sábado, agosto 30, 2008

Coisas de mãe!






















Eu estava , em Napoli, na frente desta estação de trem, onde há uma pequena praça e uma rua estreita. Pára um carro e , de dentro ele, uma mulher grita muito alto, com certo desespero: ANTÔNIO!!!!!
Grita uma vez, duas vezes. Os outros carros não podem prosseguir. Reclamam. Ela precisa ir adiante. Sai gritando!
Eu me viro à procura de algum Antônio. Vejo um rapaz grandalhão, forte, bem vestido, fazendo beicinho e olhando para outro lado. Intuo que é ele o Antônio e intuo a situação. Aproximo-me e digo a ele: não vais responder à tua mãe??? Ele me diz com certa agressividade: não vou responder, não quero saber dela, não vou falar com ela. Uma idosa senhora intervém e manda que ele responda. Noto que outras pessoas se aproximam e também opinam. Ele me retruca que a mãe não o ajuda, que nada faz por ele e que ele nao vai voltar para casa. Aquela pose de menino mimado me cansa. Pergunto, então, quem o criou fortinho assim, onde havia morado e , afinal, o que ele havia feito da sua vida para que sua mãe estivesse assim, tão desesperada. Criou-se , a seguir, uma situação tragicômica , com a intervenção de mais duas mulheres e muita discussão paralela.
A mãe retorna e grita: ANTÔNIO , meu filho!
Eu me afasto, porque agora outras pessoas falam do acontecido e pressionam o rapaz a responder. Antônio demonstra contrariedade e corre....para dentro do carro da mãe.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Notícias




Voltei de Canale ( foto) . Estou em Roma hoje. Decidi ir a Napoli amanhã e passar lá meus últimos dias de "férias", neste 2008. Estou bem, mas tenho vontade de ir para o Brasil e vontade de ficar aqui. Vou ...pensando em voltar.





"A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo". 


 Fernando Pessoa

quinta-feira, agosto 21, 2008

Escolhendo itinerário

"Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?


Sul da India
 Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir."

Fernando Pessoa

quarta-feira, agosto 20, 2008

Na Itália, outra vez!




Fiz, ontem, uma viagem ótima : Kosice / Praga / Roma.
O dia estava límpido, bonito. Foi possível fazer fotografias bem interessantes, como das Montanhas Tatry , na Slovakia; da chegada em Praga, com a sombra do avião; da agricultura , nos vales da Alemanha e da Itália.
Estou , agora, em Roma, na casa da Lídia.



"Cada um tem a sua vaidade, e a vaidade de cada um é o seu esquecimento de que há outros
com alma igual. A minha vaidade são algumas páginas, uns trechos, certas dúvidas..."


Fernando Pessoa

domingo, agosto 17, 2008

Síntese : conclusão




Tenho ainda quinze dias para viajar. Mas , como volto amanhã para a Itália - e a Itália me parece "em casa" - escrevo neste tom de despedida.
Muitas pessoas me acompanharam nesta viagem, através deste blog. Agradeço as mensagens recebidas - foi muito bom recebê-las. Comovia-me cada uma que chegava. Retribuo-as com flores - as primeiras são flores tradicionais de boas-vindas , que recebi em Delhi e pus sobre o meu PC. Depois, rosas de Chandigarh e uma flor belíssima de Ooty, cujo nome desconheço.

Continuo dizendo para os pequenos: o mundo é bonito , redondo e fácil de andar. Gente é muito semelhante em toda parte - importante é aceitá-las como são, sem o autoritarismo de querer que sejam diferentes ou parecidas conosco.
Ainda acredito no amor, na honestidade e na solidariedade e acredito que a vida pode ser bem mais simples do que a concebemos. Como diz o Pedro, na sabedoria de seus sete anos, simples, não simplória.

Escrevam-me, por favor.
Quando termino uma viagem, fico nostálgica e preciso de atenção, mas:

"Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir".
Fernando Pessoa, 14-6-1932

Síntese 03



O que muito me impressionou nesta viagem:



















. a beleza e o colorido dos Templos ; 

. o número de trabalhadores, na Índia, para a execução de qualquer tarefa: por exemplo, dois funcionários por guichê, em alguns pedágios. Um recebia o dinheiro e passava para o outro, que emitia o ticket e o entregava para o primeiro, que o entregava para o motorista. A distância entre o carro e o guichê mal permitia ao primeiro funcionário mover-se - mas eram dois;

. o número de pessoas em qualquer meio de transporte: vi um rikishaw transportando 12 pessoas, camadas de pessoas sobre os ônibus e trens com pessoas penduradas nas portas e laterais;
.





















o profissionalismo do “fazedor de pacotes para o correio”, em Pondycherry – além de organizar minhas compras, colocá-las ordenadamente numa caixa, envolver essa caixa primeiro num plástico e depois no pano branco de seda ( obrigatório) , costurava-a com perfeição e escrevia destinatário e remetente com letra perfeita. Cobrou oito reais por tudo;

. o convite, entregue a Fabrício e Krithika por uma mãe, para a cerimônia de recebimento do nome que, no dia do primeiro aniversário, sua filha teria;

. a gruta de Nossa Senhora de Fátima , num estilo ocidental e português, com adereços de flores típicos colocados por indianos;



























. a lindeza da comida, no Sul da Índia, colocada sobre folhas de bananeira – para ser comida com as mãos - não precisando, portanto, lavar pratos e talheres;
.            
todas as histórias de São Tomé , na Índia, inclusive seu assassinato;

. o medo que senti , na Fronteira Índia - Paquistão, quando milhares de pessoas forçaram a passagem por um portão, guardado pela polícia . Eu me senti “prensada” em meio à multidão.Um policial , que retirava dali as mães com filhos no colo, abriu caminho para que eu saísse também;























. a cesta de frutas que comprei e dei, no Chamba Valley, para uma família de macacos – em pouco tempo , havia muitas famílias ali. Todos estavam tranqüilos porque as pessoas não os agridem. Foi uma festa que rendeu fotos para muitos turistas;

. a beleza das inúmeras cascatas nas estradas de montanha do Chamba Valley e o verde exuberante do lugar;

. as pastas e malas "acorrentadas "nos trens;
. as comprinhas em Auroville, Kanchiporan e Mysore;
. a beleza das Montanhas Azuis;

 






















 .como o nosso dinheiro "rende" na Índia : refeições custam três ou quatro dólares - comida indiana naturalmente porque restaurantes internacionais são mais caros;

. a grandiosidade das árvores, especialmente no Sul da Índia, a beleza das flores e a doçura das frutas;

. a gentileza de meus amigos indianos e as boas lembranças que muitos têm do Gugu;

. o quanto me emociona e encanta a Índia.

Bardejov




















. A beleza de Presov e Bardejov  na Slovakia;

. as lavouras de girassol florido;

. como gostei de ter visitado Miskolc ,na Hungria;

. o desejo de retornar sempre à Europa.

Síntese 02





















Tornou-se inesquecível para mim:
. o gosto do doce de leite e do chocolate com figo de Ooty;
. as mangas e as peras do Punjab;
. os turbantes coloridos usados pelos homens, no Rajisthan;
. os textos, em três línguas, encontrados no Sul da Índia ( foto);
a paisagem dos remansos;
. a cor dos "amontoados "de pedras nas montanhas de Dharmsala;


 .


















. a preparação de Dharmsala e Mc Leod Ganj para o aniversário do Dalai Lama;
. o Chamba Valley e a cidade de Dalhousie;
. a chegada em Pushkar ao anoitecer;
. as redes chunesas de pesca em Kochi;
. as Galerias de Arte de Chandigarh, na Índia, e de Bagheria, na Sicilia;
. o ato de transplantar as mudinhas de arroz no Sul da Índia;
. a chegada do noivo nas festas de casamento;
. o sorriso dos sadus;























. a agilidade com que os velhos se movem;
. as flores de lótus na Índia e os campos cobertos de papoula na Grécia e na Turquia e as lavouras de girassol na Slovakia e Hungria ;
. as estampas e os bordados dos saris;
. a elegância das mulheres;
. o passeio a Auroville, com especial destaque à buzina do Rikishaw : uma bola de borracha verde ( foto);
. a massagem Ayurvédica, a quatro mãos, sincronizadas, simplesmente divina;




























. o encontro do Oceano Índico, Mar Arábico e Baía de Bengala em Kanniyakumari;
. o Fabrício ocupando o lugar de um vendedor de conchas em Kanniyakumari( foto) ;
. as tornozeleiras e as pulseiras de prata;
. a felicidade do carregador de bagagem que aprendeu a carregar minha mala sem colocá-la na cabeça e minha mochila às costas - parecia desfilar;
. a luta contínua de combate ao uso de embalagens e sacos plásticos - parece que só proibindo sua fabricação;
. algumas cidades consideradas "livres do plástico";
. a mãe que pediu para me fotografar junto com cada pessoa da família;
. o ritual que fazia meu amigo indiano antes de uma viagem - incenso e rezas no carro;
. a refeição , gratuita e comunitária , no Templo Sikh, em Amritsia;
. a gentileza e a atenção dos empregados da casa da família da Krithika;
. a minha despedida da vó da Krithika;
. o carinho do Fabrício, da Krithika e das crianças..

sábado, agosto 16, 2008

Síntese 01

. Na Espanha, além de rever lugares de que gosto muito, revi meus queridos amigos Ramón, Alfredo e Aline;

. conheci o Vale d'Aosta - foram dois dias inesquecíveis;

. estive alguns dias com a Lídia , minha querida amiga-irmã;

. fui à Grécia : amo o companheirismo de meus amigos, Gisela e Alex;
. voltei a Drama, em dia de Mercado de Rua na cidade , e vi muitas flores e plantas;

. almocei na casa de Elisabeth e Yanni, na Grécia, e ganhei dele o livro que acabara de publicar;

. conheci o Monastério de Rilla ( Bulgária) - inesquecível o Monastério e a estrada que leva até ele;

. passei três dias fantásticos em Istambul;
. passeei pelo Parque do Vesúvio quando as gynestras eram floridas (foto) ;
viajei nos pequenos trens sicilianos e nos imensos trens indianos;

. estive durante duas semanas na Sicilia, uma ilha que me parece ser um país - e belíssimo país;

. fiz belos passeios com Federica, Franco e Carmela - amigos maravilhosos;
. conheci , em Palermo, uma igreja sem teto, com uma acústica perfeita, onde são realizados muitos concertos ( foto);

 . encontrei muitas e belas lojas especializadas em "lembranças" de casamento ( normalmente, bomboneira e confeitos),de batizado, de Primeira Comunhão, de aniversário, nascimento, bodas de prata, formatura, enfim, qualquer comemoração;

. observei que a decoração da Igreja, para casamentos, inclui caprichados pacotinhos de arroz para os convidados jogarem nos noivos, com o desejo de prosperidade e felicidade (foto);

. convivi com a família Pesare, em Napoli, meus queridos amigos;
. vi muitos casamentos ( mês de maio). Os noivos sempre vão a lugares históricos fazer fotografias, como esses, que andavam com um cinegrafista e um fotógrafo, no Centro de Catânia, na Sicilia (foto);
. fui ao Mercado do Peixe, no domingo, em Catânia : uma multidão, uma coisa fantástica;
. vivi muito bem em Napoli, tinha amigos, ia ao mercado, caminhava muito, visitava ilhas e cidades vizinhas, morava em Vomero e sentia-me "em casa".Foi um mês ótimo.Passou rápido!!!

Síntese - introdução


Comprei hoje o bilhete para a Itália. No início de setembro, partindo de Roma, voltarei para o Brasil. Tentarei fazer uma síntese do que eu vi-vivi , durante esses meses de viagem, e não gostaria de esquecer. Penso dividir o texto em dois ou três blocos para não ficar muito "pesado". Sei que vão ser longos os textos , porque longa foi esta viagem. Sei também que não será completa a síntese, porque foram muitos os fatos, as experiências vividas e os lugares conhecidos. Sei também que não conseguirei escrever em ordem cronológica ou de importância do que for narrado. É apenas um registro a mais. A idéia de que meus netos lerão estes textos quando eu já estiver muuuuito longe, dá-me impulso e ânimo. E também:

"Invidio – ma non so se sia invidia – coloro di cui può scrivere uma biografia , o chi può scrivere la própria. In queste mie impressioni senza nesso, né desiderio di nesso, narro indifferentemente la mia biografia senza fatti, la mia storia senza vita. Sono le mie Confessioni e, se in esse non dico nulla, è perché non ho nulla da dire."

Fernando Pessoa

Il Libro dell’inquietudine – 1930

Presov e Bardejov




















Novamente, fui muito cedo para a Estação Central porque meu objetivo era visitar duas cidades da Slovakia: Presov ( tem um sinal gráfico sobre o "s" , como um circunflexo invertido, e pronuncia-se Precho ) e Bardejov ( pronuncia-se Bardeo).






















Presov, terceira maior cidade da Slovakia, tem cerca de 180 mil habitantes. É vizinha da fronteira com a Ucrânia. Bonita cidade. Assim como Kosice, que é a segunda maior cidade, reserva algumas ruas , ou parte de ruas, unicamente para trânsito de pedestres. E onde há movimento de carros, cobra-se uma multa de cinqüenta euros de pessoas que cruzam a rua com sinal fechado ou fora da faixa de segurança. Penso mesmo que carros não deveriam circular no centro de nenhuma cidade. Teria muitas vantagens e , de quebra, faria a gente caminhar mais.





















As ruas de Presov são impecavelmente limpas; as casas, bem restauradas e conservadas. Vi dois teatros com programações variadas , principalmente de dança. A Igreja principal - este é um país muito católico - é gótica e tem vitrais lindos. Há uma cafeteria , de 1905 - numa esquina do centro da cidade, com arquitetura interna e externa fantástica - e doces idem!!!! Bem bonita a cidade.























De Presov, fui para Bardejov, cidade , declarada pela UNESCO , em 2000, como patrimônio histórico. No caminho, vi o Sarissky Hrad ( Hrad = castelo na língua slovaca ) , imponente sobre uma montanha e cercado de muitos tons de verde - a pequena Slovakia possui mais de sessenta castelos.
Agora conheço muitos deles, a começar pelo lindo Castelo de Bratislava, a capital.





























Bardejov fez-me lembrar Karlovi Vari, na República Checa, pela beleza de sua localização, de suas casas e ruas e também por ser uma cidade termal. O início de sua história remete a 1241, quando uma crônica dessa época refere a um rei que a teria visitado. De seu "spa", Sissi foi hóspede,em 1895, assim como o imperador Joseph II - esse em 1783. São cidades que merecem uma visita. São aquarelas bem feitas. Ainda bem que tenho fotos para mostrar porque estou com muita preguiça de escrever... mas sempre penso que a minha pequena câmera não dá conta de toda a beleza que vejo. Talvez nem uma câmera consiga isso.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Kosice e Miskolc: bate-e-volta na Hungria




















Uma beleza o verão em Kosice. Já estive aqui em tosas as estações do ano. No outono, vi as árvores coloridas, com nuances diversos, do vermelho escuro ao amarelo. Imagens inesquecíveis nas ruas e parques. No inverno, embora eu goste mesmo de neve na Noite de Natal, ao longe nas montanhas e em fotografias, a cidade continua acolhedora e fotogênica.





















Hoje fui caminhando para a Estação Central de Trens. Eram 05h. O dia estava clareando. As ruas limpas. As árvores muito verdes. Flores por toda parte. O que mais me encanta, tanto aqui quanto na Índia, é a ausêcia quase total de violência. 


























O medo é um preço muito alto e constante para viver num país , ainda que seja um belo país - como o Brasil.Em diferentes países, principalmente aqui no Leste, encontro pessoas, de manhã cedo, varrendo as calçadas defronte às suas casas. O discurso de que isso pertence à esfera do serviço público, parece que nos tornou desleixados com nossa rua, nossa cidade. Que me perdoem amigos e companheiros, mas isso é genuína participação popular!























A viagem até Miskolc me encantou. É verdadeiramente um passeio. Campos arados, campos plantados, campos enfeitados com muitos verdes e girassóis. Quem já viu campos de girassol, papoulas e lavandas sabe exatamente do que estou falando. É visão de paraiso.E tem , ainda, os lagos..lagos, com pequenas casas ao seu redor, todas muito coloridas, com jardins bem cuidados e gramados de fazer inveja.





 


















Na chegada, a constatação de um problema. Embora seja uma cidade de porte médio, Miskolc não me parece uma cidade de turismo forte. Há problemas na comunicação com estrangeiros. Tive dificuldades para obter informações e, ainda que as pessoas fossem gentis e atenciosas, raramente falavam inglês, espanhol ou italiano. Pode ter sido apenas um "azarão "meu!




















A estação de trens é belíssima , mas é longe do centro. Precisa-se de transporte para chegar até ele. Fui de "bonde", daqueles elétricos. Sorte que, no dia anterior à ida, estudei o mapa da cidade e relacionei os lugares e prédios que desejava visitar - perguntando, não sei se os teria encontrado.Tive dificuldades com moeda: ninguém aceitou euro - na Slovakia vizinha, já é moeda corrente junto com a "korona". Antes de fazer câmbio, entrei num bar , pedi um café e avisei que só dispunha de euros. A moça disse "no problem" , não recebeu os euros, mas gentilmente me deu o café. Tomei-o e saí muito agradecida. Fiz câmbio - troquei 30 euros e recebi um "monte"de Fiorint - voltei mais tarde ao bar, tomei outro café e paguei o anterior. A moça ficou toda feliz comigo e percebi que comentava o fato com os colegas.






















Fui almoçar. No cardápio do dia , havia , por exemplo:
zöldborsóleves;
rántott csirkeszárny párolt rizzsel;
ischler karica.
Eu pretendia comer algo típico, que não fosse goulash, que se come muito em toda a região, mas acabei pedindo frango, batata frita e café ( em inglês). Veio direitinho.

Aproveitando que estava na Hungria, saí a procurado hidrante "Helia D ", que compro há mais de dez anos e que é ótimo. Felizmente o encontrei - é um produto que custa pouco e não se vende em outros países. É feito com azeite de girassol - daí o "helia". Se eu não estivesse com "trauma"de bagagem, levaria muitos potes para a família.
























Um bom passeio. Vi prédios, igrejas , mesquitas, teatro, galeria de arte, praças e ruas, onde havia cafés e muitas pessoas , aproveitando o verão - penso. Encantei-me com um relógio antigo, preso a uma estrutura de ferro batido, junto a um poste de iluminação. Lindo. Encantei-me também com uma dessas fontes com água, luz e música, que são acionadas a cada hora cheia, durante alguns minutos. Foi a mais perfeita e sincronizada que conheci. O movimento das águas "demonstrava"o número de instrumentos e a altura dos sons de peças clássicas conhecidas. Fantástica. 
Bem bonita Miskolc. Quanto lugar lindo existe nesse mundão de Deus que a gente nunca ouviu nem o nome. Amanhã , penso ir a Presov tentar visto para a Ucraina. Se conseguir , vou lá , antes de retornar à Itália.

terça-feira, agosto 12, 2008

"Lá vou eu..."





















Passei os últimos quatro dias "em casa". Precisei curar uma "canseira das braba", como se diz no Touro Passo. Hoje acordei ótima, realmente me sentindo muito bem.Li bastante, escrevi, almocei, jantei, organizei as roupas que me restam ( já eram poucas e algumas deixei pelo caminho) e fiz novos programas de viagem.





















Decidi viajar amanhã cedo - 06h - para Miskolc, uma cidade da Hungria que me disseram ser muito bonita. Tem 180 000 habitantes e prédios interessantes, como uma igreja gótica, uma mesquita, uma galeria de arte.Está a menos de duas horas, a partir de Kosice, em trem. Retornarei à noite.

sexta-feira, agosto 08, 2008

08 - 08 - 08


Interessante! No ano passado, no dia 07 - 07 - 07 , eu estava em Kosice, na Slovakia. Fui escrever a data de hoje e me dei conta de que é 08 - 08 - 08 e eu estou em Kosice outra vez!
Gosto desta cidade.Sinto-me em casa. Já faz cinco anos que venho aqui, anualmente. Houve um ano que era dezembro, fazia -12 graus, nevava muito. Agora é verão - hoje fez 30 graus. Ainda não fiz programação para os próximos dias. Quero descansar um pouco, dormir muito, fazer nada!
Obs. aqui perto do apartamento, no centro de Kosice, há muitos lugares que, tradicionalmente, os noivos usam como cenário para suas fotografias. Hoje cedo, eram estes!

Com essa eu não contava!


From Delhi, cheguei muito bem em Munique. Fui de trem do aeroporto à estação central. Comprei um bilhete Munique/Wien/ Bratislava/ Kosice. Eu acreditava que os trens, na Europa, eram pontuais, por isso estava tranqüila quanto às conexões que devia fazer. O trem saiu de Munique no horário, mas atrasou numa estação. Informei a um funcionário do trem que eu tinha conexão em Wien e corria o risco de perdê-la. Ele me disse que eu ficasse tranqüila que nao a perderia. Nada disso. Quando cheguei em Wien, o trem para Bratislava já havia partido. Reclamei. Briguei. Única resposta: devia pernoitar ali e viajar na manhã seguinte, às 8h15min. Argumentei que eu havia comprado e pago um bilhete com pernoite no trem. Diziam que o problema era meu!
Kosice
Já era meia-noite. Eu estava hipercansada. Saí para a rua chorando de raiva e procurando hotel. Devia ser um hotel bom e perto da estação, pois, naquela hora, eu não podia arriscar a andar sozinha , com bagagem, ou a dormir num hotel ruim. Encontrei um 4 estrelas perto da estação: 80 euros. Dormi pouco e mal. Parti às 8h15min . Foram 7 h de Wien a Kosice - ainda bem que o trem era direto. Fazia três dias que eu viajava e dormia pouco. Cheguei exausta em Kosice, mas sentindo-me em casa. Tive febre alta , dores no corpo, dor de cabeça. Dormi durante 12 horas. Sonhei com o Mile e a Cibele. Acordei hoje ótima.Obs.Tenho internet no apartamento.

Partida

Tornou-se inesquecível para mim:
. o gosto do doce de leite e do chocolate com figo de Ooty;
. as mangas e as peras do Punjab;
. os turbantes coloridos usados pelos homens, no Rajisthan;
. os textos, em três línguas, encontrados no Sul da Índia ( foto); 
 . a paisagem dos remansos;
. a cor dos "amontoados "de pedras nas montanhas de Dharmsala;
. a preparação de Dharmsala e Mc Leod Ganj para o aniversário do Dalai Lama;
. o Chamba Valley e a cidade de Dalhousie;
. a chegada em Pushkar ao anoitecer;
. as redes chunesas de pesca em Kochi;
. as Galerias de Arte de Chandigarh, na Índia, e de Bagheria, na Sicilia;
. o ato de transplantar as mudinhas de arroz no Sul da Índia;
. a chegada do noivo nas festas de casamento;
. o sorriso dos sadus;
. a agilidade com que os velhos se movem;
. as flores de lótus na Índia e os campos cobertos de papoula na Grécia e na Turquia e as lavouras de girassol na Slovakia e Hungria ;
. as estampas e os bordados dos saris;
. a elegância das mulheres;
. o passeio a Auroville, com especial destaque à buzina do Rikishaw : uma bola de borracha verde ( foto);
. a massagem Ayurvédica, a quatro mãos, sincronizadas, simplesmente divina;
. o encontro do Oceano Índico, Mar Arábico e Baía de Bengala em Kanniyakumari;
. o Fabrício ocupando o lugar de um vendedor de conchas em Kanniyakumari( foto) ;
. as tornozeleiras e as pulseiras de prata;
. a felicidade do carregador de bagagem que aprendeu a carregar minha mala sem colocá-la na cabeça e minha mochila às costas - parecia desfilar;
. a luta contínua de combate ao uso de embalagens e sacos plásticos - parece que só proibindo sua fabricação;
. algumas cidades consideradas "livres do plástico";
. a mãe que pediu para me fotografar junto com cada pessoa da família;
. o ritual que fazia meu amigo indiano antes de uma viagem - incenso e rezas no carro;
. a refeição , gratuita e comunitária , no Templo Sikh, em Amritsia;
. a gentileza e a atenção dos empregados da casa da família da Krithika;
. a minha despedida da vó da Krithika;
. o carinho do Fabrício, da Krithika e das crianças..

quinta-feira, agosto 07, 2008

Jaipur, capital do Rajisthan






















Algumas cidades são assim: surpreendem mais na segunda vez que as visitamos. Encantei-me com Jaipur, capital do extraordinário Rajisthan. Não vou escrever sobre ela porque já fiz isso no ano passado. Apenas registro o meu desejo de voltar aqui. Cheguei ao anoitecer em Delhi, encantada com tudo o que vira e admirara - um pouco triste porque esqueci de recarregar a bateria e perdi muitas fotos que gostara de ter comigo : elefantes muito enfeitados, muitos camelos puxando carga ou levando pessoas, reuniões de velhos com seus turbantes coloridos, mulheres caminhando pela estrada com a elegância que às vezes falta nas passarelas. Penso retornar!