segunda-feira, dezembro 25, 2006

Recordando 2006...


Gugu e eu em Viena

Vivi bem o ano de 2006 - o primeiro semestre, na Bahia, quando iniciei este blog. O segundo semestre - todo ele - andarilhando...Pedi demissão do trabalho e deixei a Bahia no início de julho, antes do meu aniversário e depois da partida do Gugu. Permaneci na Bela União durante um mês. Plantei ali centenas de novas árvores. Quando viajei, havia muitas flores e frutas. Lindo mesmo!




Zeli, Ary e eu

Logo depois, Zeli, minha irmã, o marido dela e eu viajamos - via VARIG -  para Frankfurt, onde encontramos Gugu, meu filho, que estava morando na Alemanha. Com Gugu, estivemos em Frankfurt, Heidelberg, Ulm, Füssen, Salzburg e Wien. Eu me movi muito bem  na Alemanha, como já o fiz em tantas outras vezes, apesar de não falar a língua alemã. Gostei dessas cidades . Eu tenho o maior carinho pelos "tedescos". Ao contrário do que algumas pessoas dizem,  considero-os um povo muito gentil e educado ( ou dei sorte sempre ) . O Castelo de Heidelberg vale a visita. Imponente e belíssimo.Ulm, às margens do Danúbio, tem uma catedral com uma torre imponente, imensa! O Castelo de Füssen inspirou Walt Disney para a criação do Castelo da Branca de Neve. É bonito mesmo.



Na bela Áustria
Após o passeio pela Alemanha, entramos na Áustria. Em Salzburg , muitas comemorações relativas aos 250 anos de Mozart. Cada  uma dessas cidades, com suas particularidades e seus encantos; em comum, a beleza e o esmerado cuidado com elas. Escrevi num e-mail:
"Neste período, em todo o percurso que faço, fico encantada com os bosques coloridos de outono , entremeados do verde escuro dos ciprestes e com folhas que vão do amarelo claro ao verde escuro. Desisti, faz muito, de fotografar ... as fotografias não conseguem dar conta de tanta beleza". 


Gusti Kalafus e eu em Praga

Ainda na Áustria, em Viena, levei Gugu ao aeroporto, de onde ele partiu para morar um tempo na Índia. Choramos muito ele e eu. Foi muito doloroso para mim vê-lo partir. De Wien, fomos para Bratislava de trem. Lá meu amigo Gusti nos esperava. Passeamos pela cidade e visitamos o Castelo de Bratislava, à margem do Rio Danúbio. No jantar, comemos halusky - prato típico da Slovakia - num pub muito interessante. Acredito que a Slovakia será um boom do turismo internacional muito em breve. Tem um povo muito educado e gentil, montanhas , bosques, lagos, rios belíssimos. Kosice é a segunda maior cidade do país. A primeira é a capital, Bratislava.


Praga

No dia seguinte, fomos para Praga, cidade que eu amo de paixão, e onde ficamos durante quatro dias.Alugamos um apartamento grande. Ali foi possível lavar roupa, fazer comidinhas e fazer de conta que se morava ali. Depois, Gusti retornou para Kosice, e nós fomos, via Munique, que realizava, naquela semana, sua Ocktoberfest, para Innsbruck, passando também por Seefeldt - um encanto de cidade, onde já estive uma outra vez. Innsbruck é o segundo destino mais visitado da Áustria. É uma cidade-jardim. Linda!


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Dee Innsbruck, fomos para Trento. É sempre uma alegria entrar na Itália. É quase como chegar em casa. Impressiona sempre a imponência da Catedral de Trento, histórica também pelo Concílio aí realizado. Depois de  Trento, fomos a Verona, cidade que eu conheço muito bem e que costumo mostrá-la com paixão. Depois de visitar os principais pontos históricos, fizemos uma longa caminhada - da Ponte Romana ao Castelo Vecchio, pela margem do Rio Adige. Gosto muito desse rio e de fazer esse passeio. Terminado o passeio por Verona, fomos para Veneza - dois dias passeando naquela emocionante cidade.Antes disso , visitamos Padova, uma cidade onde se tem muito o que ver.


No Navio  " Costa Mediterrânea "

Da bela Veneza, num deslumbrante cenário, partimos , no navio "Costa Mediterrânea", para um cruzeiro de oito dias, que nos levou a Olimpia( Grécia) , Ismir, Êfeso e Istambul (Turkia) e Dubrovnik ( Croácia). Os navios da Costa são realmente estupendos - um hotel cinco estrelas, com dez andares e tudo que se possa imaginar de lindo e bom. A chegada em Istambul, ao amanhecer, ainda iluminada e com a silhueta das muitas torres de suas mesquitas, é espetáculo grandioso.Imagens para reter!



Zeli e eu em Olímpia, Grécia

Foi linda também  a passagem pelo Estreito de Dardanelli, que separa a Ásia da Europa - parecia-me que aquele enorme navio passava por uma avenida com muitas luzes de ambos os lados. Para minha família, eu escrevi: "Amei Istambul, onde vi o trânsito que me fez considerar Roma e Napoli uma calmaria e onde vi, em ação, numa esquina do GRAN BAZAR, a bolsa paralela, que movimenta altissimas somas e onde se fazem grandes negócios".  Tive a sorte de encontrar, em Istambul, Ângelo, um querido amigo italiano, que facilitou bastante minha estada na Turkia e me fez conhecer melhor aquela cidade. Meus amigos são uma bênçao na minha vida. Graças a eles , aprendi muito e tive a oportunidade de conhecer e conviver com outras culturas e outras pessoas que acrescentaram muito na minha história de vida.



No navio ....

Em Istambul, fizemos alguns passeio  e fomos ao Gran Bazar, onde comprei comprei echarpes lindas, muito coloridas -  presentes para pessoas de quem gosto muito. Neneca, Odete, Claudinha, Diva, Alda, Fabiana, Rosana, Dalvinha, Lídia. Depois da Turquia, atracamos na Marina de Dubrovink , na Croácia. No final do Cruzeiro, voltamos para Veneza e, de imediato, fomos para Firenze, outra cidade de que gosto tanto. Ficamos ali dois dias e faltou tempo para ver algumas coisas.



Em Kavala, Grécia, com minha amiga Gisela

De Firenze, fomos para Arezzo, cenário do filme "A Vida é Bela". Os dias seguintes foram para visitar Roma. De Roma, partimos para Milano e Frankfurt. De lá, Zeli e Ary retornaram ao Brasil, e eu fiquei em prantos no aeroporto.Tivera com eles uma maravilhosa convivência de mais de um mês. Sabia da saudade que eu iria sentir deles. Dormi em Frankfurt e, no dia seguinte, bem cedo, fui para Nuremberg - linda cidade! Fiquei algumas horas ali e segui, em outro trem, para Kosice, via Praga. "Agora estou na Slovakia, em Kosice, onde me sinto em casa. Estudo slovaco, que me será importante para a compreensão de outras línguas eslavas. Hoje ri muito de uma semalhança lingüística: jaqueta ,no slovaco desta região, é BUNDA. Não se escreve assim, mas se pronuncia exatamente assim. Uma amiga me recomendava que eu nao saísse sem bunda, porque eu estava resfriada. Disse- lhe que a levava sempre comigo até no verão. Rimos muito depois que expliquei o sentido da minha resposta".


Em Nouassa , cidade do norte da Grécia

Reencontrei minhas roupas de inverno e meus espaços preferidos em Kosice.Reencontrei meus amigos e, como sempre , senti -me em paz . Para minha família, eu escrevi : "Estou bem, enfrentando com naturalidade o frio e a neve. Lembro-me que, no ano passado, ocorreu a primeira nevada aqui no dia 15 de novembro. Neste ano, antecipou-se para o dia 3". Presenciei, em Kosice, um fato interessante. Fui a um casamento ali. Quando os noivos entraram no salão, muitas pessoas jogaram , na frente deles, pratos brancos de porcelana que, naturalmente, espatifaram- se. Imediatamente o noivo recebeu uma vassoura, e a noiva, uma pazinha. Ele passou a varrer, e ela, com a pazinha, a juntar os pedaços.Terminada essa " tarefa conjunta" , abraçaram-se, aplaudidos pelos convidados e familiares. Trata-se de um ritual para trazer " boa sorte" e evidenciar a solidariedade e o companheirismo na solução de problemas. Na hora, pensei que muitos relacionamentos poderiam ser salvos com esse exercício cotidiano de " juntar os cacos". 


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Escrevi também: "Nesta semana, aconteceu-me um fato curioso: fui almoçar e vi, pela primeira vez, um prato de bacalhau desfiado com batatas.Oba! Imediatamente pedi : "Zemiaky" ( batata) e "toto" ( isto... apontando, já que nao sabia o nome).Recebi o prato e fui direto a uma mesa me deliciando por antecipação.Era batata sim...mas o que eu pensava ser bacalhau , era repolho picado, cozido e temperado com muito vinagre. Sai em dúvida se preciso usar óculos ou se estou tendo " alucinações alimentares" de tanto comer batata e repolho".  Depois de 15 dias em Kosice, já tendo descansado até ficar entediada, resolvi fazer uma viagem pelas "proximidades".


Escultura em Salzburg

Fui à Slovênia e à Croácia. Gostei de Ljubljana...mas é uma cidade que a gente não precisa ir duas vezes. Pareceu-me pequena e sem grandes encantos...portanto, um problema resolvido...Não preciso ir lá novamente. Já Zagreb é uma bela cidade. E é muito interessante ver como aquele povo se reconstrói após a recente guerra. Um casal croata - falante de italiano - conversa comigo e me conta da guerra.Dizem que muitas pessoas ainda têm pesadelos de que suas casas estão sendo bombardeadas. Os croatas terminam sempre dizendo " mas sobrevivemos e precisamos agora reconstruir nosso país". No centro de Zagreb, senti-me uma "tonta"...Por que eu não trouxera uma máquina fotográfica? Vi uma arquitetura muito bonita, mas os imensos canteiros de amor-perfeito, nos diversos tons de azul e violeta, tornaram-se inesquecíveis. Visitei também a Feira Anual de Vinhos da Croácia - e me lembrei muito do Daudt e da Maria. Zagreb é ainda mais interessante que Dubrovnik( embora eu goste dessa cidade). Os croatas com quem entrei em contato,foram muito educados e gentis. Apesar das construções e reconstruções pós - guerra, essas cidades estão limpas e bem cuidadas.


Na Turkia

uando fui à Slovênia e à Croácia, aproveitar para conhecer Udine e Trieste, cidades italianas que eu ainda não conhecia.Udine é uma "gracinha".Visitei ali um mercado na praça principal.Havia flores,frutas, roupas, antigüidades e quinquilharias em geral.Uma senhora me ofereceu salame para experimentar.Comi, elogiei e conversei com ela.Convidou-me ,então, com um copo de vinho, salame, queijo e pão. Contou-me de sua vida no campo.Contei-lhe que também eu era uma campesina. Saí do mercado almoçada e tonta. De Udine, fui para Trieste.Cidade grande,bonita, de hotéis caros! Com um mapa, saí a conhecer a cidade.Caminhei vários quilômetros inclusive pela "lungomare". Vi muitos navios de cruzeiro, uns passando, outros chegando.Vi uma igreja ortodoxa com ícones belíssimos.Encantei-me com a vida ao redor do Canale Ponterosso, que me lembrou Veneza. Para jantar, o recepcionista do Hotel me indicou a Osteria Can&gato. Divina! Bebi 1/4 de litro de vinho tinto ( custou menos que uma coca-cola) e comi uma pasta com funghi - meu prato referido. Festejei o fato de ter onde dormir e de estar sã , salva e lúcida - já faz alguns anos que é esse o principal motivo meu para festejar sempre.





Trieste

Um susto grande em Trieste ( foto ao lado) : fui organizar minha mochila para sair cedo no dia seguinte e não encontrei meu passaporte.Susto!Concluí que o havia esquecido na recepção do hotel.Desci rápido.Estava lá! uuffa...Os italianos são mesmo muito engraçados: um senhor falou comigo e eu parei - pensei que era um turista pedindo informações.Ele só queria me dizer que eu não usasse tênis; usasse sapato de salto alto, que eu era muito bonita para me vestir como um ragazzo. Agradeci e saí rindo sozinha pela rua. De Trieste, via Falcone, fui para Ljubljana. Na Villa Opicina (Slovenia border) , mais um carimbo no meu passaporte e , em menos de três horas, cheguei a capital da Slovênia, que é bonitinha ( mas não é nenhuma Brastemp) e tem 300 000 habitantes. A língua é semelhante ao slovaco.Assim pude ser gentil usando todas as palavras de cortesia na língua deles. Já vi Ljubljana. Problema resolvido.Não preciso voltar aqui. De quebra, descobri como ir a Belgrado: com o mesmo trem que vou a Zagreb, vai-se até lá.


Gisela e eu , representando duas bruxas!

Para minha família também, eu escrevi:
"Depois de amanhã, irei para o Norte da Grécia.Ficarei lá uma semana. Assim não vou assistir ao baile que ocorre aos domingos, das 15h `as 22h, no salão do prédio onde estou. Esse baile é para a terceira idade ( `as vezes me parece quarta ou quinta!) Um encanto de ver. Os homens de terno e gravata; as mulheres, com muitos brilhos e jóias. E dançam.E como dançam bem.A etiqueta se assemelha aos bailes do tempo da minha virgindade.Os homens, após troca de olhares, num ritual de sedução ( Zeli, nada a ver com dança de acasalamento!), levantam e convidam as mulheres para dançar. Como diz o Luisinho Behares " perdem os cabelos, mas nao perdem os cacoetes". É um belo acontecimento em Kosice. Lindo de se ver. Eu só nao vou porque não sei dançar... Era militante na época de aprender!!! Faltou-me tempo!
De Slovakia, viajei para a Grécia. Belo passeio!


Drama - cidade do norte da Grécia

Ao retornar da Grécia ,  fiz Thessaloniki - Budapest; Budapest - Kosice. Então escrevi:
"Pessoas queridas minhas. Estou bem. Estive 10 maravilhosos dias no Norte da Grécia, com Gisela e Alex, meus amigos gregos. Sempre que os visito, eles me fazem um intenso e belíssimo programa. Pensavam, neste ano, irem a Istambul comigo, mas, como eu havia estado lá no início de outubro, optaram por várias pequenas viagens. Lindas!!! Visitei, por exemplo, XANTHI, uma cidade de montanha, com + ou - 50 mil habitantes, 20% muçulmanos . Interessante é que eles não são árabes: são POMAKI. Eh muito interessante ver belas mulheres loiras, olhos azuis, muitas altas e magras, com roupas longas e cabeça coberta. O vestir eh muçulmano; mas a postura, muito diferente.Fui a Xanthi num sábado, quando há um GRAN BAZAR - um mercado de rua imenso, com preços muito baixos ( nao eh lugar turistico) , onde se pode comprar tudo... frutas secas, variedade de azeitonas, verduras, comidas, roupas, sapatos, objetos antigos, panelas...tudo mesmo! Estive, no dia seguinte,em Thassos, uma ilha que tinha como base de sua economia o cultivo de oliveiras.Hoje o turismo também eh importante fonte de renda.Em Thassos, visitamos uma sobrinha de meus amigos, uma grega belissima de 50 anos. Tomamos um café grego. Ela faz a tradicional " leitura" da borra de café, com impressionante precisão, inclusive de datas. Todas as suas previsões nao ultrapassam três meses. Adorei! Também ela soh me disse coisas boas..


Grécia

Percorremos os 100 km do perimetro da ilha ( fomos de carro em ferry-boat), chegando em muitos lugares lindos, como Limena.Encantei-me também com a visão do Monte Athos, onde se pode ver ( de longe porque não é permitida a chegada de mulheres) a República dos Monastérios."
Obs. Na foto acima , estou na entrada da gruta de Drama: uma das mais bonitas que eu já conheci. A primeira exploração oficial desta gruta foi em 1975. Pode-se, comodamente, atravessá-la por meio de uma passarela, çom extensão de 1500 m. A temperatura entro dela oscila entre15 e 19 graus. Ela está 15 m abaixo da superfície. Está localizada em Alistrati, um village de Drama.

Tradicional relogio de Praga
Meus amigos vivem numa casa linda em Krioneri, próximo de Kavala, que é uma bela cidade. Kavala é o segundo maior porto comercial do Norte da Grécia ( o primeiro, é Thessaloniki) e a segunda maior cidade da Macedonia. Está em Kavala, Lidia, um lugar que sempre me comove, e onde São Paulo teria batizado Santa Lidia, a primeira mulher a ser batizada por ele. Distante 17 km de Kavala está Filipi ( Filipi II , pai de Alexandre, o Grande) . Kavala tem cerca de 150 mil habitantes e uma história que remete a a.C ( Neapolis) Foi dominada durante um período pelos turcos. Gosto muito de Kavala e da Grécia toda!


Gisela e eu no Norte da Grécia

"Visitamos ainda Drama, Kavala, Vergina,Thessaloniki e Nouassa...e ainda vi o Monte Olimpo!!! Tenho mil coisas a contar. Penso atualizar meu blog...mas estou sempre muito ocupada...passeando!Amo a Grécia.Eh mesmo um belo pais - e bem mais barato do que outros paises da Europa. E tem uma comida " divina" e um povo maravilhoso...Da Grecia, vim, " rezando" num fokker 70 da Malev Ungarian, para Budapest.Fiquei ali um dia por um motivo justo e relevante: comprar paprika para fazer goulash e cremes HeliaD para mim e para Alda, Cibele e Zeli.Cheguei agora em Kosice. A temperatura estah otima : 8 graus ( chegou ja a fazer menos 6). Comeco a voltar. Na próxima semana, penso estar na Italia".



Famoso rua de Budapest

Depois escrevi:
"Saí da Grécia à tarde. No aeroporto, chorei quando deixei meus amigos. Passei dias maravilhosos com eles.Fiz passeios lindos. Estou em Budapest. Gosto da arquitetura e da comida desta cidade....mas sempre tenho problema com as pessoas. Todas as vezes que estive aqui vivi problemas ocasionados por desonestidade. ..de motoristas, de atendestes de postos de informação, de pessoal de hotel...Agora mesmo a moça do hotel me deu um preço pelo uso da internet por minuto...Carissímo...apenas li alguns emails...fiquei 5 minutos...quando fui pagar, me cobrou meia hora dizendo que era o minimo. Voltei...vou pagar 50 reais...mas vou usar todos os minutos... "



Parque em Kosice
Família,
saí ontem de manhã de Kosice. A tarde fiz Bratislava- Wiena. A noite fiz Wiena- Roma. Lídia, minha amiga, me esperou na estação. Estou agora na fazenda dela a cinqüenta e poucos quilometros de Roma. Estou bem. Saudades e beijos. Já estou com o meu telefone italiano outra vez".
É sempre "uma bênçao" chegar na casa de Lídia, em Canale Monterano, há mais ou menos 50 km de Roma.Com ela, estive em lugares lindos: Terme di Stigliano, Marina de San Nicolau, Campagnono di Roma, Manzana, Calcata e Viterbo (foto). Lídia me acompanhou a Roma Termini para que eu fosse de trem a Napoli. Em Napoli, visitei o Mercado de Natal. Só essa visita valeu a viagem. http://www.bamboleepupi.com/ Olhem minha foto ali! Nesse site, há muitas informações e fotos belíssimas - inclusive duas fotos minhas! O idealizador e realizador do site é um amigo meu, uma pessoa de quem gosto muito.


Em Viterbo

"Parto agora de Napoli – com greve geral de transporte urbano - para Frankfurt...e de Frankfurt para o Brasil.Como sempre acontece, sinto saudades de casa, saudades do que vou deixar, saudades atè do que nao vi e pensava ver - proxima viagem vou à Bulgaria e à Romenia e a muitas pequenas cidades que relacionei para conhecer ...e faltou tempo...Tenho jà " nostalgia" dos aromas e cores da Grecia; dos sons do Sul da Italia, da paz da Slovakia, do gosto da comida úngara,da arte, da arquitetura, da história,dos mitos...Como sempre, aprendi muito.Desta vez, por exemplo, fui a um seminario de " radical chic" ( pessoas " esquerdissimas" , que ganharam dinheiro e que convivem com a ambiguidade entre o que t^em a utopia que lhes falta). O Tema do Seminário era "O Sentido da Vida" . Interessante a metodologia adotada: comunicações ( adorei a de um agricultor), danças (tarantela), música, poesias com participações de pessoas comuns e diversas...qdo era um prof...jà se percebia pelo "tom"...Todos, vegetarianos.Na hora pensei: quem vai admitir que um pedaço de carne possa dar prazer...? rsrs Saí do Seminário já sócia do Círculo Vegetariano daquela região...me diverti muito.Greve geral de transporte em Napoli. Preciso ir cedo para a Estação Central."



Ciao, Napoli!
Adoro o Sul da Itália. Amo ir a Napoli. Sempre saio de lá pensando em voltar. Napoli/Milano/Frankfurt/ São Paulo/ Porto Alegre/ Alegrete....cheguei exausta...mas pensando em voltar...se possível logo,logo!


Centro de Kosice - Slovakia

sexta-feira, junho 02, 2006

Das transições...


TRANSIÇÕES são dificuldades duríssimas para mim. Abandonar um emprego, trocar de cidade, ser traída por uma amiga, terminar um relacionamento,ver um filho partir, largar tudo, começar tudo de novo, foram passagens doídas, transições sofridas - e sofridas. Nos intervalos dessas transições, já engordei 10 kg em um mês, já fiz pneumonias várias, já tive crises alérgicas terríveis. Mudei. Felizmente mudei. Abandonei as somatizações.Tornei-me mais produtiva. Bordei uma toalha de jantar imensa, em ponto-de-cruz, para a Téssia, em uma semana; em outra crise, teci cinco blusões em dez dias; em outra, viajei durante cinco dias e cinco noites praticamente sem dormir; e, ainda, em uma outra, bordei um tapete de dois metros quadrados em um mês... A transição que faço agora, neste primeiro semestre de 2006, deixando a Bahia depois de sete anos e voltando para o Sul, faz surgir este BLOG...
Gugu viajou.Foi para a Alemanha. Depois vai para a Índia. Falo sempre que a vida é isso: uma sucessão de chegadas e partidas. Mas como dói!
Salvador,02/06/2006.

quinta-feira, junho 01, 2006

Meus espaços preferidos - Rosário do Sul

Primeira Comunhão - 8 anos

























Nasci no interior de Rosário do Sul, em Touro Passo, na Fazenda Bela União, distante 44 km da cidade. A primeira cidade que conheci foi Rosário, quando eu estava com 4 anos de idade. Para ir à cidade, levava-se um " fiambre" porque a viagem era longa e " aventurosa". Sou do tempo que, para ir a Porto Alegre, a gente precisava atravessar o Rio Santa Maria em uma barca.  Cresci no campo e desenvolvi ali o senso de liberdade e de integração com a natureza que só conhecem as crianças de meio rural (rural e "despovoado"). Aprendi a ler - e mais importante do que ler, aprendi a estudar - sozinha.


                      


Fui para a cidade estudar quando já estava com 14 anos. Sempre tive paixão por aprender. Tive uma história escolar bem-sucedida. Era aluna de primeiro lugar - o que me gerou uma dificuldade de lidar com frustrações. Nada que uma terapia não tenha solucionado...Fui uma típica adolescente rebelde, mas rebelde para os padrões da época : hoje seria uma quase freira! Fui a primeira presidente do Grêmio Estudantil do Horto, participei da criação e fui da primeira diretoria da URES - União Rosariense de Estudantes Secundários. Atuei na organização de grupos de " reforma agrária" , alfabetizei adultos pelo " método Paulo Freire", participei de campanhas pela autonomia e valorização da mulher. Fui da Juventude Estudantil Católica (JEC). Era politicamente muito engajada. Paguei um preço por tudo isso!




















Imaginem que, nesta praia de Rosário, eu fui uma das primeiras a usar biquini....um escândalo! O suficiente para o pai de uns amigos meus proibir as filhas de andarem comigo e aconselhar outros pais a fazerem o mesmo. Além de usar biquini e minissaia e ter uma amiga negra, eu era militante de movimentos políticos e sociais. Uma comunista, como diziam na cidade! Aprendi , nesse período, a administrar o medo, a fazer política, a lidar com enfrentamentos e a defender minhas convicções. Um demônio de saias! e as saias eram realmente um agravante...





















Saí de Rosário quando casei. Fui morar em Alegrete. Eu tinha 20 anos.Lamentavelmente, perdi meus vínculos com Rosário do Sul. Os adultos da minha época são quase todos " finados"; os meus amigos, em sua maioria, perdi-os de vista; os mais jovens, não os conheço. 
Hoje, entretanto, eu gosto de andar pela cidade; muitos espaços físicos me são familiares: a praça, o Colégio, a Igreja, o Clube Comercial, a Prefeitura e algumas construções lindas que foram preservadas. Felizmente uma parte de Rosário continua como era.Uma graça de lugar!

Meus espaços preferidos - Alegrete



São belíssimos o Rio Ibirapuitã e os campos de Alegrete. A cidade é simpática, com cerca de 80 mil habitantes e uma cultura muito própria. Por mim, seria Patrimônio Cultural da Humanidade...





Igreja Matriz e Praça principal de Alegrete. Aqui Iolandinha e Domingos batizaram Gugu. Ao lado desta Igreja, está a Faculdade onde estudei e onde fui professora até minha mudança para Santa Maria.





Ensinei Língua Portuguesa, durante dois anos, na Escola "Divino Coração". Tive alunos maravilhosos aqui. Lembro de cada um deles com muito carinho.Saí dessa Escola quando fiquei grávida de meu filho caçula - depois de ouvir da diretora que " mulher grávida era muito problema para uma escola"...





Aqui, no Instituto de Educação "Osvaldo Aranha", fiz o Curso de Magistério ( o Curso Normal), onde tive alguns professores ótimos, que definiram minha vida profissional, como Enaura, Domingas, Judeth, Elisa, Iolanda e Maria Mota. Aqui também lecionei, no início de minha carreira docente, Língua Portuguesa e Literatura Basileira e Redação e trabalhei na Coordenação, junto com Alzirinha Vargas, uma das pessoas mais inteligentes que eu conheci em Alegrete.


Uma das torres da Igreja Matriz




















No IEOA, convivi com a dura realidade do ensino noturno , o que me levou mais tarde a ter alguns projetos de ensino,pesquisa e extensão para estudar esse tema/problema. Fui do comando da primeira greve de professores do Estado do Rio Grande do Sul ( Luísa,Isar, Isoldinha e eu). Pedi demissão ao final de sete anos de trabalho,em 1979, logo depois do término dessa primeira greve.


Escultura de " Chapeu Preto"


























Comecei como professora de ensino primário, em escolas municipais, depois de passar em concurso público. Fui professora de Língua Portuguesa no IRMA e no "Emílio Zuñeda". Fiz muitos amigos em todos os lugares por onde passei. Ensinei Lingüística, Língua Portuguesa e Metodologia de Ensino na Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de Alegrete. Fui a primeira professora da FAFIAL a fazer mestrado, ainda na década de 70, na Pontifícia Universidade Católica do RGS. Antes, eu havia cursado Letras nessa mesma Faculdade e também cursado alguns semestres de Pedagogia em Uruguaiana.



Escultura na chegada em Alegrete 


























Fui professora e coordenadora pedagógica da Escola Agrotécnica de Alegrete, na época pertencente à Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Em 1982, fui morar em Santa Maria, mas sempre conservei vínculos com esta cidade, através, principalmente, dos meus muitos amigos, como João e Ilka,Domingos e Iolanda, Pithan e Ana,Sílvio e Vera, Ilza Paz, Eleú Menezes, José Romeu e Sandra, Valdemar e Gladys. Creio, entretanto, que meu maior vínculo é o fato de meus três filhos e de meus dois sobrinhos - Fabianinha e Fernando - serem alegretenses. 


Sou muito orgulhosa de ter recebido,numa solenidade linda, na Câmara de Vereadores, o título de "Cidadã Alegretense" - portanto sou hoje também do Alegrete! Tentarei encontrar fotos dessa belíssima solenidade, presidida por Eroni Carus.

segunda-feira, maio 29, 2006

Meus espaços preferidos - Santa Maria

Tenho saudades desta sala do meu apartamento em Santa Maria...
Quando vim morar nesta cidade, eram poucas as casas que "subiam" os morros - os belos morros de Santa Maria.Hoje são muitas.
Reitoria da UFSM - Posse em 1993.

De uma das laterais do meu apartamento, eu podia ver a Igreja Matriz - e um pôr-de-sol lindo.
No edifício com faixas vermelhas verticais, eu morei muitos anos. Meu apartamento ocupava o 13o. andar - é a "casa" que se pode ver sobre ele.
Quando penso na cidade de Santa Maria, dou-me conta de que não vivi ali : vivi na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) . Seguramente a maior parte do meu tempo nesta cidade eu o passei dentro da UFSM, como professora, como pesquisadora ou como pró-reitora. Mas fiz muitos amigos e muitas festas aqui. Algumas pessoas que eu conheci aqui me ensinaram muito e tiveram uma influência marcante sobre mim e sobre meu trabalho, como Maria Alzira, Benetti, Clóvis e Amanda.
Além disso, Santa Maria foi uma boa cidade para meus filhos.Meus três filhos estiveram na UFSM, mas só Patati nela concluiu o curso.

domingo, maio 07, 2006

Meus espaços preferidos - Torres






Considero Torres meu "Museu Invisível de Recordações e Saudades". Amo este lugar.Amo minha casa. Sofri muito ao perdê-la e , depois de recuperá-la, me custa muito mantê-la. Mas é um tesouro de subjetividade de que eu não abro mão. Gugu, em sua simplicidade e sabedoria, ainda quando adolescente , me disse uma vez: " Podem mudar tudo na casa de Torres, mas nunca poderão mudar nossas boas lembranças dali".Verdade!
É como se eu visse meus filhos, meus sobrinhos e os filhos de meus amigos, pequenos ainda, correndo pelo jardim, rindo e brincando. É como se eu me organizasse para as férias Torres, meses antes, até como forma de suportar o excesso de atividades e de responsabilidades. É como se eu preparasse sempre uma festa de Natal, com o carinho de quem antecipa cada sorriso e cada gesto de quem dela participa...
Recordo como eu chegava cansada em Torres, pois trabalhava muito e estudava muito também. Recordo como eu dormia nos primeiros dias e como juntava " ânimo e encantamento" para receber tantas pessoas e fazer tantas festas naquela casa. Vivi ali também muitas tristezas, muitas dores, mas essas lembranças se atenuaram com o tempo...as ruins se foram...ficaram as boas. Do passado , ficaram só algumas lembranças e, às vezes, a saudade. Do presente, o desejo de retornar e encontrar " o campo arado, a casa limpa, a mesa posta, cada coisa no seu lugar" .

Meus espaços preferidos - Bahia

Salvador

Cajazeiras



Aparthotel em Ondina
Vim para a Bahia em janeiro de 2000( em 2001, veio Gugu). Eu devia, inicialmente, trabalhar no ISBA, durante três dias, em um seminário sobre ensino superior. Discutia-se a criação de uma Faculdade - origem da Faculdade Social da Bahia -FSBA, hoje com onze cursos autorizados e mais de dois mil alunos. Fui ficando...ficando... e fiquei até 2006, ano em que fui Patronesse da primeira turma de formandos de Educação Física, curso mais concorrido da FSBA e dei aulas nos cursos de Pedagogia, Artes Cênicas e Normal Superior.


Devo partir dia 14 de julho próximo.Retornarei para o Sul inicialmente. Depois... voltarei para a Europa...depois...depois... ainda preciso decidirei a "próxima parada".
Morei todos esses anos em Ondina - com exceção de 2005/2 quando viajei (Estados Unidos e Europa) por seis meses. Gugu e eu moramos no "The Plaza", um aparthotel localizado na Av.Adhemar de Barros... exatamente no fim do circuito carnavalesco Barra/Ondina... e com uma belíssima vista do mar, como se pode ver nas FOTOS.


 No carnaval, tínhamos um "camarote" em casa - e sempre, hóspedes e convidados. Gugu estudava e eu trabalhava a poucos metros "de casa"... uma facilidade enorme isso. Tivemos, no The Plaza, por cinco anos, uma camareira, Givaneide, que era nosso "anjo" em casa. Nunca a esquecerei. Sempre pensava um dia morar em Hotel. Desejo realizado! Eu sempre tive moradias muito grandes. Descobri que se vive muito bem em espaços pequenos, com apenas o essencial em casa.





Senhor do Bonfim
Aprendi a gostar muito da Bahia, tanto de Salvador como do interior. Salvador é uma cidade de profundos contrastes e rara beleza. Possui ritmo, cores e formas inigualáveis. O acesso à arte, direito de todos, encontra-se também nas ruas e avenidas, é parte do cotidiano. No meio da Avenida, na frente de meu apartamento, foram colocadas três esculturas de mulheres gordas: Zé, meu querido amigo, chamava a esse conjunto de "aldemário" - e jurava ser uma homenagem para mim.
Fiz trabalho voluntário em Senhor do Bonfim, distante 400 km de Salvador, no semi-árido, região de Juazeiro ( na FOTO eu estou na Feira semanal de Bonfim). Ali estou deixando grandes amigos e muitos afilhados, além de ter projetado e acompanhado o funcionamento do Instituto Superior de Teologia e Pastoral - ISTEPAB - trabalho que me deu muita alegria realizá-lo.ISTEPAB hoje está autorizado pelo MEC e em pleno funcionamento. Fui "madrinha" da primeira turma de formandos.





Praia de Ondina
Também participei, em Salvador, de um projeto da Igreja Católica, em Novos Alagados, durante dois anos. Atuei em um grupo de quarenta mulheres, na formação de lideranças comunitárias. Foi uma experência bem rica que se incorporou à minha vida.Aprendi muito com Pe. Pedro Parcelli, um amigo muito querido, italiano que , como eu, trabalhou em Roraima com populações indígenas.
Atualmente trabalho também numa ONG italiana "Casa do Sol" , em Cajazeiras, uma das maiores periferias de Salvador, com 500 000 habitantes.Admirável e belíssimo o trabalho que Pina, uma italiana, realiza ali.
Giorgio, meu colega e amigo-irmão
Sei que é pouco o que faço, diante do muito que recebo em afeto, conhecimento de mundo, alegrias, partilhas, amizades,esperanças, mas lembro um hai-kai antigo que diz:
" Folha que cai no rio
Mesmo que a leve o rio
Muda a visão do rio."
Conheci muito bem todo este Estado. Apaixonei-me por Camamu, Maraú, Taipus, Valença, Santo Amaro , Cachoeira, Campo Formoso... Adorei Lençóis na Chapada Diamantina. Conheci bem o sertão e aprendi a admirar as pessoas e os "cenários" locais.
Tanto o Sul - Itacaré, Ilhéus, Comandatuba, Canavieiras, Olivença - como o Norte - Arembepe, Guarajuba, Itapicirim, Praia do Forte,Seribinha, Mangue Seco - apresentam lugares diversos, diferentes e lindos!A temperatura da água, as palmeiras, a cor do mar, os cheiros característicos daqui se incorporam à memória de nossos sentidos.
Daqui a dois meses, meu filho vai trabalhar no exterior - e eu pretendo deixar a Bahia e retornar ao Sul....é óbvio que vou sentir saudades das belezas daqui.
" Deixa a vida me levar
vida leva eu.
Sou feliz e agradeço
por tudo que Deus me deu!"
16/6/2006