sábado, janeiro 30, 2010

Meu sócio é um gambá!


Sim. Só pode ser sócio. O IPTU de Torres é muito alto. As casas são bem valorizadas. Eu vivo aqui três meses por ano. O Gambá vive o ano inteiro. Quando chego, ele não tem nenhuma consideração comigo: acorda-me de madrugada assustadíssima - algumas vezes chamei o serviço de segurança da SOSSEG . Ontem uma vizinha disse que o Gambá é mais torrense do que nós e que tem direitos sobre a casa. Eu sei. Ele é poderoso. Ano passado, chamei a Brigada Ambiental. Foram gentis e atentos. Sem demora estavam aqui. Ouvi deles uma longa explanação sobre os hábitos do protegido animal. Dorme durante o dia e saí à noite, disseram-me eles. Eu já intuía essa sua condição boêmia porque sempre o escuto sair às 23 horas e voltar ao redor de 05h. No mais, informaram-me da minha obrigação de protegê-lo . Comenta-se que ele tem uma amada/amante na casa da frente e é pai de um Gambazinho, que esteve aqui ontem pela tarde - criança ainda, não sabe respeitar horários. Ainda bem que o Gambá prefere essa autonomia no amor, assim tenho apenas um e não uma família inteira. Sobre a mesa da cozinha, não se pode deixar nenhum alimento, especialmente frutas. Além de comê-las , esparrama-as pela casa. Prefiro, então, colocar cascas na área próxima - tudo na busca de uma co-habitação pacífica. Ando cansada. Um Gambá em casa não se deseja nem para os desafetos. Não quero fazer mal a ele. embora desejasse transferi-lo de residência. Eu apenas queria dormir sem acordar sobressaltada e não queria que as visitas pensassem que o cheiro do meu banheiro tem origem humana.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Sobre viajar desacompanhada





















Tive ótimas pessoas como companheiras de viagem: Alda, Rosana, Zeli, Iolanda, Gugu, Fabrício, Afrânio, Marina, Maria Alzira , entre outros. A maioria das viagens , entretanto, eu as fiz sozinha. Em razão disso, construí algumas estratégias tranquilizadoras. São as que pretendo relatar aqui. Reafirmo que eu sinto prazer em viajar na companhia de mim mesma. Sou bem minha amiga e tenho belas recordações para evocar. Além disso, viajar sozinha torna-nos mais livres para fazer escolhas, tomar decisões e aproveitar bem o tempo. Sim! muitas vezes gostaria de ter alguém para comentar, por exemplo, um acontecimento inesperado. Nessas horas, costumo escrever.























Se o planejamento de uma viagem é importante, para quem viaja sozinha, então, torna-se imprescindível. Costumo deixar com minha família e alguns amigos o itinerário que pretendo fazer. Se altero, aviso a todos. Se tenho amigo(s) no país em que estou visitando, informo-o(s) por onde ando. Deixo também , com minha família, cópia do passaporte e dos seguros de viagem ( nunca viajo sem fazer um Seguro). 























Sempre que possível, viajo com reservas de hotel - faço isso desde que tive de dormir numa estação de trem, em plena temporada de ópera em Verona. Já perdi reserva por mudar roteiro, mas isso foi uma escolha deliberada. Uso mala que eu possa carregar sem depender de ajuda . Uma vez pedi a um senhor que me ajudasse a descer uma mala de um trem, e ele me respondeu que não e ainda acrescentou: nunca leve o que você não pode carregar sozinha! Reconheci a razão dele e fiquei com vergonha.






























Procuro chegar com antecipação em aeroportos e estações de trem. Não perco de vista, nem por instantes, a minha bagagem. Durmo com a bolsa embaixo do travesseiro. Costumo dizer que não se deve dar chance ao azar. Os mapas das cidades, eu os olho e analiso ainda no hotel - nada de "dar bandeira" olhando-os na rua. Antes de partir, faço uma cuidadosa , mas pequena, aquisição de medicamentos para gripe, alergia e problemas estomacais - resultantes, em geral, de mudanças bruscas na alimentação. Viajo com tênis, sapatos ou sandálias usadas e bem testadas.






















Em geral, abandono sapatos e roupas - também muito usadas - pelo caminho. Assim fazendo, posso carregar algumas comprinhas, embora eu compre muito pouco. Com câmera, livro, Ipod e notebook pequeno, estou equipadíssima para muitos meses. Atualmente é muito fácil viajar tranquila. Sabe-se notícias de casa o tempo todo. O retorno já não é cheio de surpresas : as fotografias postadas na internet já contaram quase tudo. Para mim, ler muito sobre os países a serem visitados , antes e durante a viagem, continua sendo a garantia de sucesso e tranquilidade - viajando sozinha ou acompanhada. Nestes dias, aqui em Torres, tenho lido bastante sobre a China e o Canadá. Não estarei só; Ronald estará comigo.



quarta-feira, janeiro 20, 2010

Passeio nostálgico





















Fomos hoje ao Morro dos Conventos e às Furnas de Sombrio, em Santa Catarina. Durante muitos anos, fizemos esse passeio com as crianças. Antes disso, quando o Patati era bebê, passamos um verão no Morro. Foi um tempo muito bom. Alugamos uma casa cujo "quintal"era o mar. Muitas vezes fomos nadar em noite enluarada. Tivemos, naquele ano, a companhia de pessoas fantásticas, como Gládys e Oscar Paim, casados há pouco tempo. Eles alugavam um apartamento perto de nossa casa. Gaby e eu sempre fomos muito amigas e fazíamos muitas coisas juntas, incluindo docinhos decorados para os aniversários. Hospedamos, como sempre fazíamos, uma meninada - sobrinhos,amigos e filhos de amigos. 





















Lembro-me de que Antônio Augusto - que ainda hoje eu o chamo de Toniquinho - ficou um tempo conosco. Era um menino danado, mas muito querido e meu protegido - sempre gostei muito dele. Frequentemente, ele corria para perto de mim para que eu o defendesse do Mile que ameaçava dar -lhe uns "cascudos" por alguma travessura que ele aprontara. Em todas as minhas férias, eu selecionava - e seleciono ainda - algo para estudar. Naquele ano, estudei o Parnasianismo na Literatura Brasileira. Ainda tenho as anotações feitas sobre esse tema. Vi hoje o lugar onde era a nossa casa, substituída agora por um edifício.





















Nas Furnas de Sombrio, quando chegamos hoje, eu lembrei até do gosto do café que se tomava ali. Era um lugar de beleza agreste. Fiquei triste, entretanto, quando vi o local visualmente poluído, por escritos nas pedras, por figuras religiosas as mais diversas e por muitas velas acesas. Ironicamente, um cartaz apregoa: Proteja o meio ambiente.
Estivemos no Morro do Farol e, em certo momento, senti uma saudade profunda e dolorida de minhas crianças. Sorte que Pedro e Fabianinha estavam comigo.
A paisagem continua linda. Morro, dunas, escarpas, rio e mar estão lá a evocar-me lembranças de momentos e de histórias realmente inesquecíveis.

sábado, janeiro 16, 2010

Notícia



Estou doente faz uma semana. Não tenho ânimo para escrever. Virose - esse nome é sinônimo de genérico? Com febre, tenho pesadelos. Na última noite, Torres era no Haiti.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

2010 : Presságios

Talvez por ter convivido com a seca do sertão,
por ter visto minhas plantas sofrerem com a falta de água,
pelo calor que senti em desertos,
pela lembrança gostosa das brincadeiras infantis na Bela União,
talvez por tudo isso ...e porque gosto da chuva,
considero-a um bom presságio.
Presságio de abundância - abundância de alimentos, de gestos solidários,
de generosidade, de alegria, de beleza e de boas descobertas.
Assim seja 2010 com chuva na sua chegada.