terça-feira, julho 10, 2007

Revendo Cracovia e Varsovia


Meu filho em Cracóvia

Eu vivi minha infancia e parte da minha adolescencia numa fazenda, num meio rural de onde as mulheres soh saiam quando casavam, naturalmente com filhos de fazendeiros locais, exatamente como aconteceu com minha irma mais velha.


Cracóvia

Tia Antonia, irma de meu pai, era casada com tio Mario Conczwisky , filho de poloneses imigrantes. Parece-me que ele nasceu no navio que os transportava ao Brasil. Quando crianca, muitas vezes fui aa casa dos polacos, como eram chamados. Eu gostava muito deles, dos meus tios e dos meus oito primos.


A bela arquitetura polonesa

Fui uma crianca muito curiosa e apaixonada por mapas. Ouvia fascinada historias desses mundos distantes que eu sonhava conhecer . Sabia da existencia de poucos paises, um deles, eh claro, a Polonia desses meus parentes. Eles eram os unicos na regiao que plantavam alfafa, deixavam-na secar e faziam fardos para dar aos animais no periodo de inverno. Heranca cultural de antepassados...



Varsóvia

Faz onze anos que conheci a Polonia. Gostei. Com mais calma e conhecendo agora um pouco das linguas eslavas, retornei . Saimos de Kosice aa 23h, em trem leito, com camas macias, limpas e confortaveis, numa cabina para tres pessoas. Dormimos superbem. Chegamos aas 5h40min. Eu ainda me recordava bem da cidade, mas, ao mostra – la para meu filho, comecei a conhece-la melhor. Permanecemos quatro dias em Cracovia. Fomos depois para Varsovia, numa viagem de 2h45minutos , em trem direto.



Parques de Cracóvia


Cracovia tem aproximadamente mil anos de História e oitocentos mil habitantes. Conhecida como cidade de intelectuais e artistas, sofreu um pouco , enquanto vigorou no Pais o regime comunista. Tem hoje 70 museus, belissimos parques e jardins e muita musica nas ruas.  Sua Universidade eh a mais antiga da Polonia. Eh uma cidade catolica, com mais de 100 igrejas – inclusive uma de arrojada arquitetura moderna . Eh a cidade onde viveu Joao Paulo II - Padre Karol Wojtyla - durante trinta anos.


Bela música tradicional da Polônia

Visitamos a antiga cidade  de Kasimier, hoje um bairro de Cracovia. Ali morou Oskar Schindler, aquele  da Lista de Schindler, transformado num grande filme. Oskar era um tcheco, natural  da regiao de Moravia . Sua fabrica de utensilhos esmaltados possibilitou a fuga e a salvacao da vida de mais de mil judeus.



Cadeiras vazias: emocionante instalação

O cenario, entretanto, que mais me emociona eh uma praca que existe hoje no lugar em que havia um gueto de onde levavam os judeus para os campos de concentracao. Essa praca hoje tem, sobre ela, fixadas em pedras, muitas cadeiras pretas, dramaticamente distribuidas, porque os habitantes daquele lugar foram todos mortos e sobre elas nao mais sentaram. Apesar de tudo, eu acredito que a Humanidade eh boa ( Anne Frank).


 
Varsóvia

Varsovia eh uma cidade simpatia, bonita mesmo, embora nao tenha - para mim - o charme e o fascínio de Cracovia. Caminhei pela cidade seguramente uns 10 km! Vi muitos musicos e muitas flores . Tem uma arquitetura interessante , principalmente se a gente pensar que Varsovia foi 85% destruida durante a Segunda Guerra.





Centro de Cracóvia


PS. Se voces procurarem, neste blog, no ano de 1996 e em outros, vao encontrar uma fotografia minha com o mesmo casaco que apareco agora nas fotografias. O casaco estah tao velho , que rasgou nos bolsos e soh a paciencia da Cibele conseguiu recupera-lo para que ele fizesse mais esta viagem, seguramente comemorando seus 15 anos! Faco esse parentese apenas para dizer aas minhas criancas que, se teem como meta viajar, precisam economizar naquilo que eh superfluo, como roupas e mais roupas.

«Nunca altero o que escrevi», disse-me uma vez o meu mestre Caeiro. «Se o escrevi assim é porque o senti assim, e nada tem para o caso que eu hoje sinta de um modo diferente. Os meus poemas contradizem-se muitas vezes, bem sei, mas que importa, se eu me não contradigo? Há coisas nalguns dos meus poemas, sabe?, que eu não seria capaz de escrever agora, em ocasião nenhuma. Mas escrevi-as então, e essa é que foi a ocasião em que as escrevi. Por isso ficam como  estão.»

Fernando Pessoa

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