quarta-feira, setembro 30, 2009

Lá vamos nós...



Estamos no Aeroporto Regional de Bloomington - Illinois. Depois Atlanta/Rio/Porto Alegre/família/casa. Ronald e eu estamos felizes com esta viagem e estamos carregando uma bagagem “grandinha”, plena de valores afetivos. Cuidamos o peso de cada mala para que não ultrapassassem os 50 pounds permitidos por unidade - duas unidades por pessoa. Assim, não pagamos excesso. Estive em lojas fantásticas pela variedade, qualidade e preço. Presentes de Natal solucionados!
Depois do check in , almoçamos, num típico restaurante americano, com Daniel e Lora, pais adotivos de Ron. Gosto muito deles - e eles, de mim. De Paxton a Blomington, são 80 km. Daniel não dirige mais, mas vieram nos trazer com Lora dirigindo. Impressionante como os velhos aqui são independentes e fazem sua rotina. Ontem, estacionou um carro ao meu lado na frente do correio, em Paxton. Desceu dele uma senhora que retirou do carro um andador e, segurando-se nele, entrou no prédio do correio, de onde saiu, minutos depois, carregando cartas e um pequeno pacote. Num posto de gasolina, vi uma senhora abastecer o carro, pagar, buscar pano e escova e limpar os vidros. Sozinha, claro! Sem exagero, essas duas mulheres deviam ter maioridade quando eu nasci. Quero muito ser assim. Muitos velhos, velhos mesmo, nas cidades pequenas e nas fazendas.

Voltando às comidas, quero contar que comi “tudo” Comi sem remorso, sem culpa, sem restrições e com muitos gordos por perto. Senti a partilha! Estou voltando , depois de 45 dias, com dois quilos a mais. Pela primeira vez, não me sinto injustiçada. Engordei porque comi mesmo. Vem , agora, a” penitência”.
Lembrando dieta, aprendi , com Lora, a fazer uma sobremesa fantástica: maçã, com casca, cortada em pedaços fininhos, abacaxi, machimelo também em pedaços e iogurt ou creme de leite. Tanto pode ser com sal e acompanhar pratos com frango grelhado, como pode ser com adoçante ou açúcar e servida como sobremesa. Até passa por ligth.

Ficaremos seis meses no Brasil. Como sempre, saudades daqui, saudades de lá, saudades da Itália, saudades da Bahia, saudades de Roraima, saudades da Índia..e de tantos outros lugares. Será mesmo saudade essa lembrança boa de lugares fantásticos e esse desejo de revê-los?

terça-feira, setembro 22, 2009

Sobre cotidiano

Parece que o meu destino é mesmo andarilhar. Ou é destino ou é decisão. Aproveitei este mês para conhecer detalhadamente a região. Transito, o tempo todo, entre: Pana, Paxton, Bloomington, Champaign, Decatur, Springfield, Rantoul, Gibson, Montecelo,Taylorville, Shelbyville, Tuscola, Mattoon e tantas outras cidades principalmente de Illinois. Neste período do ano, as estradas são um pouco monótonas: percorrem-se quilômetros, muito planos, com plantaçoes de milho à direita e plantaçoes de soja `a esquerda. Tudo muito verde. Depois muda: soja à direita, milho à esquerda. Na última semana, mudanças na paisagem: milho e soja amarelando! Logo o verde será substituído pelo amarelo. Saudades de algum morrinho!
Descubro, cada dia, uma característica ou traço da cultura local que eu ainda não apreendera. Tem sido ótimo conviver com o hábito de servirem café , num copo imenso, em todas as refeições, em qualquer restaurante. Recebemos muitos convites para almoços, piqueniques, festas. Na semana passada, fui a dois eventos muito interessantes. O primeiro, um almoço na casa de Pauline, uma senhora que foi missionária no Equador durante vinte anos e hoje vive numa fazenda em Gibson. Pauline tem elegância, agilidade e vivacidade que encanta a qualquer pessoa. Meu sonho é chegar à idade dela e me parecer com ela. Ela me ensinou a fazer uma torta de maçã fantástica e muito fácil . A massa é feita com duas xícaras de farinha, uma xícara de manteiga e meia xícara de água. Depois de bem amassada e aberta cobre-se uma forma com a metade dessa massa. Descascam-se as maçãs (muitas) e cortam-se em pequepos pedaços , que são postos na forma. Sobre essas maçãs picadas, polvilha-se uma xícara de açucar e meia xícara de farinha , Acrescentam-se pedacinhos de manteiga. Cobrem-se as maçãs com o restante da massa aberta , faz-se aquele "enfeitinho" nas bordas e põe para assar - os primeiros 15 minutos em fogo alto ( 180) e os restantes , em torno de 45 min, em fogo baixo. Fica uma delícia. Adorei a visita a Pauline. O segundo evento foi um almoço em Bloomington, no que resta da Escola Militar onde Ronald foi aluno interno durante quatro anos de sua adolescência. Funciona, nesse lugar , um centro comunitário, com muitos eventos voltados à terceira idade. Tem um parque lindo e uma escultura fantástica, colocada ali pelos ex-alunos com o objetivo de manter a memória do lugar. Foi distribuída uma publicação dirigida aos ex-alunos, com a listagem dos que se inscreveram para a festividade deste ano e , no final , a lista dos que morreram após o último encontro , há dois anos. A concretude da transitoriedade me abalou muito. Ronald está entre os mais jovens - ainda bem - sempre temo o único estado civil que eu não ainda não experimentei!
As igrejas aqui constituem o ponto de encontro de muitas pessoas e talvez a referência maior de amizade, convívio e solidariedade. Penso em escrever sobre isso. Amanhã cedo, viajaremos para Michigan. Ficaremos por lá alguns dias. Espero fazer boas fotos . Sei que a região é linda. Estou curiosa.
"Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto.."
Fernando Pessoa

terça-feira, setembro 15, 2009

Labor Day em Pana





Gosto de Pana porque vive aqui , numa casa histórica , minha amiga-irmã Eni ( http://www.panaillinois.com/mansion.htm ). É uma cidade com pouco mais de seis mil habitantes.

No desfile comemorativo ao Dia do Trabalho, dia sete de setembro, estima-se , no entanto, que mais de dez mil pessoas assistiram a ele ou dele participaram. Escolas e bandas vieram de cidades vizinhas para desfilar em Pana. Desfilaram , além de escolas e bandas locais, fazendeiros, comerciantes, profissionais liberais, grupos da terceira idade ( ou seria quarta?) , funcionários públicos, famílias, misses, rainhas, partidos políticos e igrejas. Muitos carros alegóricos ou caminhões vinham com essas rainhas ou misses sentadas sobre fardos de feno - esta é uma região realmente rural. Os muitos carros antigos me encantaram - como me encantaram a perfeição das demonstrações de ginástica rítmica e olímpica. Ao longo do trajeto, pessoas que levaram cadeiras, ficaram ali muitas horas , participando, ativamente, da festa. Todos os que desfilaram, distribuíram doces e brindes para os assistentes. Meus amigos juntaram, para levar a uma instituição de caridade, duas sacolas de itens diversos,como: caramelos, chocolates, lixas de unha, escovas de dente, chicletes, pirulitos e outras coisas mais. O desfile teve características de uma festa popular, com um único momento solene: quando passaram dois carros do exército, os assistentes todos levantaram e aplaudiram demoradamente. Particularidade da região, pensei eu.

Também em Pana, visitei a Feira Anual de produtos agrícolas principalmente. A novidade de que mais gostei foram os concursos. Muitos e dirigidos às famílias: arranjos de flores naturais , artificiais e silvestres; artesanato divididos em categorias diversas; doces, bolos e pães caseiros; produtos de horta e pomar; costuras, pinturas, esculturas e fotografias. No conjunto , mais de cinquenta categorias. Prêmios em dinheiro. Prêmios pequenos : 20, 10 , 5 dólares, mas um incentivo grande à participação.
Bem que se poderiam fazer concursos semelhantes em Alegrete ou Rosário do Sul. Pensando nisso, reuni materiais informativos e fiz fotos dessa parte da Feira.
Agora, preciso descobrir para quem faço essa proposta.

segunda-feira, setembro 14, 2009

Chicago II



É fácil mover-se em Chicago. Muitos dos lugares que eu selecionara para visitar , estavam concentrados no centro da cidade , no "Loop " ( assim chamado por ser um circuito que volta ao mesmo lugar) ou na Magnificente Mile, perto de onde eu estava hospedada.

Fazer um sightseeing é uma boa opção para a primeira visita a qualquer cidade grande ou cidade com muitas atrações. A vista panorâmica dá a possibilidade de fazer belas fotos. As informações dadas ajudam na compreensão do que se vê.
Só a arquitetura dessa cidade já vale a visita. Chicago, no entanto, oferece muito mais. O Field Museum é fantástico. Imenso! Uma parte dele oferece informações sobre a água no mundo, detalhando , ainda, movimento, tratamento e distribuição dela em Illinois. Interessante também a parte dedicada aos piratas - um documentário sem os encantos e os exageros da ficção sobre o tema. Claro que fui ver a parte dedicada aos índios americanos, especialmente a cultura material de grupos diversos. Precisa-se de, no mínimo, dois dias para ver o Field Museum. Perto dele, está o Aquário, que não tive interesse em ver porque conheço o de Atlanta, que dizem ser maior e mais bonito.
Também é interessante passar algumas horas no Navy Pier. Ao ser construído, em 1916, era o maior parque do mundo. Usado como centro de treinamento na Segunda Guerra, foi reaberto em 1995. Não chega a ser estupendo, mas oferece uma linda vista do Lago Michigan. Perto do Navy Pier, está o Museu das Crianças , um centro de atividades voltado para a família. O Museu da Ciência e da Indústria me fez lembrar muito os apaixonados por informática. Jogos interativos fantásticos. Inspiração advinda dos videogames. Experimentei pilotar um carro de corrida. Gastei, logo de início, todas as minhas "vidas". Ron fez dez vezes mais pontos do que deu. Pago mico, mas nao morro curiosa! Gostei da parte dos meios de transporte: carros antigos, locomotivas, navios , aviões...e uma fantástica maquete da região com trens em funcionamento.Há tanto o que contar, mas estou com preguiça!

Como amo papéis, não posso finalizar sem referir às livrarias. Só ali, eu poderias ficar alguns dias! Duas visitas a Chicago mostraram-se insuficientes. É mesmo uma bela cidade.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Chicago I


Chicago ( Illinois ) é atualmente a terceira maior cidade dos Estados Unidos. Estende-se por quase 50 km ao Sudoeste do Lago Michigam. Injustamente, sempre relacionei Chicago a Al Capone e nada mais. Depois, ouvi de Patati e Gugu referências muito elogiosas a essa cidade. Como sempre faço, depois de saber que ia conhecê-la, procurei ler bastante sobre ela.
Foi a primeira vez que viajei de trem nos USA. De Champain , que tem seu nome grafado asssim mesmo, a Chicago, são 2h30min. Com trens bons, eficientes, baratos, mas com poucos turistas e sem o charme das estações e dos trens europeus. chega-se próximo ao centro da cidade - sem o transtorno de procurar estacionamento.
Hospedei-me no "Comfort Suites" , hotel com excelente relação custo/benefício e localizado na avenida principal , há uma quadra do consulado brasileiro ( GM.IL352@choicehoteis.com).
A cidade impressiona, já à primeira vista, pela arquitetura arrojada e pelos edifícios altíssimos. Vai-se, então, descobrindo por que Chicago é famosa como centro de inovação arquitetônica. Ali convivem estilos diversos - de elementos greco-romanos às grandes criações da "Escola de Chicago". Penso que Téssia e Brenner iriam gostar muito daqui.
A cidade sofreu um incêndio devastador em 1871. Um grupo de arquitetos remodelou-a posteriormente. Uma das partes mais afetadas pelo incêndio é onde está hoje a Avenida Michigan com seu trecho mais elegante, a Magnificent Mile. Nesse trecho, encontram-se muitos nomes conhecidos internacionalmente: Guess, Armani, Zara, Coach, Banana Republic e tantos outros. Numa parte dele, parece que se está em Milano, centro de moda, tantos pelas grifes quanto pelos preços altos.
É uma cidade bonita, clara, bem ajardinada, com parques e museus fantásticos, seja pela grandiosidade seja, pelo acervo, como é o caso Museu das Comunicações, bastante enfocado na história do rádio, o que me fez lembrar muito da minha amiga Aurea, assim como a Tribuna de Chicago me fez lembrar a Rosana.
Na próxima semana, voltarei a Chicago. Desta vez, quero ver o Instituto de Artes.
PS. Nesta última foto, uma passarela que me faltou coragem para encarar.