terça-feira, julho 29, 2008

Pushkar - seus lagos e templos.




















O vôo Bangalore / Delhi foi difícil. Chovia muito – são as “monsoons” nesta região. O avião “tremia “bastante – e eu também. Cheguei com duas horas de atraso. Dormi em Delhi e saí cedo , no dia seguinte, para Pushkar. Estive em dúvida se ia para Nainital ( montanhas) ou Rajisthan. Sorte que decidi pelo Rajisthan, estado de que eu conhecia somente a capital, Jaipur.























A viagem já é fantástica. A maioria das estradas são excelentes . As pessoas que encontrei no caminho, com suas roupas muito coloridas, constituem um belo espetáculo – as mulheres com a cabeça coberta por echarpes lindos; os homens ,com belos turbantes de cores fortes.























Os animais, principalmente os camelos e os elefantes, constituem um outro espetáculo belíssimo. Com muitos enfeites coloridos, alguns puxam cargas em antigas carretas, outros transportam pessoas.Dividem estradas com diferentes veículos.






















Vim de carro – 9 horas de viagem. Quando vi Pushkar, senti-me recompensada. Indescritível. Trata-de de uma cidade – templo, lugar de peregrinação – possui mais de 200 templos. Está cercada por montanhas não muitos grandes , mas com formatos diversos – e sobre algumas dessas montanhas, templos e lagos sagrados. O lago principal, entretanto, está bem no centro de Pushkar, e, ao redor desse lago, distribuem-se 52 “ghats”, por onde os peregrinos alcançam as águas sagradas do lago e se banham para limpar os pecados e purificar o espírito.




                                                       
























Na cidade, é proibido comer qualquer tipo de carne ou ovos e é também proibido o uso de drogas e bebidas alcoólicas - achei muito divertido quando vi um menino do hotel trazer escondida uma garrafa de cerveja comprada no mercado paralelo - detalhe: a cerveja era sem álcool!De manhã cedo, fui até a ghat do principal templo hindu – levada por um amigo de um amigo de um amigo meu...como sempre me acontece. 

























Naquele ghat , fiz todos os rituais, como oferendas de flores (rosas vermelhas e cravos amarelos perfumadíssimos ) e alimentos ao lago, pintura na testa, preces para os antepassados mortos e pedido de saúde, paz , dinheiro aos filhos, parentes e amigos , devidamente nominados – imaginem a extensão da minha lista, embora sintetizada pelo nome da família, por exemplo, os Daudts, os do Canto, os Siqueiras, os Guterres ... 




Em Delhi





















Repeti muitas preces em hindi... que não entendi , mas levei fé! Foi bem bonito e até fiquei emocionada, especialmente quando  pensei em familiares e amigos. Tentei fazer fotografias que dessem conta de um pouco da beleza e da magia deste lugar. Impossível. Vi muitos camelos, um comércio pitoresco principalmente de ornamentos para camelo, ruas apinhadas de gente, muitos sadus ( santos vivos )e cerimônias em diferentes lugares.





























Visitei  templos e ouvi  histórias, como a de Brama e suas duas esposas. Escutei previsões de astrólogos e cartomantes. Mesmo com chuva, fui percorrer a cidade a pé e descalça, pois, sendo lugar sagrado, eu não poderia estar usando sapatos. Voltei com barro até perto do joelho  ( O tempo todo tive medo de pisar em um prego, pedaço de ferro ou lata - até perdi a certeza de que minha vacina antitetânica estive valendo...)
























Puskar é um dos lugares mais singulares e comoventes que conheci.É um lugar de paz mas de surpresas a todo momento. Daqui a uma semana, parto da Índia para a Europa, onde devo permanecer por mais dois meses. Saio agradecendo ao Cosmos que me permite chegar a lugares inesquecíveis.






















"Louvado seja Deus que não sou bom,
E tenho o egoísmo natural das flores
E dos rios que seguem o seu caminho
Preocupados sem o saber
Só com florir e ir correndo.
É essa a única missão no Mundo,
Essa — existir claramente,
E saber fazê-lo sem pensar nisso."

Fernando Pessoa



Mysore






















De Ooty, carregando muito chocolate, vimos, Fabrício e eu, para Mysore, cidade famosa pelos palácios, tecelagens de seda, produtos de sândalo – principalmente óleos e incensos – e entalhes em madeira.


 


















A cidade tem 750 mil habitantes e muito movimentada e razoavelmente limpa. Foi governada por mais de 500 anos pela dinastia Wodeyar, governo só interrompido pelos 38 anos de regime do muçulmano Haider Ali e de seu filho, o sultão Tipu, com quem eu “simpatizo” bastante. Foi Tipu que , em 1793, fez de Mysore um grande centro cultural, principalmente com a criaçao da maior universidade do Estado de Karnátaka. Li bastante sobre esse período.Só o Amba Vilas Palace compensa a visita à cidade. Estupendo palácio. Estupendos os templos.



 


















Ali , numa parte desse palácio, vive ainda um marajá que conserva até sua criação de elefantes – eu os vi passear tranqüilamente pelos jardins do palácio - os elefantes, é claro. Espetacular e imenso o conjunto! A Catedral de Santa Filomena, construção recente – foi terminada em 1959 - também é interessante de ser vista, bem como os prédios públicos, imponentes e localizados em ruas largas e bem arborizadas. As compras são fantásticas. Comprei alguns saris de seda e outras coisinhas mais. Não consegui resistir – tudo bem... porque esta tem sido uma viagem de resistência às compras.






















De Mysore , vim para Bangalore, onde fiquei hospedada na casa da vó da Krithika. Foi ótimo porque tive três dias a mais de convívio com Fabrício, Krithika, Raven e Raiz. E , ainda, vivi o cotidiano de uma família indiana. Fui muito bem acolhida na casa , que tem , além do motorista, mais quatro empregados. Minha roupa foi lavada e passada, minhas compras , empacotadas - com tecido branco de seda como é obrigatório na India - e mandadas para o Brasil. Fiz yoga com a Krithika e fui ao cinema com Fabrício – vimos um filme de super-herói e tive muita saudade da adolescência de Gugu e Patati. Chorei quando saí de Bangalore para Delhi. Pura saudade.





















"Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!" Fernando Pessoa

Obs. Gostei da foto anterior: quatro budistas e quatro muçulmanos entrando, ao mesmo tempo, no Palácio Amba.

segunda-feira, julho 28, 2008

Ooty ( ou Udhagamandalam)






















Saí do Estado de Kerala e voltei ao de Tamil Nadu. Estou em Ooty, que tem o nome oficial de Udhagamandalam, no alto das Montanhas Azuis – chamadas Nila Giris ou Nilgiris. Faz frio e chove hoje aqui. Pela primeira vez, uso a jaqueta que trouxe porque pensava necessitar dela ao voltar para o Brasil – ainda comprei meias e um estranho pano de lã para cobrir a cabeça e enrolar o pescoço.























Não foi nada fácil chegar aqui : quase cinco horas de trem de Kochi a Coimbatore e outras quatro horas de carro de Coimbatore a Ooty – um táxi com ar condicionado e motorista experiente de viagem em montanha cobra 35 dólares para fazer esse percurso!Custa muito pouco contratar um carro com motorista na Índia.























Logo que se passa por Metupalayam, cidade que fica uns 20 km de Coimbatore, começa-se a subir montanhas. São 14 grampos que precisam ser vencidos. Grampos é o nome usado por semelhança das curvas da estrada com aqueles grampos que se usam – ou se usavam – nos cabelos. São curvas como um U quase fechado, claro que com muitas curvas mais suaves entre um grampo e outro. O percurso é indicado assim 1/14 ou 4/14 e por fim, 14/14 quando as curvas terminam. Essa informação pode ser também repassada nos endereços: posso dizer na 5/14 entrar à direita por exemplo!























Apesar de toda a deslumbrante beleza dos lugares, preciso escrever que eu vinha com um medo desgraçado? Em Ooty, encontram-se muitas casas de chocolate de boa qualidade. Comprei meio quilo de chocolate com figo ! Delícia. E custa menos de dez dólares o quilo. Também se produz e se vende aqui chás de boa qualidade.























Fiz algumas compras: um chalé belíssimo, uma raríssima e minúscula colherinha de prata que serve para limpar o ouvido, uma tornozeleira , um potinho de “vick vaporub” , uma latinha de talco de rosas, um pente fino, daqueles de retirar piolho, todo colorido e enfeitado – e outras coisinhas mais “normais”. Foi muito divertido fazer essas compras.






















Amanhã, também de táxi, devo descer as Montanhas Azuis ( na descida são 18 grampos!) e chegar a Mysore, a cidade dos palácios.


Já em Mysore...





Kochi - Imperdível!


Tradicionais Redes Chinesas de Pesca

Foi muito bom ter vindo aqui. Fiquei hospedada em Fort Kochi, perto do porto natural de Kochi, rico em histórias e em beleza. Visitei o Bairro Judeu, onde está a mais antiga sinagoga da Índia – 1568. A comunidade judaica de Kochi dividia-se em dois grupos: os judeus negros e os judeus brancos. No início , eram aproximadamente três mil judeus, hoje já são poucos, porque muitos migraram para Israel.

Visitei igrejas católicas, entre elas a Igreja de São Francisco, onde Vasco da Gama foi enterrado , em 1524 – seu corpo foi depois levado para Portugal. No Sul da Índia, foi onde eu encontrei igrejas e manifestações católicas; em outras regiões essa presença quase não é notada. Muito “fotogênicas” as redes de pesca chinesas. Elas foram erguidas pela primeira vez em 1350. O “modelo” continua a ser usado, junto ao mercado de peixes, perto do porto.


Forte Kochi

Não consegui ver o Mercado Internacional de Exportação de Pimenta. Dizem que é muito interessante, porque os funcionários estão, em cabinas, falando ao telefone, enquanto uma gravação de muitas e animadas vozes é escutada em todo o prédio e serve de fundo às negociações. Tem um Jardim Botânico muito bonito em Kochi, inclusive com uma casa típica dos Todas, primitivos habitantes da região.Parte desse jardim é construído em terreno plano, parte é contruíd0 acompanhando a subida da montanha. As árvores da cidade são tão altas e grandiosas que vi um prédio de quatro andares sob seus galhos - e o verde é estupendo. O comércio é intenso na cidade. A presença de muitos estrangeiros é notada ali , em razão disso é fácil encontrar internet, cafeterias, hotéis e restaurantes.Parece-me que a gente do Sul é mais tranqüila e sorridente que a gente do Norte. Bem que eu gostaria de ficar alguns meses no Sul da Índia. Eu precisaria de várias vidas para fazer tudo o que desejo.

sexta-feira, julho 25, 2008

Varkala - Joia de Kerala









































Eu escutei muitas histórias de Varkala antes de conhecer essa pequena cidade de praia. Gugu e , principalmente, Fabrício e Krithika a conhecem bem. É um encanto mesmo, com seus coqueiros imensos e mar com ondas fortes. É bem conhecida como cidade religiosa, onde muitas pessoas vão às suas praias , de manhã cedo, fazer oferendas. Muitos hindus mergulham as cinzas de seus antepassados nessa parte do mar e levam recipientes daí recipientes com água, que usam, misturada com outra água, em solenidades e dias especiais.























Varkala - e de resto todo o Estado de Kerala - é conhecida também como centro de Medicina Ayurvédica e centro de Yoga. Muitos estrangeiros buscam a cura de doenças aqui. As massagens, com óleos aquecidos e perfumados, são fantásticas. Depois de ter feito uma, dormi durante 12 horas. Almocei na casa de Kumari, uma senhora indiana, amiga de meus filhos. Ela serve as refeições na sua própria casa, sob folha de bananeira, com os vegetais que produz ali. Simplesmente, saudável e deliciosa a comida. Kumari estava toda feliz e emocionada de me conhecer. Um encanto de pessoa.

Na saída do Hotel – Éden Garden - um empregado carregou minha mala e minha mochila. Fiquei tão feliz, que fiz uma foto dele.
























De Varkala para Kochin, são cinco horas de trem. Na primeira classe, tem ar condicionado e número de passageiros compatível com o número de lugares. Uma viagem muito boa, com paisagens estupendas :os remansos de Kerala. Esses remansos, labirintos de água em meio a coqueirais e verdes plantações de arroz, estendem-se por muitos quilômetros - e a gente não se cansa de olhar tal a beleza do que se vê. Segundo a lenda, Parasurama, encarnação de Vishnu, criou Kerala ao jogar seu machado de batalha no mar e com ele abrir muitos sulcos na terra. É uma região abençoada pelo verde, pela água e pela paz que inspira. Linda mesmo. 

quarta-feira, julho 23, 2008

Varkala, 24 de julho...meu aniversario!























Desde ontem , rememoro meus aniversários anteriores. Sinto saudades - “alegria de ter tido, tristeza de não mais ter” - de muitas pessoas e , ao mesmo tempo, agradeço pelos momentos que já vivi e pelos momentos que vivo, neste 24 de julho de 2008. Estou hoje em Varkala, um lugar belíssimo , no Estado de Kerala, no Sul da Índia, num hotel " de cinema " - gracas a Krithika e ao Fabricio. Um aniversário bonito e tranqüilo. Conforme a tradição local, distribuí doces com as pessoas que encontrei – o aniversariante deve sempre fazer isso. Já passei muitos aniversários viajando. No ano passado, jantei com Lídia e Gugu, à beira do lago, em Braciano. Uma vez , eu estava em Paris, com Afrânio e ganhei dele um presente que carrego comigo até hoje. Algumas vezes, eu estava na Amazônia – lembro especialmente de um aniversario em que a festa foi feita por quatro etnias diferentes, cada uma fazendo o discurso na sua língua e todos nós aplaudindo sem entender bem o que estava sendo dito. Outra vez, uma festa , em Roraima, na casa de Bira e Kátia, quando as “crianças” deles fizeram um bolo para mim. Lembro de uma festa linda em Rondônia, com os 
alunos de um curso de pós – graduação, com muitas flores, festas e presentes.





















Meus aniversários na Bahia eram comemorados na reunião geral dos professores, pois era início do segundo semestre - Maria Alice mandava sempre fazer um bolo.Tenho fotos de um aniversário comemorado junto com Sebastião e Suely – saudades deles! Saudades também de Lucia, Guiga, Rosane, Paulo, Barreto, Giorgio, Nainha, Raimundo, George, Myriam, Perpetua, Vera Rocha, Duda...
Meus aniversários em Alegrete me recordam tambem muitas pessoas, como Deborah, João e Ilka, Domingos e Iolanda, Airton e Vera, Pithan e Ana, Lilá,Neneca e Antonio Angelo, José Romeu e Sandra. Recordo ainda Isoldinha, Jorge Alberto, Rudi Van Helden, Nelci Pedroso, Arnaldo Paz e Armando Freitas – amigos que são presença na minha memória e saudade.






















Recordar meus aniversários em Santa Maria é recordar Benetti – este é o meu primeiro aniversário sem este amigo-irmão , nos últimos vinte aniversários da minha vida. Mesmo longe, nestes últimos anos, ele sempre se fazia presente em mensagens ou telefonemas. Difícil aceitar. Quando acordei hoje, lembrei-me de uma “festa surpresa”, num ano difícil da minha vida. Foi na casa do Ronaldo e da Nica. Muitos amigos queridos estavam lá. Lembrei-me muito do Rolandinho, meu irmão, presença constante no meu aniversário e na minha vida. Num aniversário, ganhei dele um anel – quando dei todas as minhas jóias, essa foi a única que conservei comigo. Lembrei-me de uma torta que Amelia fez para mim : deliciosa!























Ontem chegou uma mensagem dos Daudt’s, que são também parte de meus aniversários e de minha vida, um exemplo de fraternal solidariedade e agradável convívio.
Comove-me a lembrança de meus ex-alunos, meus ex-colegas e meus grandes amigos de tantos e tão diferentes lugares, como: Luis Behares, Raquel, Alex, Gisela, Ramon, Alfredo, Aline, Franco e Giancarlo






















Pronto! comecei a chorar! Pura saudade: de meus filhos, meus irmãos, meus sobrinhos, Cibele, Pedro, Ary, Rosana, Edmea, Maria Alzira, Kika, Odilon , Suzana, Giancarlo, Adalberto, Vera, Odete, Claudios ( Zoppi e Lovato),Gilca, Toinho, Téssia, Brenner, Jaquie, Getúlia, Magda, Antonieta, Ramón, Jornandes, Cleuza, Antoninho, Sônia, Dalton, Aninha, Clóvis, Ronai, Marta, Salvador, Marietinha, Walter, Soraia, Tonico, Nelson , Laura, Carmen , Hugo, Lilica, Edmara, Miriane, Richard, Áurea, Jair ... e tantas outras pessoas que, como um filme, me fazem ver diferentes fases da minha vida. Fabrício está comigo. Ele representa a família neste dia, já que é um filho por escolha.Ainda bem que meu chorar é motivado por lembranças bonitas.




















Com a diferença de 9 horas da Índia para o Brasil, faltam chegar muitas mensagens: mas outras tantas já chegaram. Sempre “controlo “ quem me mandou mensagem de aniversário. E cobro dos que esqueceram esta data tão importante ( para mim naturalmente!) . Talvez não consiga agradecer a cada um que me escreveu ou pensou em mim neste dia. Para todos, entretanto, mando as imagens de flores de lótus que acabei de fazer.

Kanniyakumari





Precisa-se de nao muito tempo para ver Kanniyakumari, pequena cidade do extremo sul da Índia. Sua grande atração é mesmo o " encontro" do oceano Índico, do mar da Arábia e da Baia de Bengala, na ponta da cidade que se encontra com essas águas .






As cinzas de Gandhi foram imersas aqui, perto de onde hoje ha uma grande estatua dele. Gandhi realmente estah por toda a 'India.

Um templo antigo e uma imponente estatua de um poeta épico também são interessantes de ver. A vista, entretanto, é a beleza maior. Linda mesmo. Tem magia e encanto. Muitos vendedores de pérolas e de lindas conchas agregam ainda mais beleza à paisagem. Eu queria muito conhecer este lugar. Sou grata ao destino que me trouxe aqui.

segunda-feira, julho 21, 2008

" La vou eu..."


Hoje, saio, em trem noturno, de Pondicherry para Kanyakumari - extremo Sul da India: 10 horas de viagem. Sorte que durmo em qualquer trem- luxuoso ou muito simples! O problema, nos trens indianos, é a quantidade de pessoas. Muitas mesmo.
Viajar de trem, entretanto,  é divertido. Conhecem-se tipos humanos incríveis, Pode-se conversar com pessoas bem interessantes. A vantagem é que muitos indianos falam inglês.
Foto: salinas perto de Pondicherry.

Pondicherry e Auroville




















Fundada por um francês, em 1674, a cidade conserva traços marcantes de quando foi capital dos territórios franceses na Índia ( a foto do templo e a de uma casa tipica eu as fiz na estrada que liga Mamallapuram a Pondicherry). Os nomes da maioria das ruas e de muitos restaurantes e casas comerciais são em francês. Existem também institutos de pesquisa , principalmente de línguas, arqueologia, história e sociologia, vinculados a universidades francesas.






















A Igreja é bela e imponente, famosa por uma pintura de Nossa Senhora da Assunção, que foi presente do Imperador francês Napoleão III. Os habitantes daqui não falam hindi, falam tamil. Diz-se que as pessoas mais velhas ainda falam francês. Como de resto toda a Índia, o inglês é falado por grande parte da população.A parte mais bonita fica junto à Baia de Bengala, antigo bairro francês. É uma avenida de três km, muito arborizada e com belas construções. Gostei mais, entretanto, da parte interna, onde vivia a população local no período de domínio da Companhia Francesa das Índias Orientais. É mais colorida, mais viva, mais Índia.





















Dois lugares são importantes visitar: Aurobindo Ashram e Auroville, os dois nomes estão relacionados ao poeta e filósofo bangali Sri Aurobindo Ghose. Ele lutou pela liberdade da Índia no início do século 20 e , fugindo dos ingleses, veio para o território francês de Pondicherry, onde estudou yoga e tornou-se profundamente espiritualizado. Aqui conheceu Mirra Alfassa, uma pintora e musicista de Paris, muito mística, que viera para cá com o marido durante a segunda guerra. Mirra tornou a principal discípula de Aurobindo – é o que dizem – e , quando o marido retornou à França, ela permaneceu em Pondicherry. Ficou conhecida como “ A MÃE “ e foi a idealizadora de Auroville. Em toda a cidade, v^eem fotografias dos dois, adorados como " santos" .
























Aurobindo Ashram é um retiro espiritual, onde está o Memorial a Sri Aurobindo e " A Mãe" . Esse memorial tem duas câmaras, sob um jasmineiro, uma sobre a outra, que estão sempre cobertas de flores perfumadas, distribuidas em belos arranjos. Muitas pessoas trabalham voluntariamente ali. Fiquei muito impressionada com a atitude de respeito e louvor dos discípulos e seguidores de Aurobindo. É proibido fotografar, mas fotografei um cartão postal que comprei . Queria mostrar as flores distribuídas sobre as câmaras.
























Auroville – Cidade da Aurora - fica a 8 km de Pondicherry. Foi projetada por um arquileto francês, em 1968, a partir das idéias d’ A MÃE , que desejava uma cidade onde pessoas de boa vontade pudessem viver em paz, apesar de serem de castas, religiões e nações diferentes. É uma cidade internacional; seus moradores têm passaporte da ONU – mas precisam hoje de uma determinada quantia em euros para poder estabelecer-se ali. Auroville tem um centro de meditação, numa área de 25 ha, com uma imensa câmara esférica, de mármore, com um cristal dentro, que reflete os raios de sol. Na sua inauguração estiveram presentes 140 países. Muito artesanato de excelente qualidade é produzido e vendido em Auroville. O lugar é realmente muito bonito , mas é ainda um projeto inacabado. 

domingo, julho 20, 2008

Mamallapuram - Patrimônio Cultural pela UNESCO




















De Kanchipuram, vim para Mamallapuram ( foto acima ), cidade que se parece com a Praia do Forte , na Bahia, e que foi considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Construída no século VII, tem muitos templos grandiosos, alguns encravados nas rochas, e belas praias na Baía de Bengala. A praia tem o colorido especial dos barcos e das mulheres de sari - e o encanto de um templo antigo junto a ela.

















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Vou sempre lembrar desta cidade como o lugar em que esqueci a câmera e o pendrive com três mil fotos, num cyber café. Um rapaz encontrou-os e me procurou para entregá-los e ficou surpreso e feliz quando lhe dei 100 rupias ( cinco reais). Estou num hotel com muitas palmeiras e muito próximo da Baia de Bengala : uma vista linda, um lugar tranqüilo. Muitos estrangeiros estão aqui. O lugar é destino turístico internacional - mas faz um calor danado!

sábado, julho 19, 2008

Kanchipuram, a Cidade das sedas na Índia.




         



































Kanchipuram é uma das sete cidades sagradas dos hindus, tanto para os devotos de Shiva , quanto para os adoradores de Vishnu. Realmente é uma cidade-templo, o que já se percebe na chegada pelo número de templos que se vê – todos de impressionante beleza. Visitei um com quarenta colunas, com imagens minuciosamente esculpidas em blocos de granito. Pena que não se pode fotografar nada dentro do templo. Para mim, é a cidade das sedas, comércio que aumentou com a produção de seda de amoreira . Mais de cinco mil famílias estão envolvidas com essa tecelagem manual.






















São tecidos famosos pela elegante combinação de cores nas bordas e nas barras. Há muitas as lojas de fábrica, que vendem também algodão de excelente qualidade. Todas as lojas têm muitos funcionários - experientes vendedores com competentes auxiliares - que tratam os clientes como “únicos”. Diz – se que toda noiva indiana deve ter, em seu enxoval , peças de seda de Kanchipuram – que são oferecidas ritualmente aos deuses antes de serem vendidas. Vi muitos saris trabalhados com fios de ouro.


Sem resistir a tentação: comprei pouco, mas comprei




















Eu , que pensava não comprar nada além das encomendas da família, comprei dois ou três saris para mim - sem ouro, é claro, mas bem bonitos. Segunda próxima, levarei essas compras ao correio , que vai fazer o pacote , em tecido claro de seda, e despachá-lo para o Brasil - até escrever destinatário e remetente é o pessoal do correio que escreve. Pago, em média, cem dólares por pacote. E fico torcendo que chegue em Alegrete ou Porto Alegre.



Chennay, a Antiga Madras.





















Chenay, capital de Tamil Nadul, antiga Madras, é a quarta maior cidade da Índia. Interessante o fato de que Chennay não tem um “centro”, como normalmente têm as cidades. Tem sim distritos urbanos interligados por estradas, uma dessas estradas é Anna Salai, onde se localiza o hotel em que me hospedei. Perto do hotel , fiz compras numa cooperativa que vendo todo tipo de artesanato do Sul , por preço bem razoável.Lá eu comprei uma pequena fruteira, muito bonita, para a casa da Fabianinha e do Marcel.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 




















Gostei muito de visitar a ( gótica) Basílica de São Tomé, um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Conta-se que ele veio para a Índia logo depois da morte de Cristo e aqui viveu, difundindo o Evangelho e convertendo a população. Em 72, foi ferido mortalmente por uma lança, quando rezava no Pequeno Monte – hoje Monte de São Tomé. Morreu e foi enterrado numa pequena capela que ele havia construído e onde hoje é a Basílica. São Tomé é considerado o Apóstolo da Índia. Aqui, no Sul, encontrei muitas igrejas católicas, herança da colonização portuguesa , no século XVI. Tem ate uma " gruta", perto da Basilica, com Nossa Senhora de Fatima e as criancas portuguesas.
























Chennay tem prédios de imponente beleza, como a Estação Central (de trens), a Universidade e os Correios.  Alguns distritos são limpos e bem ajardinados, outros não.O trânsito, naturalmente, caótico. A comida , excelente. Tem reconhecida produção em cinema, com musicais e melodramas, e em dança , onde bailarinos criam uma forma de dança contemporânea com elementos do folclore indiano. A Índia fica “incompleta”se a gente não conhecer o Sul – por acreditar nisso , estou aqui.