domingo, dezembro 30, 2007

2008 : promessas e simpatias





















Passei muitos anos da minha vida escrevendo, a cada início de ano, que meus dois problemas começavam com a letra "E ": economizar e emagrecer. Promessas para o ano novo giravam em torno desses dois verbos. Pretendo ignorá-los hoje. Certamente não vou engordar por isso...nem gastar mais.























Minha agenda terá metas simples e quantificáveis. Responderei a todas as mensagens e cartas que receber. Terei outro cachorro além do Tobi. Plantarei, no mínimo, vinte oliveiras e vinte pessegueiros. Tentarei localizar os afilhados que perdi de vista. Farei uma viagem. Levarei um presente que trouxe da Índia para a Marta e outro para a Maria do Carmo. Visitarei a Antonieta. Não perderei mais o telefone do Luisinho.






















Começarei a escrever um livro sobre minha região. Pedirei ao Dudu que me dê notícias. Passarei uma semana com Alex e Gisela. Pedirei ao Mile , no mínimo, duzentas vezes, que ele deixe de fumar. Idem para a Fabiana. Idem para o Cláudio. Diminuirei, pela metade, o quantidade de sapatos que tenho. Tricotarei casacos para o Pedro, Raven e Raiz. Não olharei novelas, mas lerei os resumos para participar das conversas sobre o tema. Direi às pessoas que amo o quanto elas são importantes para mim.
























Comerei lentilhas, uvas e sementes de romã. Se a multidão permitir, chegarei, logo depois da meia-noite, até o mar e pularei três ondas. Usarei roupa amarela. Deixarei luzes acesas e portas e janelas abertas para entrar sorte ( e se entrar um assaltante? melhor não arriscar!) . Acenderei velas na praia.



Bela União





















Mais ainda, agradecerei pelo ano que finda, pela conclusão do curso da Melina, pelo prêmio que a Alda ganhou, pela temporada em Floripa com a Zeli, pela saúde de meus filhos, pelas reformas e contruções na Bela União... Aproveitarei o convívio dos que estão próximos. Pensarei com saudade nos amigos e familiares distantes. Rezarei pedindo que 2008 nos preserve a alteridade, a generosidade e a alegria. Afinal, estamos vivos - e isso é o que importa!


Bela União



Aproveitarei o convívio dos que estão próximos. Pensarei com saudade nos amigos e familiares distantes. Rezarei pedindo que 2008 nos preserve a alteridade, a generosidade e a alegria. Afinal, estamos vivos - e isso é o que importa!





quarta-feira, dezembro 26, 2007

"Natal , Natal das crianças..." 2007





















Bonita, simples , tranqüila, assim foi nossa festa de Natal. Zeli , como nos anos anteriores, foi o charmoso e divertido Papai Noel, que veio da rua, acompanhado de batidas de sino. Das crianças presentes, o "Bom Velhinho " só emociona mesmo a Gonçalo. Joaquim tem seis meses. Pedro, Juliano e Cadinho compõem o cenário e seguem as regras do jogo, para encantar o pequeno Gonçalo.Presentes foram entregues; fotografias feitas, como essas das crianças e do Mile , meu irmão.





















Eu preparei a ceia. Fiz tudo, até trocar embalagens de confeitaria para pratos de casa - e, assim , dar um "ar caseiro" que me permitisse insinuar que eu havia feito tudo. Um sucesso! Muito divertido foi o troca-troca dos presentes sorteados e as negociações estabelecidas. Saudades imensas de Gugu e Patati. Ainda bem que eles telefonaram. Antes da ceia, cada um agradeceu algo acontecido em 2007. Agradecemos muito por estarmos reunidos mais uma vez, com saúde, ânimo e alegria. Foi um verdadeiro Natal em familia.

domingo, dezembro 23, 2007

"É Natal, ..."
























Faz três dias que estou em Torres. Organizo cuidadosamente as festas de fim-de-ano. Sinto saudades de muitas pessoas. Sinto saudades de meus filhos. Mas, como sempre, faço festas de agradecimento e de esperança. Estamos todos bem ( Stanno tutti bene ), como no filme de Guiseppe Tornatore. Quero poder, em 2008, conviver com as pessoas que eu amo, ser gentil e ser grata com o mundo, ter paciência e ser cuidadosa com os outros e comigo mesma (Esta foto é de meu amigo Alex Arintzis) 

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Brasil / Uruguai : "Fronteira da Paz"


Uma diversão, para quem vive na região da Campanha, é ir a Livramento/Rivera, cidades divididas por uma avenida e com uma linha divisória que possibilita fazer-se uma fotografia com um pé em cada País. Literalmente.

Chego cedo e tomo café na Confeitaria City, onde, quando criança, pela primeira vez, vi encantada uma vitrine cheia de doces. A City trocou de lugar faz pouco tempo, mas continua com muitos doces em exposição.

Almoço no Restaurante do Hotel Brasil /Uruguai, onde Luisinho, meu irmão uruguaio, jurava que o garçon principal tinha mais de 50 anos de trabalho naquele hotel, reconhecendo clientes e sabendo o que costumavam pedir. Para nossa amiga Raquel, antes de qualquer pedido, trazia seu uísque preferido - e sem gelo.

Sou fascinada por fronteiras. Estudei-as, do ponto de vista lingüístico e educativo, durante 20 anos. Mas essa "Fronteira da Paz", como é conhecida , é muito especial para mim. Recorda-me as roupas novas de inverno. Recorda-me os alfajores, o doce-de-leite, o queijo, os caramelos - tudo com gosto de infância. Recorda-me as discussões acadêmicas, o dialeto de brasileiros e uruguaios, o encontro com amigos, grandes amigos, como Luís Behares, Raquel , Susana, Adolfo, Beatriz, Guillermo...Recorda-me os amigos de diferentes cidades que, por acaso , sempre encontramos ali.

Ontem estive em Rivera. O mesmo café, o mesmo restaurante, as mesmas compras. Os encontros também: minha irmã, meu cunhado e uma amiga, vindos de Bagé; um casal de Santa Maria, pessoas muito queridas.
Comprei coisinhas para Natal e Ano Novo e coisinhas para o veraneio. Comprei uma webcam, com que fiz a foto acima ( eu com cara de sono). Rivera é o lugar onde classe média vai às compras é bem divertido...Havia muita gente nas ruas e nas lojas - e , em final de semana, é bem mais. Formam-se filas nas ruas e nas lojas.

O dólar, a menos de dois reais, torna os preços favoráveis para os brasileiros. Voltei superfeliz. Acrescente-se , ainda, que meu gosto por viagens não implica tamanho de cidade ou distância: importa-me estar em movimento. Sempre.

terça-feira, dezembro 11, 2007

"... chegadas e partidas."



Já escrevi que a vida é isto: uma sucessão de chegadas e partidas. Hoje amanheci pensando em tornar mais prática essa afirmação, algo como "um contínuo fazer e desfazer malas". Arrumar malas é iniciar a viagem. Faço-as e desfaço- as muitas vezes, enquanto leio sobre os lugares que planejo visitar. Leio muito, buscando informações sobre geografia,
história, arte, costumes, lugares , clima, custos , hotéis, tudo. Vejo fotos. Planejo. Escolho. Sonho....

Neste momento, organizo a bagagem para Torres, onde devo permanecer até março. Não é propriamente uma viagem - é uma troca de domicilio. Passarei lá Natal e Ano Novo. E eu amo essas festas de fim-de-ano. Gosto até do "stress"que as antecede. Há muitos anos, minha familia se reúne em Torres. Primeiro, os meus filhos e meus sobrinhos eram as crianças . Hoje, as crianças começam a ser os filhos deles. A cada ano, mais um. Este será o primeiro Natal do Joaquim, filho do Fabrício e da Lu. Primeiro Natal também do Massimo, mas ele estará em Atlanta. Patati e Gugu não virão , mas Pedro deverá ficar suas férias comigo. Aprende-se, a cada ano , a lidar com as ausências e a saudade - e a esperança de reencontros e retornos.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Tributo à Figueira Caída




Vó Balbina que morreu há 50 , com seus 102 anos, contava que a figueira já estava ali quando ela "se deu por gente"... Sempre escutei essa história na família. Sempre a considerei uma árvore sagrada - árvore da sabedoria, árvore mencionada em textos bíblicos e, acima de tudo, para nós, árvore de nossos antepassados e de nossa infância.


Também escutei histórias de fantasmas, sentados à sua sombra - ou almas tranqüilas a mirar seus galhos - e histórias de tesouros enterrados junto a ela. Essas lendas povoaram meu universo infantil.


Nossa Figueira foi sempre muito fotografada , pois , junto a ela, compondo um conjunto e um cenário, com solidez e beleza, estava a "mesa de pedra ", grande, antiga e imponente também. Temos inclusive uma tela, aqui na Bela União, que retrata as duas.


A velha figueira , que devia se chamar Fenix , renasceu grandiosa e produtiva muitas vezes. Somente eu retirei dela mais de 20 outras figueiras , que já estão produzindo frutos. Agora, ela estava com bem mais de um metro de diâmetro e parcialmente oca - mas com muitas folhas muito verdes e muitos figos de tamanhos diversos.
Veio uma tormenta faz 3 dias. Ventos fortes e granizo. Arrancou uvas, pêssegos, ameixas, peras, laranjas... Quebrou árvores. Danificou hortas e jardins. Pior, arrancou a figueira.

( Confesso que algumas vezes pensei em usar o "espaço"da figueira para construir uma Biblioteca, mas não teria nunca coragem para "detoná-la". Ainda bem que tenho álibi : eu estava em Alegrete quando ela foi derrubada pela tormenta!)
Mas, quando a vi no chão,chorei. E meu primeiro pensamento foi para Massimo e Pedro: eles não conheceriam a velha figueira.
Súbito presencio uma cena surpreendente e triste: um beija-flor voa todo o tempo ao redor da árvore caída. Depois pousa em um galhos e fica quietinho, parado. A cena era tocante e impressionante. Imaginei que ele tivesse ninho ali. Busquei a câmera. Fiz fotos. E ele ali. O beija-flor voou quando eu já estava imaginando que era um pássaro machucado que nao se podia mover.Mandei examinar galho por galho da árvore à procura de seu ninho. Não havia nada de ninhos. Até quatro horas depois, quando a Figueira foi arrastada para longe, o beija flor esteve por perto. Creio que lhe prestava uma última homenagem.