tanque de guerra, não me abandonava. Aquela praça , não pude percebê-la como um lugar de alegria e convivência pacífica.






















Não visitei também o Mausoleo de Mao Tse Tung. Não me senti atraída nem pela praça , nem pelo Mausoleo. A história recente da China tem vínculos, ainda que tênues, com a história da minha geração, quando se discutia, utopicamente, uma opção entre o comunismo brasileiro ou o comunismo do Brasil. Não se pode deixar de ver Pequim.





















Encantaram - me a Cidade Proibida, a Grande Muralha, o Ninho de Pássaros e outros tantos monumentos que visitamos e sobre os quais escreverei a seguir.