quarta-feira, outubro 10, 2007

Tempestade





Eu dormia tranqüila quando ela me acordou! Estava chegando ....poderosa!

Eram 04h de uma noite sem lua e sem estrelas. Chovia. Relampejava. Trovejava. Até aí, normal.

Mas sentia-se o prenúncio de algo mais. Eu levantei. Abri a janela e fiquei encantada olhando. Os elementos cênicos eram rápida e perfeitamente colocados e encadeados. Eu olhava e pensava no poema de Gonçalves Dias sobre a Tempestade. Aquilo que eu via, entretanto, não era um texto. Era mais...

Dia anterior


Relâmpagos, com intervalos de poucos segundos, quase mantinham a noite iluminada. A chuva foi - se intensificando. Súbito, as árvores começaram a agitar-se... mais exatamente a serem por ela agitadas. O movimento , antes ritmado, me parecia agora enlouquecido, convulsionado. Os sons ganhavam intensidade e perdiam a harmonia. Ou a harmonia era diferente, e eu não a conseguia perceber. Aumentava a intensidade; aumentava o meu fascínio.


A casa, aqui na Bela União, é toda coberta com zinco. Escuta-se bem!

Do rumor contínuo da chuva, passou-se a estouros cada vez
mais fortes. Caiam pedras . Caíam pedras do tamanho de um
ovo ....ok! deixo por um ovo de angulista....

Dia anterior
Quebraram-se vidros. Caíram flores e pequenos galhos. Caíram frutos grandes ou que se estavam formando.

Eu olhava fascinada aquele espetáculo.
Parecia - me uma demonstraçao de poder e grandeza.Um orgasmo da natureza.

E durou seis minutos. Seis longos minutos.

sábado, outubro 06, 2007

Internet ...Aqui???

Aldna, eu, Alda,Beto e Diva

Somos uma família interessada na ampliação de redes de comunicação. Esse interesse começa com meu pai, um dos primeiros ( ou o primeiro) morador desta região a ter rádio em casa. Para ter esse "modernismo", precisava ter um catavento. Se não ventava, não se escutava rádio. O catavento, ao menos na minha imagem infantil, era muito alto - talvez tivesse uns quinze metros. Sobre a "torre"de madeira, havia um suporte de ferro, onde se fixava o gerador do catavento. Esse suporte de ferro está aqui no jardim da Bela União, suportando um refletor. Minha mãe contava que muitas pessoas vinham de longe conhecer o tal de rádio aqui de casa e que essas pessoas chegavam bem vestidas, pois pensavam na possibilidade de serem vistas pelos locutores.


Antigo suporte do catavento pioneiro

Meu irmão ( na foto, experimentando colocações para um micro), o Almir , que chamamos de Mile, herdou esse aguçado interesse por sistemas de comunicação. Tivemos todos os "modernismos comunicativos". Tudo isso seria normal se não vivêssemos entre "serros", pequenas montanhas que circundam a casa e longe - 50 km - da cidade mais próxima. É preciso muito engenho para que se possa alcançar as torres retransmissoras. É preciso experimentar muito para alcançar um bom resultado.


Testando o lugar  para Internet....

Tudo o que escrevi é preâmbulo para a grande notícia: temos internet há uma semana. A internet foi conseguida através de um equipamento que usa a freqüência da telefonia celular. É ainda um pouco lenta , embora seja superior à conexão discada. Mostra-se , entretanto, como um grande sucesso, em se tratando de um lugar onde se pensava ser impossível obter sinal suficiente. Imagino a surpresa dos fantasmas de nossos antepassados vendo, na webcam, as pessoas que se estão falando ou teclando. Quero muito que todos esses avanços contribuam para o bem-estar social e para a generosidade e a solidariedade nas relações interpessoais.